Com um arranque algo “frio” (53,24) – quiçá para afinar a estratégia seguinte – Liliana Cá foi subindo paulatinamente até chegar aos 63,99 com que conquistou um excelente 6º lugar na final do lançamento do disco no Mundial de Atletismo Oregon’22.
Passou ainda por 68,30 pelo meio mas não conseguiu nem força nem motivação para ir mais além, porquanto se sentiu cansada por causa de quase “maratona” de competições no último mês antes do mundial, o que originou a falta de recuperação verificada, com resultados directos no desenvolvimento nesta prova ao mais alto nível.
Atingir os 63,99 foi também excelente, considerando que foi o melhor resultado alcançado na presente época, ainda assim bem longe dos 66,40 que são o seu próprio recorde nacional desde Março de 2021, se bem que se pode considerar que a recordista portuguesa ficou ao nível dos Jogos Olímpicos do ano passado, onde obteve também um excelente resultado (5ª), realçando que este 6º lugar foi o melhor alguma vez realizado por uma atleta lusa a nível dos Mundiais.
Sobre a prova e o resultado alcançado, Liliana referiu ao site da Federação Portuguesa de Atletismo que “a prova correu-me bem, muitíssimo bem aliás, melhor do que eu estava à espera. Tive dores depois da qualificação e tive de ficar um dia inteiro em recuperação, a ver se chegava à final, mas graças a Deus correu tudo bem”.
Adiantou ainda Liliana que “o primeiro ensaio é uma experiência, para eu poder saber que não estou focada”, e que “este foi um excelente ensaio para daqui a três semanas, no Europeu”.
Liliana salientou ainda que “sentia que podia chegar ao quarto lugar. Mas com o sol custa-me mais a funcionar. No inverno não, mas no verão custa-me mais a ser reactiva por causa do sol. Mas correu bem, e atendendo ao que eu fazia anteriormente, acho que estou a fazer uma excelente época de verão”.
A norte-americana Valarie Almann, que se apurara para a final no último ensaio, abriu com um lançamento de 67,62 metros e logo depois a chinesa Bin Feng passou-a com um lançamento de 69,12 metros. A americana ainda viu a croata Sandra Perkovic a marcar um lançamento a 68,45 e só ao terceiro ensaio respondeu com 68,30. Estava encontrado o pódio e restantes lugares no pódio”
No sétimo dia de competição – esta sexta-feira – termina com mais duas provas de qualificação para os portugueses, com a presença de Leandro Ramos (dardo) e Pedro Pablo Pichardo (triplo salto) a tentarem chegar ao apuramento para a final. O que não vai ser uma “pera doce”.
No lançamento do dardo Leandro Ramos, o recordista de Portugal, que esta época, no meeting de Doha, da Liga Diamante, num dia de ventania, lançou a 84,78 metros, estabelecendo novo máximo nacional, está na luta pela presença na final, que teoricamente lhe será difícil alcançar.
Melhor que a marca dele, esta época, estão oito atletas e com resultados entre os 83 e os 84 metros estão outros 9 atletas. Com o português são 18 candidatos a 12 lugares, o que deixa logo as coisas dentro da realidade.
A marca definida como mínimo para apuramento directo está definida em 83,50, em que apenas são permitidos três ensaios.
O grupo do atleta português está agendado para começar no dia 21 de Julho às 18h35 (02h25 da madrugada de 22 de Julho em Portugal Continental).
Mais ou menos dentro do mesmo horário, Pedro Pichardo e Tiago Pereira são os portugueses que entrarão em actividade, no apuramento para a final do triplo salto, cada um em seu grupo (A e B).
Registe-se que Pichardo vai fazer tudo para que possa estar a discutir a final, na procura do título que lhe falta na carreira.
Pichardo parte como recordista nacional (18,08) – vantagem que se irá manter por muito mais tempo – registando.se que, na presente época, o seu melhor foi de 17,49, enquanto Paulo Pereira tem com recorde pessoal 17,27 e este ano foi apurado com um triplo de 16,82.
Mais cedo (14h15) Inês Henriques, Sandra Silva e Vitória Oliveira vão estar na final directa dos 35 km marcha.
Inês – que ostenta o título de campeão mundial, ainda que nos 50 km – apresenta-se com o recorde nacional de 2.45.51, tendo feito este ano 2.54.46 (ocupando o 36º lugar no ranking mundial deste ano); Vitória tem como registo pessoal 2.56.55 feito esta época e Sandra tem 3.19.47.
De registar que esta prova também se disputa de forma colectiva (mínimo de três atletas a chegar ao fim).
Marcha que iniciará o oitavo dia destes Mundiais de Oregon’22, a caminhar para o fim (domingo).