O etíope Andualem Belay Shiferaw venceu, este domingo e pela terceira vez consecutiva, a EDP Maratona de Lisboa, ao chegar à meta, instalada na Praça do Comércio, no tempo de 2.05.45, que representa um novo recorde do percurso 2.05.45.
Incluído no lote dos favoritos e integrado no pelotão da frente, Shiferaw foi controlando todos os movimentos na frente da corrida e, na zona da Cruz Quebrada (a cerca de 10 km do fim), deu uma sapatada longa que o isolou no comando, de início com Asefa na peugada, mas por pouco tempo, chegando a um avanço de cerca de sessenta metros à entrada em Algés, como que passeando pelo passeio da fama até à linha final.
Entretanto, não se percebeu muito bem qual foi a linha ideal para os corredores cumprirem os 42.195 metros, porquanto, por mais de uma vez, o pelotão da frente recebeu ordens do fiscal (de moto) para se afastarem para o lado contrário (zona do passeio) em relação à qual estavam a fazer (junto os pilaretes instalados no separador central da Marginal).
Outro facto constatado foi o de a viatura, com o relógio instalado, seguir sistematicamente atrás do grupo da frente quando, por norma, seguia na frente para indicar o tempo aos atletas em prova.
Andualem Shiferaw salientou no final que “estou feliz por ter ganho pela terceira vez. Lisboa é quase como a minha casa. A corrida é boa, o clima também. Estou feliz por ter voltado e se os organizadores me convidarem de novo, voltarei com todo o gosto. Posso melhorar o recorde do percurso ainda mais”
Hafty Azefa foi segundo (2.06.33) e em 3º ficou Birhan Tesfaye (2.07.04)
Na corrida feminina, a discussão pela vitória também foi a duas, no caso entre a etíope Buzunesh Gudeta e a queniana Bornes Kitur. Acabou por levar a melhor esta última, cruzando a linha de meta em 2.24.17, falhando a obtenção de um novo recorde do percurso por 3 segundos.
Kitur triunfou depois de uma corrida na qual contou com a enorme contribuição do português José Sousa, o melhor representante nacional, que serviu de lebre de princípio a fim e que terminou no 14º posto final entre a elite.
Quanto a Gudeta, acabou por ceder na fase final e foi superada nos últimos quilómetros por Sorome Amente, a segunda colocada. Joana Fonseca, com 2.40.24, foi a melhor lusa, em 9º lugar na geral feminina.
Não se percebeu como é que foi permitido que um atleta (masculino) servisse de lebre (marcador de ritmo) numa prova feminina, situação que era proibida. Ou houve erro ou as regras foram mudadas, naturalmente contra a ética e o desportivismo.
Vitórias africanas também na Luso Meia Maratona
A manhã contou ainda com a disputa da Luso Meia Maratona, com 15 mil corredores no pelotão popular.
Na corrida masculina, Langat ganhou em 1.00.44 horas, melhorando o seu máximo em mais de dois minutos (o anterior era de 1.02.59). O queniano bateu sobre a linha de meta o etíope Dinkalen Adane (1.00.46). Em terceiro lugar ficou o ugandês Isaac Kibet (1.01.23). Rui Pinto acabou como melhor português, em 10º, com 1.03.52.
Na prova feminina, a etíope Emebet Mamo ganhou com 1.09.35 – recorde pessoal também, no caso por 24 segundos (o anterior era de 1.09.59), à frente das quenianas Ludwina Chepngetich (1.10.31) e Faith Jeptoo (1.10.54). Carla Salomé Rocha foi a melhor portuguesa, com 1.13.27, no sexto posto feminino.
De realçar que, ao contrário do que se previu, a temperatura não atingiu os máximos e permitiu uma aragem fresca, afinal o que ajudou, em muito, à obtenção dos recordes alcançados.