Depois de várias etapas em que o rolar era a palavra de cada dia, independentemente das maiores ou menores dificuldades encontradas pela estrada, a verdade é que este sábado ditou as primeiras leis dos, para já, mais fortes, que levaram a uma mudança de líder.
Num percurso onde a montanha foi uma presença assídua, Simon Yates comprovou nestas coisas das subidas e descidas é dos melhores, pelo menos neste sábado, chegando ao fim da etapa com um forte final para vencer ao sprint, à frente de um pequeno grupo que se impôs até final e dar a primeira volta, antes de se chegar à prova da verdade (contrarrelógio individual) onde cada um terá de demonstrar que será o melhor.
Mas a etapa deste domingo promete bastante, porque haverá três montanhas com altitude entre 1.400 e 1.600 metros, que pode provocar mossa da grossa, como se diz.
Com uma “arrepiante” frieza, João Almeida continua a dar uma lição de táctica e de garra, mantendo o terceiro lugar, ainda que agora mais longe uns segundos (30), nada que não seja recuperável quando for necessário, porquanto os cálculos apontam para um possível triunfo sem deixar margem para dúvidas.
Rui Costa e Rui Oliveira continuam na sua linha, cada vez mais longe do top ten, mas a marcar também a diferença, quiçá longe daquilo que gostariam de demonstrar.
Simon Yates (BikaExchange-Jayco) foi o vencedor isolado, com 3h43m44s, deixando os três seguintes a 15 segundos, como foram os casos de Jai Hindlay (Boa Hansgrohe), Richard Carapaz (INEOS) e Vincenzo Niballi (Astana). Domenico Pozzovivo (Intermarché-Wanty) foi 5º, a 28 segundos.
João Almeida (UAE) chegou na sexta posição, a 39 segundos, enquanto Rui Costa (UAE) terminou no 72º lugar (a 30 minutos e 22 segundos) e Rui Oliveira acabou na 151ª posição, a 39m43s.
Para além do líder ter mudado, também houve outras alterações, ainda que de menor premência, porquanto a diferença de tempo entre os melhores não é assim tão grande que possa “atirar” um ou outro para fora da corrida.
O colombiano Richard Carapaz (INEOS) – um dos candidatos ao título – aproveitou a boleia e passou a liderar, com o total de 58h21m28s, ficando apenas com 7 segundos de vantagem do australiano Jai Hindlay, enquanto João Almeida (UAE) se mantém na terceira posição, a 30 segundos.
Seguem-se Mikel Landa (Bahrain) a 59s; Domenico Pozzovivo (Intermarché-Wanty) a 1m01s; Pello Bilbao (Bahrain), a 1m52s; Emannuel Buchmann (Bora) a 1m58s, Vincenzo Nibali (Astana) a 2m58s; Juan Lopez (TREK), a 4m04s (ex-líder este sábado apeado) e Alejandro Valverde (Movistar), a 9m06s.
Rui Costa desceu dois lugares e está no 54º posto, a 1h15m57s, enquanto Rui Oliveira (ambos da UAE) subiu três lugares e fixando-se no 151º lugar, a 3h17m15s do primeiro classificado.
Arnaud Démare (Groupama) continua a ser o melhor nos Pontos; na Montanha Diego Rosa (EOLO Kometa) continua no comando; por equipas a Bora Hansgrohe voltou à liderança com pouco mais de sete minutos de avança do da Bahrain Victorius (2ª). João Almeida está impávido e sereno no comando do Prémio Juventude.
Neste domingo, a montanha, vai fazer ranger os dentes a alguns, Rivarolo Canavese e Cogne, com uma distância de 178 km. Haverá três contagem de Montanha (1.421 metros aos 104,7 km, seguindo-se depois 1.582 aos 136,9 km e a última, na linha de chegada, com 1.534 metros), muito bom para aquecer.
De registar que o segundo dia de descanso terá lugar nesta segunda-feira.