Com um sprint vigoroso nos últimos 100 metros do empedrado da emblemática Avenida Nuno Álvares, em Castelo Branco, João Matias chegou ao triunfo no final da segunda etapa da 83ª Volta a Portugal Continente.
O corredor da Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados concretizou, aos 31 anos, o sonho de vencer na Volta. De manhã, à partida em Badajoz, onde começou o dia, já afirmava com alguma determinação que a vitória não lhe ia fugir nesta tirada. A certeza teve-a quando cruzou a linha de meta e confirmou o sucesso em lágrimas emocionadas que contagiou muitos dos que assistiram ao momento.
“Lutei tanto por este momento, para vencer uma etapa da Volta a Portugal… Esta vitória é para toda a equipa, para o Pedro Silva – mentor deste projeto que está lá em cima a olhar por nós -, para a minha família, esposa e futuro filho”, começou por dizer emocionado o ciclista de Barcelos. “Havia sempre algo que me acontecia, mas hoje foi tudo perfeito. É uma explosão de emoções. Estive quase a abandonar a modalidade e tenho de agradecer a todos os que me apoiaram”, acrescentou.
No entanto, os resultados da etapa deste sábado não alteraram a classificação no que respeita aos lugares da frente e Rafael Reis (Glassdrive-Q8-Anicolor) continua com a Camisola Amarela Continente que vestiu no Prólogo de quinta-feira, em Lisboa.
Reis tem nove segundos sobre o companheiro de equipa Mauricio Moreira, e Oliver Rees (Trinity Racing). O britânico mantém a Camisola Branca Jogos Santa Casa, sendo o líder da Juventude.
A etapa deste sábado foi mais um dia longo com 181,5 quilómetros percorridos entre a cidade espanhola de Badajoz e Castelo Branco. Desde a partida da Volta de 1998, em Sevilha, que a prova portuguesa não entrava em território de “nuestros hermanos”. Foi o acordo entre a Podium e a parceria Eurocidade (Elvas, Campo Maior e Badajoz) que permitiu este regresso.
Pouco depois da partida, e ainda antes de a corrida atravessar a fronteira para o lado de cá, aconteceu a fuga que marcou toda a jornada. O pelotão controlado pela equipa do líder manteve sempre o quarteto a uma distância que lhe permitisse terminar com a aventura a qualquer momento.
Fábio Oliveira (ABTF Betão-Feirense), Francisco Marques (LA Alumínios-Credibom-Marcos Car), Edwin Torres (Java Kiwi Atlántico) e Asier Etxeberria (Euskaltel-Euskadi) foram os protagonistas, com o basco a assumir-se como o mais resistente, sendo o último a ser alcançado já nos últimos dez quilómetros.
Antes, Etxeberria venceu as três Metas Volantes em Campo Maior, Portalegre e Vila Velha de Ródão. Apesar dos pontos perdidos nas metas intermédias, a vitória da véspera de Scott McGill (Wildlife Generation) e o segundo lugar obtido em Castelo Branco permite ao norte americano manter e até reforçar a Camisola Verde Rubis Gás, representativa da regularidade em competição.
O venezuelano Edwin Torres conseguiu ser primeiro na passagem pelos Prémios de Montanha de Monte Paleiros e na Serra de São Miguel garantindo a Camisola das Bolinhas Europcar, símbolo do Rei dos Trepadores.
Ao quarto dia de prova, a Volta vai chegar à Torre. O dia de domingo será o primeiro de verdadeira montanha com a chegada ao ponto mais alto do continente português e o início da seleção dos melhores valores que têm pretensões aos melhores lugares da Classificação Geral.
Sem bonificações nas chegadas e com curtas diferenças estabelecidas no Prólogo, a longa subida na Serra da Estrela irá testar os que se assumem como candidatos ao triunfo na Volta.
A etapa da Torre vai começar na Sertã e não se apresenta fácil, pois antes da subida de Categoria Especial haverá outras dificuldades nos 159 quilómetros de percurso.
Serão quatro Prémios de Montanha: 2.ª categoria na Serra de Alvelos (40 Km), seguida de uma 4.ª categoria aos 60,8, 3.ª cat. na aldeia do Orvalho (72,7), e a contagem principal a coincidir com o final na Torre.
As metas volantes vão dar pontos em Oleiros (49,6Km), Fundão (119) e Covilhã (138,8).