Paulo Jorge Pereira, seleccionador nacional, destacou a velocidade dos neerlandeses, que já não era novidade para Portugal e acrescentou que “tivemos aqui uma selecção dos Países Baixos altamente competente na transição ofensiva, no contra-ataque. Nós sabíamos que isso ia acontecer”.
Acrescentou depois que “estamos com necessidade de fazer quase sempre duas trocas defensivas, para também mantermos a defesa posicional e a eficácia, mas às vezes temos uma coisa e às vezes não temos outra. Mesmo assim foi um jogo equilibrado, podíamos ter tido um resultado um bocadinho melhor do que este”.
O seleccionador referiu ainda que “isto ainda não acabou e os portugueses vão aos Países Baixos a acreditar na passagem ao Mundial. Eles não nos surpreenderam em nada, mas agora é começar a pensar voltar outra vez a este tema da recuperação defensiva, para podermos ser mais competitivos lá. Isto ainda não acabou, são dois jogos e temos de continuar a acreditar que vamos estar no próximo Mundial.”
A Arena de Portimão recebeu o primeiro embate dos Heróis do Mar frente aos Países Baixos, que pode dar acesso ao Campeonato do Mundo de 2023, com casa praticamente cheia e em que Portugal entrou em campo para ajustar contas com a congénere neerlandesa, após resultado desfavorável no EHF Euro de 2022, em Janeiro passado, tendo apresentado o sete base com Gustavo Capdeville, Leonel Fernandes, Fábio Magalhães, Rui Silva, Victor Iturriza, Bélone Moreira e António Areia e começou por marcar pela mão de Victor Iturriza mas, na resposta, Dani Baijens acabou por equalizar o encontro. O pivô voltou a mostrar inspiração após um passe de Bélone Moreira e acabou por colocar o marcador em 2-1; os Países Baixos acabaram por voltar a mostrar a sua qualidade e a igualdade foi reposta. Com cinco minutos volvidos. Portugal acabou por falhar no ataque mas um roubo de bola pelo atleta da casa, Gilberto Duarte, resultou em nova superioridade lusa, rapidamente desfeita pelos neelandeses. À quarta foi de vez e Bart Ravensbergen acabou por negar o golo a Victor Iturriza no ataque seguinte, ajudando a sua equipa a colocar-se na frente do marcador, pela primeira vez em todo o encontro (3-4).
O capitão da Selecção Nacional acabou por mostrar os seus argumentos mas o ataque dos Países Baixos continuava sem vacilar. Quando o marcador assinalava 5-5, foi a vez de Gustavo Capdeville levantar um muro na baliza lusa, mas na ressaca Leonel Fernandes acabou por não conseguir colocar Portugal na frente (16-17).
Na entrada para o segundo tempo, novamente, Victor Iturriza voltou a deixar tudo empatado, por duas ocasiões, a última a 18 golos mas Kay Smits recolocaria os Países Baixos em vantagem. Fábio Magalhães, o mais internacional português ao serviço da Seleção Nacional, voltou a dar o empate e na estreia, Francisco Costa, acabou por dar a liderança aos Heróis do Mar, a 20-19.
O jogo manteve-se por um golo, com momentos bastante emocionantes, até que o timoneiro da equipa neerlandesa levou o cartão verde à mesa a, praticamente cinco minutos do final, altura em que Leonel Fernandes, em combinação com Miguel Martins empata o jogo a 30 golos. Na recta final do encontro, Portugal acabou por sofrer dois golos e os Países Baixos retornam à liderança, forçando Paulo Pereira a pedir time-out. No fecho, os Heróis do Mar não foram capazes de refazer as contas e acabaram por averbar uma derrota (30-33) na primeira mão do Play-Off para o Campeonato do Mundo de 2023.
A segunda mão, deste Play-Off, terá lugar no próximo domingo, em Eindhoven, nos Países Baixos, o qual poderá acompanhar na RTP2 (13H).