Na que foi a etapa rainha desta 83ª Volta a Portugal, em especial por ter um plano visual de um encanto maravilhoso (Serra da Estrela, na Covilhã), Maurício Moreira chegou ao topo com a lágrima no olho, depois de um esforço de superação para chegar em primeiro e puxar para si a camisola amarela.
Mas não só, porque a Glassdrive-Q8-Anicolor dominou a subida e apenas Luís Fernandes (Rádio Popular-Paredes-Boavista), segundo classificado com o tempo de Moreira, conseguiu fazer frente aos homens de equipamento fluorescente.
Face ao desenrolar dos acontecimentos, Frederico Figueiredo chegou à segunda posição da geral, a 30 segundos de Maurício Moreira, enquanto Luís Fernandes é terceiro a 31’.
Quanto ao anterior líder, Rafael Reis, numa etapa nada ao seu jeito, como que correu ao contrário (isto é, desceu bastante na classificação) mas viu os companheiros de equipa tomarem de assalto os dois primeiros lugares da Geral com a Amarela Continente a ficar na equipa.
“Acho que ainda não caí na realidade. Só tenho uma coisa em mente – o trabalho que a equipa fez. Foi espetacular do início ao fim. Este triunfo é praticamente todo ele do Fred [Frederico Figueiredo]. É um sonho tornado realidade ficar com a Amarela da Volta a Portugal. É uma alegria enorme”, afirmou Maurício Moreira, satisfeito, mas algo preocupado com a proximidade de Luís Fernandes na classificação. O espanhol Alejandro Marque (Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel) é quarto na Geral, mas surge a dois minutos e dez segundos.
Com início na Sertã e 159 quilómetros de percurso até ao ponto mais alto do território continental, o dia começou com uma fuga numerosa. A vantagem nunca passou os dois minutos e meio porque, com objetivos para atingir no fim, a Glassdrive-Q8-Anicolor controlou todo o pelotão e a distância para a frente de corrida.
Entre os dez fugitivos que foram dividindo os momentos de ação da etapa, Prémios de Montanha e Metas Volantes, esteve o venezuelano Edwin Torres (Java Kiwi Atlantico), líder da montanha, que não conseguiu segurar a Camisola das Bolinhas Europcar. Sendo a Torre a única subida de categoria especial da Volta a Portugal, Moreira ao vencer saltou também para o primeiro lugar nesta Classificação.
O norte americano Barry Miller (BAI-Sicasal-Petro de Luanda) passou em primeiro na segunda categoria na Serra do Alvelo, o espanhol Xavier Cañellas (Java Kiwi Atlántico) triunfou depois nas contagens de quarta e terceira categorias. Cañellas esteve ativo também nas metas volantes, vencendo em Oleiros e no Fundão enquanto António Barbio (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados) venceu na Covilhã.
A subida da “Cidade Neve” iniciou uma nova fase da corrida. Com a fuga a desfazer-se, rapidamente Frederico Figueiredo ficou na frente sendo mais tarde acompanhado por Maurício Moreira e Luís Fernandes, sem que mais ninguém se juntasse ao trio que discutiua etapa. Com a verdadeira montanha, começou também uma nova fase da competição e, para além das alterações na Classificação Geral também a Camisola Branca Jogos Santa Casa conheceu um novo dono.
O espanhol Jokin Murguialday (Caja Rura-Seguros RGA) passou a ser o melhor jovem da Volta a Portugal liderando as contas reservadas aos nascidos depois do ano 2000. O norte americano Scott McGill (Wildlife Generation) segurou por um ponto a Camisola Verde Rubis Gás.
Esta segunda-feira a montanha da 83ª Volta a Portugal Continente não será tão íngreme, mas, ainda assim, o terreno será “acidentado”. A quarta e última etapa antes do Dia de Descanso terá 169,1 quilómetros e será corrida entre a Guarda e Viseu a partir das 12h45.
Haverá três contagens de montanha: Broca (56,5 quilómetros – terceira categoria), Penedono (90,2) e Aguiar da Beira (123,8), ambas de quarta categoria).
As metas volantes estarão colocadas em Pinhel (29,2), Sernacelhe (108,2) e Sátão (147,7). A chegada à Avenida da Europa em Viseu vai acontecer como sempre cerca das 17h30.