Perfaz nesta sexta-feira, 15 de Julho, 50 anos que se iniciaram os V Jogos Luso-Brasileiros, tendo como palco o Estádio dos Coqueiros, em Luanda, onde foi realizado o Festival de Abertura dos Jogos, a que se seguiu a primeira jornada das competições de atletismo.
Um marco histórico não só para Angola e para Portugal, incluindo-se ainda Moçambique, que também integrou o calendário de competições, num triângulo que teve como cerne especial a lusofonia vista nesses tempos.
Uma edição que se poderá considerar uma das mais importantes, porquanto 1972 foi um ano de alto significado para Portugal, porquanto se cumpriu o IV Centenário da publicação de “Os Lusíadas”, o 150º Aniversário da Independência do Brasil – que cumpre os 200 anos no presente 2022, com o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa a deslocar-se a Brasília em Setembro para esta comemoração – o 50º Aniversário da primeira travessia área do Atlântico Sul por Gago Coutinho e Sacadura Cabral e, ainda, sendo o Ano em que foi instituída a Dupla Nacionalidade.
As fotos aqui divulgadas referem-se ao Programa Desportivo iniciado em 15 de Julho de 1972, em Luanda, e que terminou no dia 30 do mesmo mês, no Estádio Nacional (Cruz Quebrada) com uma dupla jornada de atletismo e o consequente Festival de Encerramento.
Foi nesta data – para dar outro brilho e qualidade aos resultados técnicos na modalidade – que foi inaugurada a primeira pista sintética em Portugal, onde se efectuou o encontro Portugal-Brasil na modalidade que, em Portugal, continua a ser a única que conquistou medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos, por força e obra de campeões como Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro, Nelson Évora e Pedro Pichardo.
Em Angola, cidades como Lobito, Benguela, Silva Porto, Nova Lisboa, Sá da Bandeira, foram palco de competições de outras modalidades, tal como se verificou em Moçambique (Lourenço Marques, Beira, Quelimane e Nampula), com Cascais, Porto, Coimbra, Estoril, Lisboa, Barcelos, Amadora e a Barragem de Montargil, a ser também palco de pelejas noutras modalidades envolvidas na programação.
Pedaços da História deste Portugal à beira mar plantado e, também, de quem esteve presente, como o jornalista que subscreve este texto, ainda que numa dupla função (dirigente, conforme se confirma pelo distintivo, e jornalista, esta no segundo ano da carreira que havia iniciado em 1970 no Jornal “Província de Angola”).
Isto depois de ter representado o Sporting Clube de Luanda (atletismo), na “transferência” do Sporting Clube de Portugal.
São histórias reais da vida das pessoas que tiveram a felicidade de sobreviver a várias crises que se verificaram no país e pelo mundo fora.
