Iúri Leitão conseguiu, esta quarta-feira, a segunda medalha de prata para Portugal, ao classificar-se no segundo na corrida por pontos do Campeonato da Europa de Pista, que decorre em Grenchen (Suíça).
A corrida foi disputada a um ritmo intenso desde a primeira das 160 voltas. E Iúri Leitão foi um dos principais responsáveis por isso, pois esteve ao ataque desde o início. O minhoto pontuou nos três primeiros sprints e, nesse período de corrida, ainda esteve no lote dos corredores que ganharam uma volta ao pelotão.
Durante os 40 quilómetros de prova, disputados à estonteante média de 52,545 km/h, cedo se percebeu que Iúri Leitão e o francês Benjamin Thomas eram os mais fortes. Ambos estiveram entre os corredores que somaram duas voltas de avanço e contribuíram para eliminar da prova sete dos vinte participantes.
O francês conseguiu ser o mais consistente ao longo dos 16 sprints pontuáveis, conquistando a medalha de ouro, com 81 pontos. Iúri Leitão somou 61 e ficou com a medalha de prata. O terceiro lugar foi para o russo Vlas Shichkin, com 57.
Segundo salientou o seleccionador nacional, Gabriel Mendes, ao site da Federação Portuguesa de Ciclismo, “o Iúri fez uma prova espectacular. Na fase inicial, quando foi pontuar logo no primeiro sprint, a ideia era conquistar pontos, mas sem um grande desgaste. No entanto, a aceleração que ele fez foi decisiva para o desenrolar da corrida, marcando logo uma diferença no pelotão. A partir daí a corrida não parou mais e o Iúri tinha de estar em todas as movimentações em que se decidia a corrida e fê-lo muito bem. Estamos muito orgulhosos com o trabalho dele, numa prova extremamente exigente”.
Iúri Leitão, por seu lado, referiu que “foi uma corrida muito rápida de início ao fim. Demos duas voltas e, com isso, contribuímos para que vários corredores saíssem de prova. A luta pelo segundo lugar foi renhida e obrigou a grande concentração. Dedico este resultado à minha família, que é fundamental para os meus desempenhos, assim como ao professor Gabriel e a toda a selecção de Pista”.
Maria Martins entrou em pista pouco depois, numa acidentada prova de eliminação, marcada por várias quedas, que obrigaram a duas interrupções. Ao terceiro tiro de partida foi de vez, não voltando a haver paragens. Maria Martins, que fez quase toda a prova arriscando em posições recuadas e fechadas no grupo, foi a segunda a ser eliminada após o retomar da prova, o que lhe valeu o nono lugar final.
Na luta pelas medalhas brilhou a francesa Valentine Fortin, que bateu a italiana Letizia Paternoster na disputa do ouro. O bronze foi conquistado pela britânica Neah Evans.
Gabriel Mendes, o seleccionador nacional, justificou que “a Maria teve alguma dificuldade no arranque, mas depois entrou bem na corrida, até que se deu a segunda queda e uma nova interrupção, mais longa. Quando se retomou a prova, um momento de desconcentração ditou um afastamento mais cedo do que esperávamos, não por incapacidade física, mas por distracção na colocação. Mas a Maria está bem e acredito que, amanhã (hoje, quinta-feira), fará um bom concurso de omnium”.
Nesta quinta-feira, Portugal estará representado por quatro corredores. Maria Martins tem a jornada mais importante desta sua passagem pela Suíça, pois estará presente no concurso olímpico de omnium, cujas provas pontuáveis são o scratch (12h18), a corrida tempo (14h43), a eliminação (17h24) e a corrida por pontos (19h00).
João Matias está escalado para a perseguição individual, cuja fase de apuramento se disputa entre as 13h09 e as 14h20. Caso esteja entre os quatro mais rápidos disputa a final, apontada para as 18h37.
Rui Oliveira estreia-se neste Campeonato da Europa na final directa de scratch, às 18h06.
Entretanto, João Almeida (Deceuninck-QuickStep) tornou-se no primeiro português a entrar no pódio na 102ª edição da clássica Milão-Turim, ganha pelo esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma).
Almeida ficou a 35 segundos do vencedor, cronometrado em 4h17m41s, tendo o inglês Adam Yates (Ineos) chegado na segunda posição, a 12 segundos.