Decorria o minuto 16º do encontro quando Coates, na sequência de um pontapé de canto marcado por Sarabia, a bola “voou” até ao segundo poste onde, saltando mais alto do que todos os outros jogadores por perto, o capitão sportinguista voltou a marcar um único golo que valeu três pontos.
Jogando sempre em pressão alta (junto da defesa sportinguista, tentando fechar qualquer tentativa de deixar os leões atacar), o Moreirense começou a criar um clima nada fácil para os comandados de Ruben Amorim que, preferindo o jogo individual, tiveram mais dificuldades em progredir de uma forma objectiva, com jogadas em que a bola seguisse de jogador para jogador até à área adversária.
Depois de os visitantes (13’) terem tido o golo nos pés, quando Abdu Conté centrou para Rafael Martins e este rematou para a baliza, valeu o experiente guarda-redes Adán para safar o perigo eminente do golo, o que fez estremecer a formação dos leões.
Na resposta (16’), de bola parada, o Sporting beneficiou de um pontapé de canto que Sarabia marcou com perfeição, de tal forma que a bola foi directamente para a cabeça de Coates, que soube elevar-se mais do que os restantes elementos por perto e cabeceou para o 1-0, numa altura em que a partida entrava num “aquecimento” mais rápido.
O Sporting esteve sempre por cima mas, mesmo assim, começou a ter mais dificuldades a partir do golo de entrada, porquanto os homens do Moreirense, com a lição estudada, não permitiam que os leões pudessem construir jogadas com princípio, meio e fim, cujo objectivo fosse para golo, até porque nem se registou mais nenhum.
Verdade se diga que houve mais oportunidades mas os avançados leoninos estiveram algo “desconcentrados” e o resultado não se modificou.
Em termos estatísticos, dos 14-5 remates realizados pelas duas equipas, apenas 4-1 foram direccionados para a baliza, o que é pouco comum, mormente por parte dos leões, campeões em título e que querem repetir o êxito.
A posse de bola é importante (66/34% para o Sporting) mas sem golos não há rendimento que valha, mais a mais se se entender, como foi referido, que os jovens talentos continuam habituados a jogar de forma mais individual, sem pensar em jogadas definidas nos treinos, enquanto outros continuam sem corresponder ao que foram as expectativas criadas quando das respectivas transferências para Alvalade (Paulinho o caso mais “traumático”).
Para fazer um “mix” coeso e harmonioso torna-se necessário que a mentalidade de cada um tenha que funcionar em uníssono, no mesmo tom, o que não tem acontecido com frequência, pese embora as excepções aqui e ali.
Dois minutos depois (18’) do golo sportinguista e no contra-ataque feito, os atacantes do Moreirense conseguiram ultrapassar, em corrida, os defesas que os cobriam, criando perigo eminente de golo, o que não aconteceu porque Adán resolveu. À questão mental juntou-se, naquele momento, uma deficiente condição física, que se foi complicando com a pressão alta produzida pelos homens de Moreira de Cónegos.
Na incerteza do resultado, o sistema nervoso veio ao de cima e, se é sabido que Palhinha demonstra alguma “agressividade” – a prova provada são os vários cartões amarelos que já viu, não só no Sporting como na selecção nacional – e (34’) somou mais um, ainda que a partida tivesse sido jogada com muito coração, com velocidade e dinamismo que poderia corresponder a uma maior qualidade.
Adán (41’) foi de novo chamado a resolver mais um “problema” na sua área, por incapacidade dos defesas, revendo-se que, enquanto o Moreirense defendia no campo dos leões, a equipa leonina permitiu que o adversário chegasse à sua grande área sem grande dificuldade.
No segundo tempo, Paulinho continuou perdulário, o Sporting manteve mais a bola mas não aproveitou essa supremacia para chegar ao golo, até porque o Moreirense também não facilitou demasiado, tendo aprendido com a situação que deu a vantagem aos leões.
Interessante foi verificar que estiveram em Alvalade 35.882 espectadores, o que foi muito bom e deram um outro clima (muito mais pacífico) ao estádio, ao mesmo tempo que se soube, depois do jogo terminar, que os Relatórios e Contas dos dois últimos exercícios (2019/2020 e 2020/2021) foram aprovados na Assembleia Geral que reuniu a presença de cerca de 7.000 sócios, que aprovaram os documentos com uma elevada percentagem de votos (cerca de 85%).
Um fecho feliz para o Sporting neste dia 23 de Outubro de 2021.