Os atletas olímpicos Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Rui Silva estiveram presentes, esta quarta-feira, na inauguração da Exposição do Centenário da Federação Portuguesa de Atletismo Olímpicos, entre outras individualidades da área desportiva nacional.
Neste campo, salientou-se ainda a presença de João Paulo Rebelo, secretário de Estado do Desporto e Juventude, o presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Jorge Vieira, e o administrador da Associação Mutualista Montepio, Carlo Beato, numa visita que recordou os cem anos da FPA, do atletismo nacional e dos seus protagonistas.
A Exposição estará aberta, de forma gratuita, ao público no espaço atmosfera m, da Associação Mutualista Montepio, na Rua Castilho, em Lisboa, até ao dia 20 de Novembro próximo.
Através de fotografias, réplicas, objectos, artigos e documentos, a exposição proporciona, de forma cronológica, uma viagem aos cem anos da única modalidade desportiva que em Portugal produziu campeões olímpicos, levando os convidados passarem literalmente “por baixo do recorde de Portugal de salto em altura”, o que foi possível através da colocação de dois postes e da fasquia à altura do salto de 2,28 metros conseguido por Paulo Conceição, em 2020.
Pelos marcos de cem anos de excelência ao serviço do atletismo nacional, com a particularidade de nela participarem alguns dos seus protagonistas e contribuidores para o espólio em exibição nesta exposição.
Foi possível ver e ouvir Rosa Mota junto da camisola, ainda com o dorsal colocado, com a qual conquistou a medalha de bronze na maratona em Los Angeles, em 1984; Fernanda Ribeiro, junto do maillot e das sapatilhas com os quais se sagrou campeã olímpica dos 10.000 metros, em 1996, em Atlanta; Rui Silva, ao lado do equipamento que utilizou no Campeonato do Mundo de Helsínquia de 2005 e da respectiva medalha de bronze que conquistou; e, ainda, do tetracampeão europeu de corta-mato Paulo Guerra ou o também olímpico (em 1974 e 1972), Armando Aldegalega, que “além de ter vivido muitos dos acontecimentos retratados nesta exposição”, é o atleta que há mais épocas está federado, como lembrou, no seu discurso, o presidente da FPA.
Jorge Vieira destacou não só os feitos dos atletas, como aproveitou a ocasião para divulgar o documento histórico produzido pelo Prof. Moniz Pereira, datado de 1 de Agosto de 1975, e que, como enfatizou, marcou decisivamente, na altura, o futuro da modalidade.
“Neste documento está o orçamento apresentado pelo Prof. Moniz Pereira para que fosse possível dispensar os atletas do trabalho da parte da manhã, para poderem treinar duas vezes por dia”, salientou, acrescentando que “foi graças a esta proposta e ao facto de o Prof. Moniz Pereira ter conseguido congregar todos os treinadores que queriam levar os seus atletas aos Jogos Olímpicos, que foi possível conquistar as medalhas e os resultados que o atletismo alcançou, sendo a modalidade que, em Portugal, tem as únicas medalhas de ouro do desporto nacional”.
Sem esquecer os dirigentes e o papel das Associações Regionais e Distritais de Atletismo, o presidente da FPA aproveitou a oportunidade e a presença do Secretário de Estado do Desporto e Juventude para defender a reorganização do investimento no Desporto, para que seja possível contar “no próximo século com mais medalhas e resultados do que os alcançados até aqui”.
João Paulo Rebelo, por seu turno, passou em revista aquilo que tem sido a evolução no apoio ao Desporto no nosso país, garantindo que, apesar de “muito ter sido feito”, há sempre o desejo de melhorar o trabalho realizado.
O que se fez no último século pode ser visto até ao dia 20 de Novembro, na exposição que, como referiu, o administrador da Associação Mutualista Montepio, Carlos Beato, “nos sentir na pele” a emoção do atletismo.
Esta exposição irá também receber alunos de várias escolas para visitas guiadas, com a presença dos atletas mais reconhecidos da modalidade, sendo que está também previsto o ciclo Conversas do Centenário, a ter início já no próximo sábado, 23 de Outubro, com os treinadores Carlos Tribuna e Luís Herédio a abordar o tema “Dos confinamentos obrigatórios aos recordes de Portugal de Leandro Ramos e Liliana Cá”.