O auditório Comandante José Vicente Moura foi o palco, na sede do Comité Olímpico de Portugal, da apresentação do projecto MOOP-Memória Oral do Olimpismo Português, que a Academia Olímpica de Portugal (AOP) vai implementar a partir de Janeiro de 2023.
O fim de tarde desta quarta-feira foi aproveitado ainda para a comemoração do 36º da Academia Olímpica de Portugal, tendo o presidente do COP, José Manuel Constantino, referido “a importância das academias olímpicas no contexto da preservação da história do Movimento Olímpico”, quando se torna necessário “lutar contra o esquecimento nesta voragem do tempo em que vivemos intensamente os acontecimentos e esquecemos aqueles que nos levaram ao percurso em que nos encontramos”.
O presidente do COP felicitou ainda a AOP pela decisão de ter iniciado o projeto do MOOP, tendo acrescentado que “é um contributo muito importante para a preservação da memória”.
Para Tiago Viegas, presidente da AOP, a propósito da comemoração de mais um aniversário, salientou que tem cumprido “um percurso que nem sempre foi fácil, nem sempre foi linear”, em que a Academia teve oportunidade de levar a efeito os eventos que se foram programando ao longo dos tempos.
Destacou ainda a conquista do Prémio “David Sequerra” para jornalistas da Imprensa Regional – promovido em cooperação com o CNID – por parte da jornalista da Marina Guerra, do “Região de Leiria”, que nos últimos anos tem sido frutuoso pelo facto de ter ganho várias edições.
Relevou também a realização do concurso de ensaio sobre temáticas do Olimpismo, entre outras atividades, como a exposição itinerante de mascotes olímpicas, que já suscitou interesse no Brasil.
Tago Viegas anunciou que existem, actualmente, 775 membros na Academia, dos quais cinco foram admitidos em 2022 – Ana Lúcia Leite, Catarina Monteiro, Constantino Martins, Francielly Prado e Rui Campos Garcia – estes de acordo com as alterações entretanto verificadas no respectivo regulamento de admissão.
Sílvia Vermelho, vogal do Conselho Directivo do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), em representação do secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Correia, felicitou a AOP pelo aniversário e destacou o MOOP como um projeto “muito acarinhado” na esfera da administração pública.
Sílvia Vermelho anunciou que o Museu Nacional do Desporto vai promover a Exposição Itinerante sobre os dez anos de vida da sua existência, através de um “road show” em vários locais do país, para dar a conhecer o espólio angariado neste espaço de tempo.
Carlos Gomes (AOP), teve oportunidade de elucidar os presentes quanto aos contornos deste novo projecto (MOOP), que se considera de importância fundamental para a história do olimpismo português, porquanto vai registar as palavras dos atletas que foram aos Jogos Olímpicos, abarcando aqueles e aquelas que estejam vivos.
A este propósito, foram gravados registos, em vídeo, de representantes portugueses desde os Jogos de 1952, dos quais foram vistas algumas imagens.
O Prof. José Neves, presidente do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, apresentou uma comunicação subordinada ao tema “O Desporto e os Historiadores”, onde dissertou sobre alguma falta de interesse quanto ao historiar factos sobre o desporto de maneira geral, face a uma disparidade com o que existe quanto à modalidade de futebol e suas disciplinas, porquanto quase toda a gente discorre sobre isso e muito pouco sobre outras modalidades.