Não foi uma, nem duas, mas três as vezes que Rúben Vinagre ficou nas “covas”, sem velocidade para tentar segurar o brasileiro Antony, que ficou sempre livre para endossar a bola a Haller e a Berghuis, que marcaram três golos com estas benesses.
Com esta situação de “calamidade”, evidente se tornou que Vinagre deveria sair (como aconteceu no início da segunda parte), quiçá tarde de mais para que o espirito combativo dos leões pudesse estar em alta, nesta altura de alguma forma “depauperado” pela desvantagem de 1-3.
Aliás, foi patente a falta de organização geral, não havendo jogadas a partir do meio campo para a frente, porquanto parecia que estava tudo “enferrujado”, a equipa leonina deixou de ter “expediente” de ataque, como foi patente no número de remates (9-13), dos quais 3-6 para a baliza, o que é muito pouco para um campeão nacional que estava de ”peito cheio” para ganhar.
O que se viu, à contrária, foi um Ajax pronto para começar a “limpeza geral” a partir do primeiro minuto, o que se verificou com as facilidades surgidas, dado que os holandeses abriram o activo aos dois minutos, uma imagem que só poderia ser feita por um Sporting de peito cheio e espirito alegre.
E se sofrer um golo na abertura da partida é mau, pior ainda sofrer o segundo aos 9’, quase a papel químico em relação ao primeiro golo e com os mesmos actores no quadrante, a situação piora e o ambiente começou a “fracturar-se” minuto a minuto, apesar dos leões terem reduzido (1-2) por intermédio de Paulinho que, isolando-se pela esquerda, chegou perto da baliza, rematou sem ângulo, apertado por num defesa e com o guarda-redes holandês na linha da bola, que passou por baixo do seu corpo e entrou sem pressa.
O quarto golo do Ajax voltou a estar à vista (42’), uma vez mais tendo Antony e Vinagre como protagonistas, mas a bola perdeu-se.
Logo de seguida, Porro sofre uma falta leve, caiu no relvado e começou a “enrolar-se” com “dores”, tantas que se levantou de imediato sem que o árbitro o repreendesse, deixando passar o gesto que, aliás manteve ao longo do jogo, o que não foi bom do ponto de vista da disciplina.
A fechar o primeiro tempo, Feddal ainda cabeceou para a baliza, mas por cima da barra.
No segundo tempo, Paulinho aproveitou (47’) um centro milimétrico para a sua cabeça, no meio da grande área, e cabeceou para golo, o que seria um excelente tónico mas que o VAR não deixou, porque não validou o golo por fora-de-jogo do atacante sportinguista.
Não valeu para o Sporting mas valeu para o Ajax (51’) o 4-1, dentro do estilo dos primeiros golos, com Antony a fugir a Matheus Reis (que substituíra Vinagre), com Haller a fazer o hat trick, empurrando cada vez mais os leões para uma derrota copiosa, porquanto não existia reacção dos verde-brancos.
Aos 53’, Nuno Santos, lançou a bola para a área holandesa, onde surgiu Porro a rematar mas a bola foi bater no poste e daí para as mãos do guardião do Ajax, mais lesto que Nuno Santos que entretanto tinha voltado à carga.
Dez minutos depois, tempo em que o Sporting passava a bola na zona de meio campo, sem arte nem manha para poder baralhar, o Ajax chegou ao quinto golo (quarto de Haller), com o ataque visitante a apoderar-se da bola e avançar, sem que ninguém o incomodasse, pela rapidez do lance, tendo a bola chegado aos pés do referido avançado para fazer mais um golo ante a passividade de toda a equipa leonina.
Uma partida em que o Sporting deu uma pálida imagem – a falta de maturação da equipa é gritante – do que é o campeão português em título, ante um Ajax que só fez a primeira substituição aos 70’ – tudo corria a seu favor – com Rúben Amorim a ter que analisar o que aconteceu e, em especial e mais importante, saber que antídoto utilizar para que isto não se volte a passar ante a presença de nuvens carregadas de água que, ainda assim, não vão esquecer o vinagre que “empestou” o Estádio José Alvalade na noite desta quarta-feira, 15 de Setembro, com um Sporting apático e sem garra!
Sob a direcção do espanhol José Maria Sánchez, as equipas alinharam:
Sporting: Adán; Luís Neto, Gonçalo Inácio (Ricardo Esgaio, 20’, por lesão) e Feddal; Porro, João Palhinha, Matheus Nunes e Rúben Vinagre (Matheus Reis, 26’); Jovane (Sarabia, 46’), Paulinho (Daniel Bragança, 79’) e Nuno Santos (Tiago Tomás, 60’).
AJAX: Pasveer; Mazraoui (Taylor, 77’), Timber, Martinez e Blind (Schuurs, 80’); Alvarez, Berghuis e Gravenberch; Antony (Neres, 70’), Haller e Tadic.