Sabau Gabriela/ IJF
Jorge Fonseca conquistou, este domingo, a medalha de ouro no último dia do Grande Prémio de Portugal em Judo, competição que se concluiu com quatro medalhas para o nosso país, tendo garantindo o 3º lugar no ranking dos países presentes, tendo a equipa sofrido duas baixas por teste positivo para Covid, o que prejudicou a competição.
Este terceiro dia de combates contou com a presença de 81 judocas, com Jorge Fonseca a conseguir destacar-se durante as eliminatórias desta manhã e sendo o único luso, entre os 6 que estiveram em acção, a garantir a presença no Bloco de Finais.
Na categoria -100 kg, o bicampeão mundial português somou três vitórias em três combates, sempre por ‘ippon’, no caminho até à final, ultrapassando o mongol Khangal Odbaatar, o georgiano Giorgi Beriashvili e o norte-americano L.A. Smith III.
Na luta pelo lugar mais alto do pódio, Jorge Fonseca enfrentou o suíço Daniel Eich (jovem promessa helvética que ganhou o bronze no europeu de juniores), num combate que se revelou de sentido único, com o judoca luso a tentar várias projecções em busca do ‘ippon’, que chegou aos 43 segundos, numa pega forte e numa projecção quase imediata, como que apanhando o adversário “distraído”.
Nas eliminatórias da manhã, Patrícia Sampaio (-78 kg), Anri Egutidze (-90 kg), Diogo Brites (-100 kg), Ailton Cardoso (-100 kg) e João Pires (-100 kg) não conseguiram ultrapassar os seus primeiros adversários. Miguel Rato (-90 kg) e Carolina Paiva (-78 kg) acusou positivo no teste de covid-19 e não compareceram.
No medalheiro, a Coreia do Sul terminou no 1º lugar do ranking com 4 medalhas de ouro, 1 de prata e 4 de bronze, seguindo-se os Países Baixos (2-1-1). Portugal fechou o pódio no 3º lugar, entre os 41 países presentes, com 2 medalhas de ouro e 2 de bronze.
O evento, que marcou a estreia de Portugal, enquanto país anfitrião, no Circuito Mundial de Judo, contou com 301 atletas (122 Femininos e 179 Masculinos) de 41 Países.
Jorge Fonseca, campeão do mundo e bronze nos Jogos Olímpicos, foi brilhante a terminar o combate para o ouro, transpondo a sua alegria para os saltos de alegria, declarou que “não tenho palavras para descrever este momento. Consegui fazer tudo o que planeei, combate a combate. Trabalhei muito para esta prova e para este resultado. Depois de no Campeonato da Europa em Lisboa não ter corrido tão bem, hoje foi tudo como planeei. Esta prova tem um peso especial. É uma grande competição em Portugal. É o Judo Nacional a crescer. Muitas pessoas só me viram lutar na televisão e hoje tiveram a oportunidade de me ver ao mais alto nível. Entrei na prova com aquele ‘feeling’ e com o público a puxar por mim, dei tudo o que tinha para dar uma alegria e felicidade aos portugueses que me apoiaram. Comecei o ano em grande e espero muitos outros.”Para Pedro Soares, treinador da selecção nacional, salientou que “a vitória do Jorge tem um sabor muito especial por ser um feito histórico ao ser conquistada no primeiro Grand Prix que Portugal organizou. Ser o país anfitrião de um evento desta dimensão já é histórico e com as medalhas que conquistámos, ainda mais histórico se torna. O talento do Jorge e a nossa estratégia levaram a esta conquista, apesar de não estarmos preparados para vencer, fruto da longa paragem que o Jorge teve.”
Jorge Fernandes, presidente da Federação Portuguesa de Judo, referiu que “o balanço é muito positivo. Não precisávamos de vencer 4 medalhas para o balanço ser positivo. Só todo o cenário a que assistimos no pavilhão já seria suficiente, mas claro que estas medalhas tornam tudo mais especial. Tinha previsto 2 a 4 medalhas e fiquei feliz com a nossa prestação. Não nos podemos esquecer que a selecção estava um pouco desfalcada, sem a Rochele Nunes e a Bárbara Timo, e que alguns dos nossos atletas não estão nas melhores condições nesta fase da época. O público foi fantástico. Avisaram-nos que iam fechar o pavilhão pois não podia entrar mais gente. É um bom sinal porque não podemos enviar convites nem divulgar muito a prova devido às restrições impostas.”
