Sábado, último dia de 2022, corre-se a tradicional São Silvestre da Amadora, a mais antiga que se efectua em Portugal Continental no derradeiro dia de cada ano, no que é, também, a única que recebeu, desde 1975 (primeira edição), as estrelas mais cintilantes do atletismo nacional.
Desde Carlos Lopes, o primeiro campeão olímpico do desporto português, que venceu na estreia (a três meses de se tornar o primeiro luso a conquistar o título de campeão mundial de corta-mato), até Rosa Mota ou Fernanda Ribeiro – as duas campeãs olímpicas lusas que se seguiram a Lopes – a São Silvestre da Amadora sempre liderou, com os seus parceiros locais, em termos de apresentação dos melhores atletas portugueses de sempre.
Uma parceria ganhadora porquanto a Câmara Municipal da Amadora, de mãos dadas com a inauguração do primeiro Hipermercado Continente no concelho, teve astúcia suficiente para marcar o início de um projecto ganhador, sendo um dos maiores valores acrescentado na sua actividade anual, que tem agora na estrutura patrocinadora a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa – Jogos Santa Casa.
Um facto histórico. que nunca encontrou paralelo em Portugal, até que durou o período de ouro do meio-fundo e fundo português, desde que a aposta do atletismo nacional deixou de ser esta disciplina, onde Portugal esteve, durante muitos anos, no medalheiro de mundiais e europeus – inclusive nos Jogos Olímpicos, salientando-se, também, uma larga mão cheia de outros atletas que subiram aos pódios por esse mundo fora.
Com a evolução (?) dos tempos, o paradigma alterou-se e, neste mês de Dezembro de 2022, Portugal nem apresentou equipas seniores no europeu de crosse, onde Paulo Guerra foi tetracampeão.
Apesar de não ter os meios que outras organizações disponibilizam para o efeito – porque a cidade da Amadora tem outras características que lhe conferem um estatuto especial na história da modalidade – a corrida aí esta, na 47ª edição, com o mesmo sistema diferenciador que inaugurou (e mantém) na prova das mulheres se efectuar em primeiro lugar (17h45) em relação aos homens (18h), para poder dar brilho aos praticantes mais destacados dos dois géneros.
Neste esquema, as melhores mulheres chegam sempre primeiro que os homens e sentem o apoio e o calor dos largos milhares de espectadores (entre 70 a 90.000 mil) que se concentram, por norma, ao longo dos 10.000 metros do percurso.
Como se diz: só visto! Um envolvimento humano que não tem paralelismo em Portugal.
Para os que ainda não se inscreveram, podem fazê-lo no site da prova saosilvestredaamadora.pt.
Vivam um momento diferente de fazer – e promover – a actividade física, com o objectivo de melhorarem as capacidades de cada um para o dia a dia da vida, evitando a obesidade e o aparecimento de mazelas que normalmente surgem com o avançar da idade.
