A russa Anastasia Pavlyuchenkova chegou, estreou-se (na terra-batida), viu e ganhou o Portugal Open 2013, que este sábado se concluiu no vale do Jamor, no que foi um triunfo múltiplo, sofrido mas merecido.
Anastasia (19ª – WTA) sagrou-se campeã sob um sol abrasador, suou a bem suar as estopinhas para chegar ao título, porquanto teve que dar a volta à desvantagem que teve na parte inicial do primeiro set, que foi até a um 7-5 “escaldante”. No segundo, mais rodada e mais segura, triunfou com um esclarecedor 6-2.
A sua adversária, a espanhola, Carla Suarez Navarro (23ª – WTA), não conseguiu os seus intentos e voltou a “escorregar” na final, tal como acontecera no ano passado. Coisas do desporto.
Especialista em piso rápido, a russa soube adaptar-se e tornear eventuais dificuldades criadas pelo piso de terra (pó de tijolo).
Com a mãe e a treinadora, Martina Hingis, nas bancadas, Pavlyuchenkova começou o encontro de forma nervosa e cedeu de imediato o break perante uma Suarez Navarro mais assertiva e menos errática. A partir daí, o nível de jogo subiu muitíssimo, com praticamente todos os jogos a serem discutidos nas vantagens e com a tenista russa a subir gradualmente a intensidade do seu ténis. Suarez Navarro chegou a dispor de três set-points, mas a garra de Pavlyuchenkova acabou por fazer a diferença numa recta final de set onde venceu quatro jogos consecutivos.
“Estive muito bem no primeiro set, mas sabia que a Nastia era uma jogadora muito complicada. Estive muito bem no serviço mas na altura dos set-points não estive assim tão bem. Na recta final do set a Nastia acabou por jogar muito bem e eu acabei por ceder animicamente”, salientou Suarez Navarro, que adiantou ainda que “foi uma grande semana e chegar à final é sempre complicado. Saio triste por hoje mas, no geral, foi uma boa semana”, concluiu.
Este é o primeiro título em terra-batida da carreira para Anastasia Pavlyuchenkova e o quinto no geral, depois de se ter sagrado campeã em Istambul (2010) e Monterrey (2010, 2011 e 2013). É também o primeiro título que ganha com a supervisão de Martina Hingis em court. Quanto a Carla Suarez Navarro continua sem conseguir qualquer título WTA em cinco oportunidades (finalista vencida em Marbella 2009 e 2010, Estoril 2012 e Acapulco 2013).
Na outra final deste sábado, Hao-Ching Chan e Kristina Mladenovic sagraram-se hoje campeãs do torneio de pares femininos. A dupla franco-asiática mostrou-se superior a Darija Jurak e Katalin Marosi e precisou de pouco mais de 1 hora e 20 minutos para vencer pelos parciais de 7-6(3) 6-2.
Depois de um primeiro set muito equilibrado, a jovem dupla (tanto Chan como Mladenovic têm 19 anos) revelou-se bastante superior no segundo set, não tremendo na altura de confirmar o primeiro título em conjunto. Este é o primeiro título para Chan, que já havia disputado uma final, e o quinto para Mladenovic, campeã em Memphis, Charleston, Montréal e Quebec City, sempre com parceiras diferentes.
Nas meias-finais dos singulares, David Ferrer colocou-se este sábado a apenas uma vitória de se tornar no mais velho campeão de sempre da história do Portugal Open. O tenista espanhol de 31 anos, actual nº 4 do mundo, fez a sua melhor exibição da semana para derrotar Andreas Seppi por 6-4 e 6-1 e marcar confronto com Stanislas Wawrinka na final deste domingo.
“Estou muito feliz pelo encontro que fiz e por estar pela primeira vez na final do Portugal Open. Este foi de longe o meu melhor encontro da semana”, afirmou Ferrer, realçando as qualidades do seu próximo adversário, com quem treinou algumas vezes durante a semana: ”É muito diferente o nível de um treino para o de um encontro. Tenho de jogar o meu melhor ténis para o bater porque ele é um grande jogador e tem pancadas impressionantes”.
A defender o estatuto de primeiro cabeça-de-série, Ferrer fez um primeiro set de grande qualidade diante de um Seppi bem abaixo do nível ontem apresentado frente a Tommy Robredo.
Com o primeiro set ganho, Ferrer manteve o bom ritmo, mas viu o seu adversário elevar o nível exibicional, principalmente nos seus jogos de serviço. O marcador seguiu igualado até ao 3-3, altura em que Ferrer lutou muito para conseguir o decisivo break. Daí em diante, e apesar das investidas de Seppi, a maior experiência de David Ferrer acabou por prevalecer.
Esta será a quinta final do ano para o jogador espanhol, que se sagrou campeão em Buenos Aires e Auckland e finalista vencido no Masters 1000 de Miami e em Acapulco. Ferrer irá discutir o título com Stanislas Wawrinka, numa reedição da final de Buenos Aires deste ano, ganha pelo espanhol. Em dez confrontos, Ferrer lidera o head-to-head por 7-3.
Na outra meia-final, Semifinalista em 2012, Stanislas Wawrinka (16º – ATP e semifinalista em 2012) garantiu o lugar na final depois de bater o jovem espanhol Pablo Carreño Busta (228º – ATP). Num encontro de elevado nível, o tenista suíço teve de lutar bastante para levar a melhor sobre o aguerrido espanhol, impondo-se pelos parciais de 6-3, 3-6 e 6-1.
“Estou muito feliz. Não é todos os dias que se chega a uma final”, afirmou o suíço, que já disputou 10 finais na carreira (três títulos e sete finais perdidas). “Ele jogou bastante bem no segundo set, muito agressivo, mas eu consegui recompor-me para vencer. Tive de lutar e no final estava a jogar muito bem”, declarou Wawrinka, desvalorizando o facto de ter um registo negativo em finais porque “sempre que perdi foi para jogadores mais cotados”.
Wawrinka iniciou o encontro muito forte e fez um primeiro set praticamente perfeito, principalmente no capítulo do serviço, onde ganhou 87% de pontos sempre que colocou a primeira bola. Apesar da derrota no primeiro parcial, Carreño Busta não se deu por vencido, talvez recordando os três encontros que tinha ganho no Jamor depois de perder o primeiro set – Javier Martí, David Goffin e Fabio Fognini.
O jovem jogador espanhol de 21 anos, a fazer o torneio da sua carreira, após ultrapassar o qualifying, fez o break de entrada no segundo parcial e embalou para uma prestação de grande nível, impondo o seu ténis agressivo e aventurando-se várias vezes na rede. Com um set para cada lado, na “negra” foi a vez de Wawrinka mostrar o porquê de ser ele o nº16 mundial, aproveitando-se do evidente cansaço denotado por Busta (sete jogos em oito dias) para vencer de forma relativamente tranquila.
Esta é a segunda final do ano para Stanislas Wawrinka, que procura o primeiro título desde Chennai em 2011 e detém um registo de cinco vitórias e uma derrota no Jamor. “Gosto muito do torneio e sinto-me bem aqui. A organização trata bem de nós, o tempo é bom e estou muito feliz por jogar aqui”, completou. Por sua vez, Pablo Carreño Busta despede-se do Jamor após uma prestação memorável e com a garantia da subida de 60 lugares no ranking ATP, que o deverão colocar dentro do top -170 mundial.
Este domingo, pelas 12,30, lugar à final dos pares masculinos e, para fechar a festa em beleza, a final dos singulares com Ferrer e Wawrinka a lutarem pelo troféu em disputa.