Decorreu, na sede da Liga Portugal, a cerimónia de certificação da norma ISO 37001 – Sistema de Gestão Anticorrupção – passando, assim, a ser a primeira organização desportiva com esta certificação.
Na cerimónia, segundo a informação veiculada pela Liga Portugal, estiveram Pedro Proença, Presidente da Liga Portugal, João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, e Raquel Sanmartín, Líder da Unidade de Certificação da APCER.
Após um processo de implementação do Sistema de Gestão em questão, com o apoio da PGM Consultores e avaliado através de auditorias de acompanhamento em todos os departamentos, garantindo o cumprimento dos requisitos da norma, a Liga Portugal foi certificada pela Quality Áustria, organismo de certificação austríaco, e acreditado para a prestação de serviços de certificação de acordo com esta norma internacional, representado em Portugal pela APCER.
Pedro Proença, Presidente do organismo que tutela o Futebol Profissional, relembrou que, com esta certificação, “a Liga Portugal é hoje a primeira entidade desportiva europeia certificada com a norma ISO 37001 – Sistema de Gestão Anticorrupção”, defendendo que “o caminho do rigor e da transparência é fundamental para os próximos passos que queremos atingir. A marca, a credibilidade e defesa da integridade das competições são os valores maiores que queremos seguir”.
Já para João Paulo Rebelo “esta certificação é muito importante para a Liga Portugal, mas, sobretudo para o nosso país. No fundo, é a assunção clara de compromissos de uma responsabilidade que a Liga agora tem com um conjunto de procedimentos e práticas que são, diria, que estão alinhadas com as próprias políticas do Governo; com o reforço da integridade, da transparência, dos valores verdadeiramente fundamentais que o desporto também pode transmitir e com a exclusão de quem não vem por bem, que chega com más intenções, ou quem tem intuitos criminosos. Este é o compromisso que a Liga faz e está de parabéns por isso”, concluiu o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto.
Também Raquel Sanmartín salientou a “importância muito grande desta certificação” pelo facto de a Liga Portugal ser a primeira entidade desportiva a conseguir este feito. “No ano em que a APCER celebra 25 anos, é para nós importante continuarmos a ser um parceiro da Liga Portugal, contribuindo para o seu desenvolvimento e para a sua sustentabilidade. A norma internacional ISO 37001 de sistemas de gestão anti suborno fornece às organizações uma série de medidas que poderão adoptar, de forma proporcional e razoável, para prevenir, detectar e gerir comportamentos delituosos de suborno, cumprindo com a legislação e com outros compromissos adquiridos de forma voluntária”.
Aluiu ainda à questão tendo dito que “em segundo lugar, por ser uma certificação anticorrupção bastante diferente das certificações tradicionais, que estamos mais habituados a ver, como a 9001, ou a 14001 do ambiente. Esta certificação tem como objectivo prevenir, identificar e reduzir o risco de ocorrerem actos que possam ser considerados de corrupção ou suborno. Esta certificação mostra, por isso, um posicionamento muito claro nos valores da integridade, da transparência, do rigor, da defesa do espectáculo; que no sector de actividade onde trabalha a Liga Portugal faz todo o sentido. Esta certificação é um marco e ainda bem que começaram a fazê-lo, clubes e outras organizações que trabalham no sector e que acompanham este processo de integridade, do bom nome da indústria do desporto”, reforçou a Líder da Unidade de Certificação da APCER.
Este foi, assim, “mais um passo fundamental no caminho para uma maior credibilidade do Futebol Profissional, que conta agora com a implementação de um Sistema de Segurança Anticorrupção, onde todas as actividades da Liga Portugal passam a ser reguladas através de uma Política e um Código de Transparência Anticorrupção”.
De relembrar que o organismo que tutela o Futebol Profissional tem vindo a garantir diversas certificações neste âmbito, tendo sido a primeira Liga da Europa a contar com a certificação da norma NP EN ISO 9001:2015, garantindo a adopção de um Sistema de Gestão da Qualidade, e ainda da norma NP EN ISO/IEC 27001:2013, no que concerne à Gestão da Segurança da Informação e que se reflecte na protecção da informação associada à organização e regulamentação das competições de natureza profissional.
Segundo o mesmo documento, “estas distinções de qualidade e segurança da informação estendem-se também à Fundação do Futebol”, apesar de pouco ou nada – tanto quanto se sabe – ter a ver com a organização do futebol profissional, porque mais dirigida para os aspectos sociais.
De qualquer forma, é relevante que esta certificação tivesse sido alcançada, desejando-se que abarque ainda os aspectos da ética, dos comportamentos, da igualdade e da integridade, onde a situação – que deriva do quadro regulamentar em vigor – não é tão fácil actuar, em especial na realização de jogos que envolvam as principais equipas, que são obrigadas, pelo respectivo regulamento, a jogar não no mesmo horário e dia – isso sim seria a ética na verdadeira acepção da palavra – face ao facto de ser a cadeia de TV que detém os direitos a definir esse mesmo horário (como consta do regulamento da competição).
Mas a verdade é que os clubes envolvidos nas competições profissionais assim o decidiram.
Para que não venha Jorge Jesus a dizer (como o fez, com razão desportiva e ética, na última ronda do campeonato da época passada) que o Sporting e o Benfica deviam ter jogado à mesma hora.
Mais, jogaram com o “delay” de uma hora, a favor do Sporting, o que levou Pedro Gonçalves (Sporting) a marcar mais um golo do que Seferovic (Benfica) e a ser coroado como o rei dos marcadores.
Ainda há muito para fazer neste campo da ética, transparência e integridade!