O tão badalado “acordo” de cavalheiros que se fazia sentir nas relações entre Benfica e Sporting, no que às transferências de atletas (atletismo) dizia respeito, começou – ou entrou definitivamente – no cesto do lixo.
Não interessa se a culpa é de um ou de outro clube, mas os tempos que correm – e as pessoas que dirigem os clubes – são completamente diferentes dos que, há muitos anos, lutavam por ter os melhores atletas, em especial formados nas suas academias.
Por outro lado, determinadas decisões tomadas por alguns dirigentes – de um lado e do outro – acabam por influir no melhor ou menos bom comportamento dos atletas que, em final de época, tentam encontrar as melhores condições (financeiras), ao fim e ao cabo a única coisa que interessa, porquanto nenhum deles tem pista própria, a autêntica “oficina” que deu muitos campeões e medalhados a nível mundial e olímpico.
Daí algum “burburinho” que se verificou com a passagem de atletas do Sporting para o Benfica (nenhum do Benfica para o Sporting) neste final de Setembro, prazo limite para as transferências, tal como já acontecera em 2011.
Em relação à nova época (até 2013), o Benfica está mais reforçado, apostando não só na pista, como o vinha fazendo, mas também no corta-mato e na estrada, em especial no sector masculino.
Conta, para o efeito, com as entradas de Rui Pedro Silva, Bruno Jesus, Tiago Costa, Ricardo Ribas, Paulo Pinheiro e José Costa, sendo que acabaram as equipas do Cyclones (orientada pela campeã mundial Manuela Machado) e do Sporting de Braga, esta no feminino.
Jorge Grave e Liliana Cá (ambos no disco), António Rodrigues (800), Hélio Gomes (1.500) e Dany Gonçalves (Marítimo) são outros dos mais cotados que rumaram ao clube da águia ao peito.
Ainda no campo masculino, o Sporting reforçou-se com Carlos Nascimento (100/200 metros), Tiago Rodrigues (800), nos mais cotados, sendo que, no feminino, os nomes mais sonantes são Mónica Rosa, Doroteia Peixoto, Catarina Ribeiro e Ercília Machado, todas fundistas.
A Conforlimpa, equipa que tem sido das mais campeãs a nível de corta-mato e estrada, em compita com o Maratona (apenas no masculino), esteve para fechar mas inscreveu-se a tempo embora sem alguns dos principais atletas que tinha. Por isso teve que recrutar Pedro Ribeiro, Sérgio Silva e José Moreira.
Situação mais complexa (ou não, porque usual) respeita aos excelentes atletas João Ferreira (um dos melhores especialistas da actualidade nos 400 metros e 400 barreiras) e a triplista Susana Costa, que optaram por ficar como individuais. Como representavam o Sporting, ficaram de fora da “guerra” do “acordo de cavalheiros”, convenientemente, sendo sinal que em 2014 voltarão a um dos clubes nacionais, que não o Sporting, como será evidente.
O que não se sabe é como que estes dois atletas irão “viver” em 2013, isto é, quem pagará o equivalente ao que era pago pelo Sporting, pelo mínimo.
Para além dos títulos nacionais, em que a longa hegemonia do Sporting já começou a ser “contestada” pelo Benfica nos últimos anos, há também a luta pelas taças dos clubes campeões europeus de estrada, corta-mato e pista.
A nível da marcha os consagrados Augusto Cardoso e Daniela Cardoso mudaram de clube. O primeiro para o Nª Senhora do Desterro (Guarda), deixando o ADREP; a segunda, seguiu para o novel clube Leiria Marcha.
O campeonato mundial é a principal competição de 2013