Em 28 de Julho deste ano, completaram-se 56 anos sobre a conquista, por Portugal, do terceiro lugar no Mundial de 1966, realizado em Inglaterra, depois de a equipa das quinas derrotar a URSS por 2-1 e fazendo história nos anais do futebol mundial.
Num campeonato carregado de emoção, Portugal como que flutuou “numa sustentável leveza do ser”, transportando o então triângulo que marcava Portugal: Futebol, Fado e Fátima. Terá sido milagre? Pelo menos nada se soube sobre um eventual existente processo de “canonização” do assunto.
O assunto vem à baila por duas ordens de razão: uma, porque, nesse mundial, Eusébio se tornou o Rei dos marcadores, com nove golos num único campeonato, registo que, ainda hoje, se mantém, porquanto mais ninguém o conseguiu e, por certo, se manterá o reinado de Rei Eusébio por muitos mais anos.
Sobre este aspecto, não há quaisquer dúvidas quanto ao facto de Eusébio ser o único, até ao momento, que marcou mais golos apenas numa competição deste calibre (1966). E sobre isso, não pode haver comparações com o que quer que seja!
Na segunda, ressalta da extraordinária actuação do então defesa central da selecção, Vicente Lucas (Belenenses), que “secou”, quase por completo, o então Rei do Futebol mundial, que foi Pelé, que no mundial de Inglaterra se viu da “cor dos gatos” para impor o seu poder de finta, de estatura física e da velocidade imprimida.
Isto face à realização do jogo, nesta sexta-feira, de Portugal frente à Coreia do Sul e não com a Coreia do Norte, como se verificou em 1966, que Portugal venceu por 5-3, depois de estar a perder por 3-0, registando as imagens da licença emitida pela FIFA como identificação nesse Mundial.
Um e outro ainda vivos, no Brasil e em Portugal, pelo que devem ser recordados.
A propósito ou não, Carlos Pereira Martins – licenciado em Finanças, no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras – que desempenhou funções de Presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar e Presidente da Mesa da Assembleia Geral do clube de Belém, bem como presidente da Mesa da AG da SAD, por vários mandatos, e que agora é um dos membros vitalícios do Conselho Geral do Clube de Futebol Os Belenenses, lançou recentemente um livro sobre a vida dos dois irmãos (Matateu e Vicente) que um dia vieram de Moçambique para representarem o Clube da Cruz de Cristo ao peito, intitulado “Matateu e Vicente – dois Irmãos Belenenses”.
Matateu, o “terror” dos guarda-redes, como foi cognominado na altura (anos cinquenta/sessenta do século passado), e Vicente, dois homens que foram dois esteios da selecção nacional, que continuam vivos nas memórias de muitos, no Museu de “Os Belenenses” e agora no livro editado por Carlos Pereira Martins.