A Federação Portuguesa de Atletismo e a organização da Maratona da Europa deram as mãos para juntar a prova da Maratona ao Campeonato de Portugal da distância, fazendo aumentar o impacto desta disciplina de longa distância.
Iniciada há 122 anos – mas comemorando a 90ª edição em termos de competição oficial – o evento marca indelevelmente a distância mítica, que já proporcionou dois títulos olímpicos a Portugal por intermédio de Carlos Lopes (que também foi recordista olímpico, mundial e europeu, que passou o ceptro a António Pinto pouco tempo depois) e Rosa Mota, mas que marcou com letras de ouro as páginas de honra das melhores maratonas mundiais, como as protagonizadas por Aurora Cunha, vencedora das maratonas de Paris (88), Tóquio (88), Chicago (90) e Roterdão (92), que actualmente é a madrinha da Maratona da Europa Aveiro, anfitriã dos Campeonatos de Portugal.
Estes Campeonatos foram organizados pela FPA até 1990, altura em que começaram a ser incluídos nas maratonas portuguesas (Porto, Lisboa e Funchal), com excepção da realizada em 2021 (pela FPA e Associação de Setúbal), devido à pandemia.
Com o primeiro triunfo (1910) a pertencer a Francisco Lázaro (2.57.35), atleta que viria a falecer dois anos depois, após colapsar na maratona olímpica de Estocolmo (2012), até 1982, em termos masculinos, foram vários os atletas que repetiram títulos nacionais na maratona, mas nenhum coleccionou 10 títulos como o sportinguista Armando Aldegalega, ainda hoje o atleta que tem mais anos de federado na modalidade.
De 1982 até aos nossos dias, poucos atletas “bisaram” os títulos, nomeadamente Telmo Fernandes, Domingos Neves, Eusébio Rosa, Luís Jesus e Vasco Azevedo. O recorde da competição (2h13m21s) pertence a Rui Pedro Silva (Benfica), obtido em 2013.
No feminino, a história é mais curta e bem diferente, isto porque só em 1982 é que foi autorizada a participação das mulheres, curiosamente no mesmo ano em que a distância de maratona foi incluída pela primeira vez numa grande competição (Campeonatos da Europa, em Atenas) e que conheceu o primeiro triunfo de uma portuguesa (Rosa Mota). Por cá a primeira campeã foi Helena Rolim (2.59.58) e a detentora do maior número de títulos (seis) é Rosa Madureira. O recorde da competição pertence a Fernanda Ribeiro, com 2.31.11 (2009).
Nesta edição, que volta ao formato “normal”, depois de em 2020 não se ter realizado (devido à pandemia), e em 2021 apenas ter acolhido um número reduzido de atletas federados, a edição deste ano não contará com nenhum dos vencedores do ano passado (Luís Saraiva e Rafaela Fonseca) mas terá a presença do campeão em 2019, José Sousa (CCR Praia de Mira), enquanto em femininos avulta o nome da sportinguista Catarina Ribeiro.
A competição terá início às 8.30 horas, junto ao Centro de Congressos de Aveiro – Cais da Fonte Nova.
A Maratona da Europa vai para a segunda edição, depois de, em 2019, Fábio Oliveira (2.24.32) e Graça Costa (3.17.58) terem vencido.
A Câmara Municipal de Ílhavo e a Região de Turismo do Centro prestam o apoio indispensável a esta “junção”, a bem da modalidade.