Com um bom 39º lugar no Slalom de Esqui Alpino, Ricardo Brancal esteve dentro do que se esperava, onde apenas faltou um “click” para que o esquiador luso pudesse ter chegado, no mínimo, ao 32.º lugar que George Mendes, alcançou (1994), em Lillehammer 1994.
Brancal (25 anos) completou a prova a 22,22 segundos do novo campeão olímpico, o francês Clement Noel (1.44,09), no conjunto das duas mangas., tendo conseguido o 46º na primeira manga, a 12,32 segundos do austríaco Johannes Strolz (53,92), que foi o melhor na ronda inicial. Já na segunda e derradeira manga, o esquiador da Equipa Portugal fez a 38ª marca, com mais 10,28 segundos do que a melhor, realizada por Clement Noel.
A medalha de prata foi para o austríaco Johannes Strolz e a de bronze para o norueguês Sebastian Foss-Solevaag.
Iniciaram a prova 87 esquiadores, dos quais 45 chegaram ao fim (35 na 1ª manga e sete na 2ª).
Ao site do COP, Ricardo Brancal disse ter ficado “satisfeito com a performance, especialmente na 1ª manga, onde saíram muitos atletas”, tendo acrescentado que “felizmente, consegui chegar ao fim, apesar de exausto, fisicamente. Na 2ª manga tive bons primeiros sectores e na parte final senti que podia ter feito algo mais, porque ainda tinha mais para dar”, tendo concluído que “agradeço ao Comité Olímpico e a toda a gente que esteve presente e apoiou Portugal. Todos nós aqui sentimos o calor dos portugueses”.
Ricardo Brancal junta este 39º lugar em slalom ao 37º conseguido no slalom gigante, sendo este o melhor resultado alcançado por um esquiador português em Jogos Olímpicos. No slalom, o 32º lugar de George Mendes, em Lillehammer 1994, continua a ser o resultado de referência.
Portugal participou pela nona vez nos Jogos Olímpicos de inverno, a quinta consecutiva. Depois de Oslo 1952, Calgary 1988, Lillehammer 1994, Nagano 1998, Turim 2006, Vancouver 2010, Sochi 2014 e PyeongChang 2018, a Equipa Portugal apresentou-se em Pequim 2022 – na cidade que pela primeira vez na história do Movimento Olímpico realizou os Jogos de Inverno depois de já ter acolhido uma edição de verão, em 2008 – com três atletas.
De acordo com o balanço realizado, o Comité Olímpico salientou que “os objectivos definidos à partida para Vanina Oliveira, Ricardo Brancal e José Cabeça foram globalmente atingidos: melhorar os resultados alcançados pelos seus antecessores nas provas de Esqui Alpino (slalom e slalom gigante) e Esqui de Fundo (15 km estilo clássico) ”.
Vanina Oliveira (19 anos), a terceira mulher portuguesa a integrar uma missão olímpica depois de Mafalda Queiroz Pereira (Nagano 1998) e Camille Dias (Sochi 2014), foi 43ª no slalom gigante, melhorando o 59º lugar de Camille, mas não terminou a prova de slalom, permanecendo o 40.º lugar alcançado pela sua antecessora em Sochi como o resultado a bater nesta disciplina.
Ricardo Brancal apontou ao top 50, com a ambição de poder melhorar as posições de Arthur Hanse, em PyeongChang. “E cumpriu em slalom gigante, sendo 37º, quando Hanse fora 66º; no slalom acabou também dentro do top 50, no 39º lugar, tendo o seu antecessor sido 38º e George Mendes 32º nos Jogos Olímpicos Lillehammer 1994”.
José Cabeça (25 anos), foi o terceiro atleta português a participar na competição de Esqui de Fundo (15 km clássicos), depois de Danny Silva (94º em Turim 2006 e 95º em Vancouver 2010) e Kequyen Lam (113.º em PyeongChang 2018), e fixou o melhor resultado de sempre no seu 88º lugar.
Para Pedro Farromba, chefe da Missão de Portugal, “o balanço da representação nacional em Pequim 2022 foi positivo”, frisando que “a Missão de Portugal confirmou a evolução que as modalidades de inverno têm tido no nosso País. Sustentámos um trabalho que tem vindo a ser feito e abrimos as portas para mais e melhores missões olímpicas no futuro”.
Acrescentou ainda o dirigente que “enquanto chefe de missão, estou muito contente com os resultados e com a nossa equipa: atletas, treinadores, fisioterapeuta e CLO (oficial de ligação Covid), que teve um papel tão importante nestes Jogos. Conseguimos garantir, ao contrário de muitos outros países, o cumprimento integral das imposições definidas e assim não ter tido nenhum caso positivo, cumprindo-me agradecer a todos: Comité Olímpico de Portugal pela confiança, IPDJ, por todo o apoio, Pedro Flávio, pela enorme parceria ao longo de muitos anos, Sérgio Figueiredo, Ragnar, Yannick e Tiago Rosa pelo apoio aos atletas; à Vanina, ao Zé e ao Ricardo por lutarem e acreditarem”
O chefe da Missão de Portugal a Pequim 2022 manifestou-se também reconhecido pelo apoio recebido dos portugueses, salientando “uma última e sentida palavra para os muitos que torceram por nós, às muitas mensagens, aos emails e aos telefonemas. Acreditem que mesmo longe sentimos o vosso apoio. Como disse Nelson Mandela, o desporto tem realmente a capacidade de poder mudar o mundo!”.
Noruega comanda medalheiro
Com 13 de ouro, 7 de prata e 8 de bronze (total de 28), a Noruega lidera o ranking dos países mais medalhados nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, terminado o dia desta quarta-feira.
Nas posições seguintes – aqui não há pódio oficial mas apenas mapa comparativo – estão a Alemanha, com 20 (10-6-4) e Estados Unidos da América, com 19 (8-7-4), com a China a somar 13 (7-4-2), Áustria, com 17 (6-7-4), Países Baixos, Suécia e Suíça, com 14 (6-4-4); Comité Olímpico da Rússia, com 24 (4-8-12) e França, com 13 (4-7-2), entre os vinte e sete países que conquistaram medalhas até ao momento.
Os Jogos Olímpicos encerram no domingo, dia 20.