Mas não foi só Pedro Pichardo que, campeão olímpico, ficou de fora como, também, a selecção nacional de Andebol, a primeira nos desportos colectivos de pavilhão que chegou aos Jogos Olímpicos, com a ajuda do célebre guardião Quintana, o herói português que faleceu antes de rumar a Tóquio.
Numa relação de mérito entre os premiados eleitos nas cinco categorias (três dos quais relacionados com o Futsal, que nem sequer é disciplina olímpica), não há dúvida que Pichardo seria, sempre, o melhor atleta masculino do ano de 2021, prémio que foi atribuído – por votação do público – ao judoca Jorge Fonseca, que conquistou a medalha de bronze nos mesmos Jogos Olímpicos, quiçá a razão por que o atleta do Benfica não esteve presente no Casino Estoril, onde decorreu, esta quinta-feira, a 25ª Gala da Confederação do Desporto de Portugal.
De entre os cinco finalistas nesta categoria, estavam ainda Fernando Pimenta, o atleta mais medalhado na canoagem e no desporto nacional, e Norberto Mourão, da classe paralímpica, que conquistou uma medalha de bronze também em Tóquio, mas que merecia estar numa só categoria, dadas as características do desporto adaptado.
Não se pode considerar que somos todos iguais – para defender a igualdade do género e a paridade – quando, na realidade, somos diferentes por força das circunstâncias (deficiência física), em especial na questão da competitividade desportiva.
Aliás, Norberto Mourão foi considerado o atleta do ano pelo Comité Paralímpico de Portugal e com toda a justeza entre os iguais do desporto adaptado.
Algo deve ser feito para evitar que situações deste tipo não se verifiquem, independentemente de quem são ou o que fazem, salientando-se o mérito dos resultados obtidos.
Como Treinador do ano foi eleito Jorge Braz, o seleccionador nacional de futebol de salão, enquanto a Jovem Promessa, Izaquel Gomes Té (conhecido como Zicky), jogador de futsal do Sporting e da selecção nacional foi a mais votada.
A equipa do ano eleita foi a selecção nacional de Futsal – com o mérito de ter conquistado o campeonato do Mundo e da Europa – enquanto Patrícia Mamona foi eleita a atleta feminina do ano, que não tendo estado presente por se encontrar a preparar a participação no Mundial de Pista Coberta, daqui a pouco mais de uma semana.
Pela Confederação do Desporto de Portugal – que agrega todas as Federações desportivas registadas em Portugal – foi atribuído o Prémio Alto Prestígio a um antigo praticante desportivo, professor de educação física, que catapultou para a sociedade a promoção e divulgação dos valores da Ética no Desporto, de seu nome Carlos Alberto Gonçalves, que chegou a ser Presidente do Comité Internacional de Fair Play durante vários anos, que mereceu tal honra pelo trabalho desenvolvido ao longo de várias décadas.
O Prémio Ética no Desporto, promovido pelo Plano Nacional da Ética no Desporto, via Instituto Português da Juventude e do Desporto, foi atribuído à Federação Portuguesa de Futebol pelo apoio – cedendo o hotel-centro de estágio das selecções nacionais – prestado no decorrer das primeiras fases da Pandemia provocada pelo Covid-19.
Foram ainda entregues os prémios aos melhores desportistas (nas várias modalidades, como campeões mundiais e europeus) propostos por cada uma das Federações que registaram os respectivos êxitos.