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“Capacidade de superação e vontade de darem o melhor de si” – de acordo com a informação veiculada pelo Comité Olímpico de Portugal – foi o estado de espírito demonstrado pelos atletas da Equipa Portugal que vão representar o país nos Jogos Olímpicos de inverno Pequim 2022.
A apresentação aconteceu na manhã deste último dia de Janeiro, na sede do COP, onde Vanina Guerillot Oliveira, Ricardo Brancal (ambos em Esqui Alpino) e José Cabeça (Esqui de Fundo) se deram a conhecer, bem como a data da partida para a China, onde chegarão na quarta-feira às 10h20 locais (-8 em Portugal) com o objectivo de alcançar os melhores resultados possíveis. Vanina Guerillot Oliveira (19 anos), participa na competição de Esqui Alpino feminino, em Slalom Gigante e Slalom, e quer “esquiar o melhor possível, rápido”, de forma a “representar bem Portugal”, para também “desfrutar da experiência” de estar nos Jogos Olímpicos.
Ricardo Brancal (25 anos) é o representante português no Esqui Alpino, também em Slalom Gigante e Slalom, e promete “dar o melhor possível”. Quanto a um bom resultado, esse está claro, de acordo com as condições de preparação que o obrigaram a deslocar-se para Itália, durante os últimos dois anos. “Diremos que um top 50.” Mas quem, como o atleta da Equipa Portugal diz, tem “objectivos ambiciosos” e que pode pensar ir mais além, como “igualar ou superar o meu colega Arthur Hanse, top 40, embora o nível dele em 2018 (PyeongChang) fosse superior.”
José Cabeça (25 anos), que também se estreia em Jogos Olímpicos, tal como Ricardo e Vanina, vai participar nos 15 km de Esqui Alpino, estilo clássico. “Não posso apontar um resultado, porque sou muito novo nisto, mas a meta principal é ser o melhor português de sempre em Jogos Olímpicos. Para quem até 4 de Janeiro de 2020 nunca tinha feito esqui é muito ambicioso.” Mas o atleta da Equipa Portugal, que, para além do Esqui de Fundo, também pratica Triatlo, tem uma outra meta estabelecida: “Só posso dar o melhor de mim e tentar fazer o meio da tabela. Para os próximos Jogos Olímpicos falaremos de maneira diferente.”
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Pedro Farromba, chefe da Missão a Pequim 2022, sublinhou as condições difíceis em que tudo foi preparado, devido à pandemia, e deixou uma palavra de elogio: “A ambição destes atletas é da dimensão da sua vontade. O esforço que fizeram para estar nos Jogos Olímpicos deve ser muito elogiado.” Quanto a resultados: “O nosso objectivo é ir sempre melhorando em cada edição dos Jogos Olímpicos.”
Na apresentação da Missão de Portugal, João Rodrigues, presidente da Comissão de Atletas Olímpicos – lembrando os primeiros dos sete Jogos Olímpicos em que participou, que “em Barcelona 1992, eu não fazia ideia do mundo em que estava a entrar, o da família Olímpica. Aquela entrada modificou a minha forma de ver o desporto e a vida. Foi um privilégio.” E proferindo palavras de incentivo, prometeu: “Estaremos a seguir-vos com toda a atenção.”
Zhao Bentang, embaixador da China em Lisboa, assegurou que “Pequim está bem preparada para oferecer uma grande festa olímpica, em segurança.” Lembrando que estamos no início do novo ano chinês, o Ano do Tigre, o diplomata disse que “um bom começo representa metade do sucesso, faço votos para que os atletas portugueses obtenham bons resultados”.
José Manuel Constantino, presidente do COP, lembrou o défice que Portugal tem nas modalidades de inverno, devido às condições naturais marcadas pela falta de neve, mas referiu haver esperança de o superar, “sobretudo nas modalidades de pavilhão, no gelo”, criando um enquadramento para, “porventura, Portugal ter uma representação nos Jogos Olímpicos de inverno mais robusta.”
Abordando os atletas, referiu que “se chegarem a Portugal satisfeitos com os vossos resultados, é um objectivo que estará cumprido. O desafio que têm pela frente, reconheço, é difícil. Estaremos em Portugal a torcer por vocês.”
João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e Desporto, manifestou confiança na Equipa Portugal. “Estarão com o espírito que caracteriza os atletas, de capacidade de superação e entrega. Aproveitem esta experiência, vai ser inesquecível. Estamos orgulhosos pelo trabalho que já foi feito.” E deixou uma nota de boa disposição: “Ter um alentejano a participar nos Jogos Olímpicos significa que há muita dedicação.”
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Entretanto, antes da apresentação da Missão de Portugal, ocorreu um encontro entre o embaixador da China em Lisboa, Zhao Bentang, e José Manuel Constantino, no qual também participou José Manuel Araújo, secretário-geral do COP.
Na agenda do encontro estiveram os Jogos Olímpicos de inverno e as condições rigorosas em que serão realizados, devido à pandemia. O diplomata chinês assinou o Livro de Honra do COP, tendo havido uma troca de lembranças.
Por outro lado, as várias Aldeias Olímpicas já se encontram abertas para receber os 3000 atletas e respectivos oficiais. Pela distribuição geográfica das provas, os atletas ficam alojados numa das três Aldeias, que no total somam cerca de 6000 camas.
A Aldeia Olímpica em Pequim tem prontas 2300 camas e acolhe essencialmente os atletas dos desportos de gelo, como o Curling, Hóquei, Patinagem e Snowboard Big Air. Os 20 edifícios foram construídos com o objectivo de promover a sustentabilidade e de reduzir as emissões de dióxido de carbono, sendo posteriormente transformados em habitação.
Para os Atletas que competem no Esqui Alpino, Luge, Bobsleigh e Skeleton, a sua casa nos próximos dias será na Aldeia Olímpica de Yanqing (na foto). São 1430 camas localizadas a 900 metros acima do nível do mar e desenhadas de acordo com as características culturais das aldeias de montanha no norte da China, que serão depois convertidas num destino turístico.
Zhangjiakou recebe 2640 atletas do Esqui Estilo livre, Snowboard, Biatlo, Saltos de Esqui e Esqui de Fundo. O complexo desta Aldeia será transformado num centro empresarial após os Jogos.
