Quarta-feira 24 de Novembro de 3824

Sporting acabou humilhado em Alvalade!

24jul22 scp vs sevilha_0020Apesar de ter dominado em toda a linha, quer na posse de bola (74/26%) e nos remates (22-8, dos quais 10-5 para a baliza), o Sporting acabou por ser humilhado ante um Chaves que teve a “grandeza” de chegar a Alvalade, jogar muito menos tempo com a bola, mas marcar muito mais em relação a uns leões que se foram desacreditando ao longo do jogo e perderem por um expressivo 2-0, o que aconteceu pela primeira vez na história das visitas ao reino leonino.

O Sporting não se pode queixar de que foi sempre superior, mas não conseguiu chegar ao golo; não pode argumentar seja o que for quando à fraca exibição produzida; não pode atribuir culpas seja a quem for pela derrota, a não ser aos próprios jogadores, que mais pareciam “saltimbancos” a tentar dominar a bola que é de todos, pese embora Paulo Vítor (guardião do Chaves) tivesse feito de tudo para que a baliza não fosse violada, como se verificou.

Contra uma equipa arrumada, sabendo o que queria e a forma como lá chegar, como é que os jogadores do Sporting (e Ruben Amorim) não perceberam o que tinham a fazer para modificar o curso dos acontecimentos, insistindo num jogo mais à base da finta fácil, para espectáculo e não tanto para meter golos, que foi o que faltou aos leões.

O Chaves, que foi sempre “sacudindo” a pressão sportinguista, aproveitou o desnorte da defesa leonina e, em quatro minutos (60 e 63’), fez dois golos que “derreteram” por completo uma equipa que pretende voltar a ser campeã nacional e fazer uma boa campanha (meias-finais?) na Liga dos Campeões.

Com Nuno Santos e Edwards (dois esquerdinos, que deviam funcionar pela esquerda, mas que o segundo alinhou na direita) a serem os mais constantes no ataque, nem por isso conseguiram aproveitar o que que criaram, como foi patente ao longo de todo o desafio (depois dos golos do Chaves).

Por outro lado, a maior posse de bola verificou-se porque os jogadores leoninos preferiram quase sempre o jogo individual, tentando fintar um, dois ou três adversários, umas vezes ficando bola e, outras, conquistadas pelos defesas do Chaves, pelo que o rendimento acabou mesmo por ser zero em golos.

Também houve que contar com a actuação do guardião do Chaves, Paulo Vítor, que resolveu tudo, algumas vezes com alguma felicidade, mas porque o ataque sportinguista sofreu com a falta de organização ofensiva, com jogadas com princípio, meio e fim, enquanto a defesa leonina, à medida que o tempo passou, se tornou mais vulnerável, mais insegura.

Diz a estatística do jogo que o Sporting rematou dez vezes para a baliza, mas a bola nunca entrou, enquanto o Chaves, com apenas cinco remates, fez dois golos. Isto é que é ciência! O objectivo do futebol é marcar mais que o adversário, não interessando a forma nem a espectacularidade dos lances que, a serem bem urdidos e sucedidos, engrandecem quem os consegue operacionalizar. Não pegar na bola, fazer dribles sobre dribles ou fintas e não avançar, mas, antes, fazer o tempo passar sem que daí resulte qualquer vantagem.

Nesta “lenga-lenga”, o Chaves, porque porfiou, conquistou a felicidade de aproveitar duas falhas cometidas pelos centrais do Sporting – e não fez nada para as propiciar – quando criou três oportunidades flagrantes para golo em apenas oito minutos.

A primeira (55’), Batxi endossou a bola a Hector que, isolado, rematou forte, mas Adán conseguiu safar para canto; a segunda (60’), com Batxi, de novo, a bater um livre, sobre a direita, levou a bola a pingar no meio da grande área onde Steven Vitória surgiu a desviar a trajectória da bola e fazê-la entrar por cima da cabeça de Adán, na forma de chapéu (1-0); a terceira (63’), com Juninho a esgueirar-se pela esquerda, a defesa leonina estava atrasada, não se posicionou, reverteu para dentro da área e, à saída de Adán da baliza, fuzilou e fez o 2-0.

Tudo tão fácil. Que o Sporting não conseguiu.

André Narciso, árbitro de Setúbal, não conseguiu controlar o jogo (não teve qualquer interferência nos golos) em especial no que se refere às faltas marcadas (por vezes a beneficiar o infractor) e também na questão dos (7) cartões amarelos (para além do vermelho que atribuiu a Patrick) por faltas “pintadas” pelos jogadores, que abusaram da brandura do juiz da partida.

De que valeu ter mais posse de bola, rematar mais, face um pecúlio de zero? A bola não é para fintar, mas para correr rente à relva da forma mais linear possível. Para isso é preciso treinar e não ser “doutorado” em fintas e mais fintas, até que se fintam a eles próprios.

Em quatro jogos, o Sporting perdeu oito pontos (duas derrotas e um empate) e sofreu oito golos, estando na 13ª posição na classificação. Coisa pouco vista numa equipa como a do Sporting no início de um campeonato que seria de retoma. Desde que houvesse jogadores com qualidade!

Que este novo “desastre” possa ser reparado a tempo e horas. Faltam muitas jornadas, mas qualquer atraso é sinal de preocupação e desmotivação.

Tanto mais que o Benfica foi vencer o Boavista ao Porto, com um score de 3-0 face aos golos marcados por Morato (30’) e João Mário (67 e 82’, este último de grande penalidade), que o torna invicto até ao momento.

No outro encontro deste sábado, ficou também o amargo de boca para o Marítimo, que perdeu (1-0) no seu campo e frente ao Portimonense, algarvios que marcaram por intermédio de Welinton (43’).

Neste domingo, jogam Famalicão-Santa Clara (15h30), Arouca-Sporting de Braga (18h) e Rio Ave-F. C. Porto (20h30).

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