A selecção nacional disputa, este domingo, a prova de fundo para a elite masculina do Campeonato do Mundo de Estrada, numa corrida com 268,3 quilómetros, a realizar as cidades de Antuérpia e Lovaina.
Portugal estará representado por André Carvalho, João Almeida, Nelson Oliveira, Rafael Reis e Rui Oliveira, depois de uma indisponibilidade de última hora impedir Rúben Guerreiro de dar o contributo à equipa.
O percurso começa com uma ligação em linha desde Antuérpia até Lovaina, onde os corredores completarão pouco mais de uma volta ao circuito urbano, deslocando-se depois para o denominado circuito da Flandres, o sector mais duro, com seis muros, dois dos quais em empedrado. Segue-se um regresso a Lovaina para três voltas completas ao traçado urbano mais e duas incompletas, seguindo-se nova incursão pelo circuito da Flandres, antes do regresso para as duas voltas finais de Lovaina.
Segundo José Poeira, seleccionador nacional, referiu ao site da Federação Portuguesa de Ciclismo, “é um percurso atípico, não totalmente enquadrado nas características dos corredores portugueses. Por isso, não temos a pressão de controlar a corrida, que estará às costas das equipas com os principais especialistas neste tipo de terreno. No entanto, não nos podemos esquecer que transportamos a bandeira de Portugal e que representamos o país. Isso dá-nos responsabilidade de lutar por um bom resultado”.
João Almeida, o ciclista português que nos últimos anos tem sido o mais badalado internacionalmente, quer elevar o nome do país, embora admita falta de tarimba em corridas como a deste domingo, afirmou, no mesmo local, que “não tenho muito experiência em clássicas nem em corridas tão longas. Além disso, este é o meu primeiro Mundial de elite, pelo que será uma experiência nova para mim. Vou fazer tudo para me manter no grupo principal para conseguir um bom resultado. Terei disponibilidade para ajudar a equipa, caso algum companheiro esteja melhor, porque o importante é colocar Portugal lá em cima”.
Mais experiente é Nelson Oliveira, corredor com bons resultados na Flandres, que chama a atenção para o circuito maior, fora da cidade, tendo referido que “o circuito, com subidas curtas mas muito inclinadas, é bastante duro. Duas das subidas são em empedrado, o que fará a corrida ainda mais difícil do que poderíamos prever antes de termos reconhecido o percurso no terreno. Apesar de a meta estar longe deste circuito, é possível que aconteça ali alguma selecção”.
Entretanto, este sábado, Daniela Campos, sub-23 de primeiro ano, competiu na prova de fundo para elite do Campeonato do Mundo de Estrada, ficando feliz por ter cumprido o objectivo de terminar a exigente corrida de 157,7 km, entre Antuérpia e Lovaina, na Flandres (Bélgica). Maria Martins esteve entre as 45 ciclistas que não chegaram ao fim.
Daniela Campos e Maria Martins fizeram a prova no grupo principal durante o percurso em linha de Antuérpia até Lovaina, no circuito urbano e em parte do circuito exterior à cidade, onde estavam colocados os obstáculos mais exigentes, seis “muros”, dois dos quais em paralelo.
Maria Martins seria a primeira a ceder, tendo explicado que “estava a fazer uma boa corrida, sempre bem colocada mas, a dada a altura, fiquei mesmo vazia. Não tinha força”.
Daniela Campos conseguiu resistir mais, cedendo apenas na última subida do circuito da Flandres. A partir daí começou uma nova corrida para a jovem algarvia. A meta passou a ser trabalhar o máximo possível para evitar a eliminação. Missão cumprida! Daniela Campos cortou a meta na 103.ª posição, a 13m21s da italiana Elisa Balsamo, que bateu ao sprint a holandesa Marianne Vos e a polaca Katarzyna Niewadoma. Balsamo e Vos gastaram 3h52m27s (média de 40,706 km/h), com menos 1 segundo do que as adversárias mais próximas.
No final, Daniela salientou que “estou feliz por ter terminado o meu primeiro Mundial de elite. É o início de um caminho. Estou contente por ter ultrapassado os principais obstáculos do percurso e por ter chegado ao fim numa corrida muito dura, uma das mais difíceis que já disputei, mas perante um público extraordinário. O apoio aqui na Bélgica é incrível, dá um extra de força para continuarmos”.