Com algum “amolecimento” em determinados momentos do jogo, Portugal perdeu (32-31) frente aos Países Baixos e disse adeus ao Europeu de Andebol’2022, para onde se tinha qualificado para fase final.
Depois de um arranque prometedor (2-0), depressa passou a perder (2-5) aos 7’, chegando aos 15’ a perder por 8-7 e, aos 23’, com nova vantagem (quatro golos) para os Países Baixos, que chegaram ao fim da primeira parte a vencer por 17-13.
Gustavo Capdeville foi um dos heróis ao defender inúmeros remates dos holandeses, que Portugal não aproveitou para ripostar e ultrapassar a marca do adversário, quer no primeiro tempo quer mesmo no segundo.
Com o sete inicial a ser constituído por Gustavo Capdeville, Leonel Fernandes, Fábio Magalhães, Victor Iturriza, António Areia, Rui Silva e Miguel Martins (Martim Costa e Daniel Vieira não foram escolhas), estes Heróis de Portugal não foram capazes de segurar os avançados holandeses e seguir em frente, com uma exibição bem longe do que se poderia esperar depois do 6º lugar do último europeu e do 10º mundial, que levaram a equipa aos Jogos Olímpicos de Tóquio2022.
O jogo começou da melhor forma possível para Portugal e nada fazia prever a mudança drástica de rumo que acabaria por acontecer mais tarde.
Várias falhas técnicas e remates falhados estiveram na origem do resultado final, a que se juntou o excesso de penalizações aplicadas (suspensões de dois minutos) em momentos cruciais
A segunda parte foi mais positiva para a selecção dos Países Baixos, que chegou a uma vantagem de cinco golos (20-15), com ataques muito rápidos e eficazes.
Aos 48 minutos, Victor Iturriza dispôs da única oportunidade lusa de chegar ao empate, a 25 golos, mas o guardião Bart Ravensbergen, mais uma vez, transcendeu-se com uma grande defesa aos seis metros.
Aos 58 minutos, colocaram Portugal na frente do resultado, por 31-30, algo que já não acontecia desde o minuto 3′ (0-2). No entanto, a meta dos dois golos de vantagem necessária para que Portugal pudesse seguir em frente não foi alcançada e os Países Baixos acabaram mesmo por vencer por 32-31. Nota para uma segunda-parte de alto nível de Gustavo Capdeville, à semelhança da primeira, que somou um total de 12 intervenções.
Em declarações ao site da Federação de Andebol de Portugal, Paulo Pereira, seleccionador nacional, assumiu a responsabilidade pelo desfecho do jogo, afirmando que “saio daqui com um sentimento de amargura. Devíamos ter feito um pouco mais, tendo em conta que tivemos a oportunidade à nossa frente e não fomos capazes. Fomos, de certa forma, indisciplinados no jogo, tentamos seguir o plano mas depois não fomos pacientes [no ataque]. Em termos defensivos sabíamos muito bem onde é que teríamos o problema e jogamos completamente diferente na defesa, embora a transição continue a ser um problema na segunda parte. Acho que melhoramos bastante na questão dos duelos e na nossa forma de estar no jogo. A forma que nós preparámos o jogo se calhar não foi a mais idónea e assumo o erro como treinador, provavelmente não seriam aquelas as soluções para o jogo e, nestes casos, o treinador tem que assumir quando as coisas correm mal”.
“Este estatuto [de Heróis do Mar] tem que ser trabalhado todos os dias por cada membro do grupo, com muito compromisso, muito trabalho, muita dedicação, autocrítica, dignidade e respeito pelo próximo. Uma série de atributos que os Heróis do Mar tinham, creio eu, e nós também temos. É preciso, todos os dias, fazer alguma coisa que contribua para que esse estatuto seja cada vez mais engrandecido. E oxalá que assim seja no futuro” – concluiu Paulo Pereira.
Portugal começou por perder (24-28) frente à Islândia, seguiu-se nova derrota ante da Hungria (30-31) e terminou com a terceira derrota (31-32) na decisão final de apuramento