A jovem – a caminho de ser médica daqui a poucos anos – Mariana Machado estreou-se em grande plano nos Mundiais Absolutos de Atletismo ao bater o recorde pessoal nos 5.000 metros, ainda que insuficiente para se apurar para a final.
Mariana Machado é uma das atletas mais jovens e é também o símbolo do regresso do sector do meio-fundo feminino aos Campeonatos Mundiais de Atletismo, nesta edição de 2021, em Oregon (EUA).
A atleta treinada por Sameiro Araújo – a técnica que mais títulos tem ajudado a conquistar para Portugal no atletismo feminino – ficou no 20º lugar entre as 37 presentes nas duas meias-finais, com o excelente recorde pessoal de 15.18,09, tirando mais de sete segundos à anterior marca (15.25,87), registo também deste ano de 2022.
Com esta marca, Mariana Machado subiu ao 9º lugar no ranking nacional de todos os tempos, recordando-se que em 2021 tinha alcançado 15.42,23, o que releva a extraordinária progressão (24 segundos) de um ano para o outro, podendo ainda voltar a surpreender quando da presença no europeu do próximo mês.
Com esta real “prova dos nove”, Mariana Machado bateu ainda o recorde nacional da categoria de sub23, que pertencia a Inês Monteiro (JOMA) desde 15 de Junho de 2002, em prova realizada no Estádio Universitário de Lisboa.
A bracarense confessou que esta presença nos Mundiais não estava nos seus planos, tendo afirmado que “não estava de todo, comecei a época a pensar nos europeus, mas como a marca que fiz aos 5.000 metros acabou por proporcionar uma abertura na minha presença, alterámos todo o planeamento da época, que estava mais apontada para fazer mais provas de 1 500 metros. Como essa marca deu boas indicações, ‘mudámos a agulha’. Fiz depois uma corrida de 3 000 metros e nos campeonatos de Portugal apostei nos 5.000 metros, para conseguir as marcas necessárias para entrar no lote das apuradas pelo World Ranking. Mas repito, não era de todo o meu objectivo”, confessou a atleta.
Aqui chegada, Mariana Machado considerou ainda que “tendo em conta que é o meu primeiro mundial como sénior, quero aproveitar a experiência porque acho que precisamos entrar sempre nestes palcos, perceber como tudo é para um dia mais tarde poder lutar por outros lugares e objectivos mais altos”.
Sobre esta “subida” na distância, Mariana afirmou que não vai “mudar o rumo da carreira. Tenho ideias muito definidas, assim como a minha treinadora, preciso ser uma grande atleta de 1.500 metros para poder ser uma grande atleta de 5.000 metros. Este ano acabei por não ter essa oportunidade, mas o meu objectivo é apostar bastante nos 1.500 metros, pois pelas minhas capacidades aeróbias, sei que serei uma boa atleta de 5.000 metros. E sim, será em 5.000 metros que irei apostar para Paris’2024”.
Na madrugada desta quarta-feira (2h30), Liliana Cá estará na final do lançamento do disco. Finalista olímpica em Tóquio, no ano passado, Liliana tem a ambição de se manter entre a elite mundial nesta pista de Eugene, a mesma, a par da temperatura, que a deixou “mole”, mas na qual conseguiu o apuramento para a final, onde, segundo afirmou, tudo é possível.
Enquanto isso, Vera Barbosa, a recordista de Portugal precisava de superar-se e atingir uma marca que nunca conseguiu este ano para seguir para a meia-final dos 400 metros barreiras, o que não conseguiu.
No final da sua eliminatória foi sexta classificada com a marca de 56,79 segundos. Abaixo do necessário para seguir em frente.
Para esta quinta-feira, Leandro Ramos estará na qualificação no lançamento do dardo, para onde parte com o recorde pessoal de 82,89 (prova pela 1h05 da madrugada de sexta-feira), onde também estarão o campeão olímpico do triplo-salto, Pedro Pablo Pichardo (18,08 como recorde nacional e 17,49 este ano) e Tiago Pereira (17,27 como recorde pessoal e 16,82 este ano), na procura de chegar à final, em prova com início marcado para as 2h20 de sexta-feira.
Para abrir o apetite para a final dos 35 km na Marcha Atlética, onde estarão (14h15) a campeã mundial (50 km) Inês Henriques, Sandra Silva e Vitória Oliveira.
Artur Madeira