Na “maratona das mil emoções” – como foi cognominada a Maratona da Europa, com dois anos de vida mas com pernas para fundo longo – que serviu como Campeonato de Portugal, André Costa e Alexandra Oliveira consagraram-se campeões nacionais da prova em que Carlos Lopes e Rosa Mota trouxeram o ouro olímpico para Portugal.
Entre Aveiro e a Gafanha da Nazaré – passando ainda por outras zonas do concelho aveirense – os dois atletas não tiveram dificuldades (além das que se referem ao esforço que tiveram que desenvolver para completar os 42.195 metros) para chegarem aos respectivos triunfos, com tempos razoáveis, numa altura em que o fundo português continua sem figuras de primeira linha internacional.
Numa manhã magnífica para a corrida, com um “mar de gente”, à beira da Ria, no Cais da Fonte Nova, a Maratona da Europa mostrou-se exemplar para receber os atletas que participaram em todas as distâncias (maratona, meia-maratona, 10 km e caminhada de 5 km).
André Costa (Clube de Praças da Armada) ficou na frente da corrida desde o início e fez a prova de modo solitário, finalizando a prova em 2h24m39s, deixando José Sousa (Praia de Mira) no segundo lugar (2.26.09) e Augusto Costa (Amigos da Montanha) a fechar o pódio com o tempo de 2.26.18.
Depois de ter estado presente nos últimos campeonatos de maratona (2019 e 2021) e ter corrido na primeira edição da Maratona da Europa, sem vencer, André entrou nesta competição com o objectivo de ser bem-sucedido.
No final da competição, o atleta marinheiro referiu que “há dois anos cortei a meta em lágrimas, de sofrimento, mas este ano cortei em lágrimas, mas de satisfação” pelo título alcançado, “redimindo-se” dos percalços das anteriores presenças.
A seguir ao pódio, classificaram-se Fernando Lemos (2.29.25); Ivan Nunes (2.31.02); Joaquim Cristiano (2.38.51); Alexandre Felício (Correr Lisboa), com 2.41.42; Fábio Sufiatti (2.43.12); Marco Faria (Vizela Corre), com 2.43.19 e João Poças (2.43.48) classificaram-se por esta ordem.
No feminino, a estreante na distância Alexandra Oliveira (CS Marítimo-Madeira) não teve adversárias à altura, tendo terminado com 2.56.41, deixando a segunda classificada, Júlia Conceição (FC Penafiel) na segunda posição, com 3.18.01, e Sofia Peixoto (El Comandante) a fechar o pódio, com 3.31.29.
Pelo meio ficaram atletas “não federadas” como Cátia Rodrigues (Escola de Atletismo de Coimbra, clube que parece estar filiado na Federação), que chegou no terceiro lugar com 3.26.48, seguindo-se Chantal Shervelle (3.26.53), Carla Bernardino (3.30.55) e Cátia Falhas (3.31.19).
A sportinguista Catarina Ribeiro, que não tinha sido feliz em Roterdão, porquanto não conseguiu os mínimos para as provas internacionais, não completou a prova.
O vencedor dos Campeonatos de Portugal no Desporto Adaptado foi Manuel Mendes (2.53.31), medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, realçando-se o treinador Ricardo Ribas, que orienta o treino dos segundo e terceiro atletas masculinos e segunda em femininos.