Entrando em campo descontraída de mais, Portugal sofreu dois golos no curto espaço de tempo de cinco minutos, o que criou “calafrios”, apesar do sol que se fez sentir no Estádio Leigh Sports Village, em Wigan & Leigh (Inglaterra), na primeira partida do europeu de futebol feminino.
Demasiada confiança ou falta de humildade qb levaram o onze nacional a cometer duas falhas, que as suíças aproveitaram para marcar dois golos sem apelo nem agravo, numa altura em que apenas se davam os primeiros passados dentro do relvado (em bom estado).
A Suíça colocou-se na frente do marcador por intermédio de Coumba Sow (1’) e Rahel Kiwic (5’) , o primeiro numa jogada normalíssima, com a atacante a dominar a bola na grande área portuguesa, dando dois passos para a direita e a rematar para a o poste esquerdo mais longe, com a guardiã lusa a ver passar a bola sem se sair ao esférico, o que denotou falta de atenção e concentração.
As suíças conseguiram manter a vantagem até ao intervalo, até porque a reacção portuguesa não se fez sentir nos moldes mais próprios e lineares, com jogadas em que a bola rolasse de um lado para o outro, em avanço real não lateral como se verificou e com primazia para o jogo individual, o que reduziu o campo de visão para avançar para a frente em linha e não de forma desgarrada, com lançamentos longos que não deram resultado.
No segundo tempo a equipa começou a mostrar uma maior dinâmica e, até, mais organização em todos os sectores, criando mais oportunidades para chegar ao golo, se bem que continuassem a “meterem-se” pelo meio campo e não pelos flancos, o que dificultou a manobra colectia, face ao individualismo sem nexo.
Diana Gomes (58’) e Jéssica Silva (65’), apontaram os golos lusos, enquanto Diana Silva (78’ e 83’), e Telma Encarnação (88’), num grande remate ao poste direito, poderiam ter concretizado a reviravolta, pese embora o cansaço de correrem demasiado com a bola nos pés ditasse que seria difícil afastarem-se no empate (2-2), um resultado que só dirá mais alguma coisa em função do comportamento que a formação venha a ter nos dois jogos seguintes do grupo.
Os 56% de posse de bola de Portugal, contra 44% da Suíça, e 16 remates contra sete das helvéticas, podem explicar a superioridade estatística, mas o colectivo deve funcionar em maior grau do que o individualismo de uma ou outra.
Neste Grupo C, as quatro equipas estão empatadas em pontos, porquanto os Países Baixos e a Suécia também empataram (1-1).
Na quarta-feira, Portugal defrontará os Países Baixos, na segunda ronda.
Entretanto, a internacional portuguesa Andreia Jacinto, que falhou o Europeu devido a um problema físico, esteve este sábado em Wigan & Leigh, a assistir à estreia de Portugal no Campeonato da Europa feminino.
A jogadora, que foi recebida pelo seleccionador nacional, esteve com as companheiras de equipa no balneário e recebeu, das mãos do presidente da FPF, Fernando Gomes, uma camisola e uma placa alusiva à participação no Europeu.
Por outro lado, Ana Borges completou o 145º jogo por Portugal, igualando a proeza cometida pela também (mas antiga) internacional Carla Couto.
A jogadora do Sporting, que foi titular diante da Suíça, contabiliza agora 145 internacionalizações pela principal Selecção Nacional, em igualdade com Carla Couto e à frente de Carole (143), Dolores Silva (137), Cláudia Neto (136) e Edite Fernandes (132).
Para Francisco Neto, responsável técnico pela equipa lusa, em declarações ao site da FPF, “acho que fomos nitidamente superiores. Foram dois erros posicionais, nos primeiros cinco minutos que deram a vantagem às suíças. Não foi o domínio da Suíça que nos levou a sofrer dois golos. A única coisa que lhes disse, depois do 2-0, foi que tínhamos de manter a nossa dinâmica. Acima de tudo, realço a maturidade desta equipa, aquilo que elas têm vindo a passar nos últimos oito anos, e que nos permite, nestes momentos, conseguir reagir assim.
Na segunda parte, com muita maturidade e muita tranquilidade, foi um Portugal avassalador. Tentamos ao máximo estimular as características inatas das nossas jogadoras. Felizmente temos jogadoras com essas características, com velocidade, com qualidade técnica, com possibilidade de circular [a bola], e, quando não somos tão fortes fisicamente, temos de ser mais inteligentes e temos de procurar a antecipação. Essa tem sido a nossa arma para competir ao mais alto nível”.