Ao conquistar a oitava medalha de ouro nos mundiais de atletismo – três só neste campeonato – o jamaicano Usain Bolt juntou-se aos recordistas (os norte-americanos Michael Johnson e Carl Lewis) na liderança que só se deve decidir daqui a dois anos (Pequim’2015).
Este foi um dos pontos altos, tal como o da jamaicana Shelly-Ann Fraser-Pryce, que conquistou também três medalhas de ouro, os únicos que cometeram esta proeza digna do maior registo, pelo que tem de ser consideradas as estrelas de Moscovo.
Do ponto de vista técnico, como normalmente acontece no ano seguinte aos Jogos Olímpicos, os resultados sofrem um abaixamento qualitativo – como se confirmou – pese embora se tenham batido três recordes dos campeonatos, afinal as excepções que confirmam a regra.
A dupla medalha de ouro alcançada pelo britânico Mo Farah (5.000 e 10.000 metros) também foi num dos pontos fortes, para além do domínio da Rússia nas medalhas, tendo destronado uns estados Unidos que também não apresentaram todas as suas estrelas, por um ou outro motivo. Aliás, como Portugal, que esteve ao nível de 1983 (em número de atletas) e obteve este ano os piores resultados de sempre. Sinal da crise, não tanto financeira mas da ordem dos comportamentos pessoais e grupais. Um tema que se encontra em plena discussão no “Facebook”,com posições que se extremam.
Mas ao tomar conhecimento dos comentários feitos, em Moscovo, pelo presidente da federação, Jorge Vieira, e pelo responsável pela selecção, Paulo Reis, encontramos duas versões em sentido contrário: é que Jorge Vieira afirmou que “poderíamos ter feito muito melhor” e Paulo Ramos salientou que “em relação aos objectivos traçados, conseguimos atingi-los”. Esperemos pela análise, que se espera seja pública.
Nesta derradeira jornada, este domingo, foram encontrados os últimos campeões mundiais, com o francês Teddy Tamgho a ganhar o triplo salto com 18,04, passando a ser o líder mundial de 2013; com o queniano Asbel Kiprop a vencer os 1.500 metros com 3.36,28; com a alemã Christine Obergfall a ganhar o dardo com 69,05; com a queniana Eunice Jepkoech a conquistar o ouro nos 800 metros, com 1.57,38, um novo recorde pessoal, para além das equipas masculina (41,29) e feminina (37,36) da Jamaica a chegarem também ao ouro. Maior relevância para Usain e Bolt e seus companheiros porque bateram o recorde dos campeonatos.
Quanto a medalhas, a Rússia confirmou a liderança ante os Estados Unidos, somando mais uma medalha de ouro (7) que os adversários (6), se bem que os norte-americanos tenham mais no cômputo geral. Assim, a Rússia ficou com um total de 17 (7-4-6) enquanto os EUA somaram 25 (6-14-5), seguindo-se a Jamaica, com 9 (6-2-1), o Quénia, com 12 (5-4-3), Alemanha, com 7 (4-2-1), a Etiópia, com 10 (3-3-4) e a G. Bretanha, com 6 (3-0-3), tendo 38 países conquistado medalhas.
Em termos pontuais, os Estados Unidos lideraram sempre bem longe, somando 282, contra 183 da Rússia, 139 do Quénia, 102 da Alemanha e 100 da Jamaica. Portugal ficou no 42º lugar (entre 60 países pontuados), com 6 pontos.
Em final de festa, Usain Bolt recebeu ainda o Prémio de Melhor atleta dos Jogos Olímpicos de Londres’2012, instituída pela AIPS, Associação Internacional de Imprensa Desportiva.
Fechada a cortina sobre o mundial de Moscovo’2013, até ao mundial de Pequim’2015.