Giro d’ Italia
Ultrapassando todos os momentos menos bons que aconteceram na sua vida ao longo de 2021 – desde ter tido Covid-19 por duas vezes e, depois, ter tido um acidente neste mesmo Giro e ter desistido na Vuelta de Espanha – o italiano Giulio Ciccone ressurgiu do nada e ganhou, isolado, a etapa deste domingo do Giro de Itália.
Chegando isolado à meta, com mais de minuto e meio, depois de ultrapassar 178 km, entre Rivarolo Canavese e Cogne, com três montantes acima dos 1.400 metros, Ciccone apresentou-se com num espirito batalhador de se lhe tirar o chapéu face à enorme vontade e garra de afastar os maus-olhados anteriores.
E se assim o pensou, ou não, conseguindo uma alma indómita de vencer, Ciccone comprovou que aí está para poder fazer algo de positivo e dar uma “sapatada” no azar, quiçá desafiando as probabilidades de que não se encontraria mais a este nível.
Sempre na brecha, Ciccone soube contornar as dificuldades de uma etapa deste calibre, talvez também com alguma ajuda Divina, para dominar tudo e todos e arrancar um triunfo que poder chegar mais acima, ainda que bem longe do top10 que pretende almejar.
Ciccone (Trek) completou a etapa com o tempo de 4h32m41s, deixando o segundo classificado, Santiago Sanchez (Bahrain) a 1m31s e Antonio Pedrero (Movistar) a 2m19s, com Hugh John Cartly (EF Education) a ficar a 3m09s e Martign Tisveld (DSM) a 4m36s.
O grande pelotão chegou a partir do 11º (Fabio Felline – Astana), tendo João Almeida (UAE) sido 34º a 7m48s, o mesmo tempo conseguido por Rui Costa (UAE) na 34ª posição e com Rui Oliveira a ficar no 137º lugar, a 38m31s do vencedor.
Dado o atraso de todos os primeiros em relação à classificação geral, não houve alterações no que concerne aos nove primeiros, mantendo-se Richard Carapaz (Ineos) na liderança (63h06m57s), Jai Hindley (Bora) na segunda posição e a 7 segundos, seguindo-se João Almeida (UAE), a 30 segundos, no terceiro lugar.
Seguem-se Mikel Landa (Bahrain) a 59s; Pozzovivo (Intermarché) a 1m01s; Pello Bilbao (Bahrain), a 1m52s; E. Buchmann (Bora) a 1m58s; V. Nibali (Astana), a 2m58s; Juan Perez López (Trek), a 4m04s, entrando para a décima posição G. Martin (Cofidis), a 8m02s.
Rui Costa subiu para o 44º posto, a 1h15m57s, enquanto Rui Oliveira (ambos da UAE) subiu um lugares, fixando-se no 150º lugar, a 3h47m58s do primeiro classificado.
João Almeida mantém a liderança na Juventude (Branca); a Montanha passou a ser liderada por Koen Bouwman (Jumbo Visma) e Arnaud Démare (Groupama) lidera nos Pontos. Por equipas, a Bora Hansgrohe voltou à liderança, deixando a Bahrain a 1m02s e a IntermarchéWanty a 11m49s.
Nesta segunda-feira cumpre-se o segundo dia de descanso e, na terça-feira, lugar à 16ª etapa, entre Saló e Aprica, com 202 km, de novo repleta de montanhas altas (1.932, 1.854 e 1.448 metros respectivamente). Um descanso curto para tamanhas dificuldades que se prevêem.
