Para além do seu Sporting Clube de Portugal, o Presidente Jorge Sampaio também defendia a causa do Desporto, nas suas múltiplas vertentes e funções.
Seja do ponto de vista da saúde, seja o da prática da actividade física e desporto para o bem estar do cidadão, coube-lhe ainda começar a “marcha” para que o desporto também tivesse direito ao Mecenato, porquanto a legislação existente não considerada esta área – quase sempre olvidada pela classe política em exercício.
Atento à situação, conhecedor e atento para o que havia de se fazer para poder “recrutar” meios financeiros privados na sociedade portuguesa, o Presidente Jorge Sampaio teve o condão de conseguir esse desiderato e, algum tempo depois da reunião que teve com vários dirigentes do desporto (na imagem), viu mais uma causa ganha.
Coube a José Sócrates e a Miranda Calha (que se recorda porque também não se encontra entre nós) acertarem as agulhas e trazerem à luz do dia o tão almejado Estatuto do Mecenato, hoje em dia vertido no Estatuto dos Benefícios Fiscais.
Na altura, como agora, os 30% de benefícios concedidos de forma fiscal são uma “migalha” e, por isso, pouco atractivo para o tecido empresarial português – também agora depauperado pela pandemia do Covid-19 – se bem que, depois de feitas as contas, os números finais poderão ser relevantes para quem mais apostar nesta área de apoio ao desporto.
Perto do Desporto – como se pode verificar na outra imagem – o Presidente Jorge Sampaio teve oportunidade de participar em várias homenagens aos maiores desportistas portugueses, que aqui se recordam (da esquerda para a direita): o filho do “violino” José Travassos (Futebol), o Mestre Kobayashi (Judo) e o enorme Prof. Mário Moniz Pereira (Atletismo).
Foi o tributo ao Mérito e à Excelência no que se refere à vida desportiva que cada um trilhou, qualquer delas de grande relevo para o país, aproveitando a oportunidade para salientar que está a decorrer a comemoração do Centenário do Senhor Atletismo, com várias ações em desenvolvimento pelas principais organizações por onde passeou a sua classe, onde produziu campeões de campeões e, como a cereja em cima do bolo, flutuou nas nuvens quando, 38 anos depois de ter sonhado ter um atleta por si treinado no mastro mais alto do pódio olímpico, viu Carlos Lopes conquistar para Portugal a medalha de ouro. A primeira da história do Desporto nacional.
Por isso, se mais não fosse – e muito mais haveria por citar – é que, neste dia em que o Presidente Jorge Sampaio nos disse adeus para a última viagem na Terra, recordamos a insigne personalidade deste Homem afável, alegre, brincando por vezes mas com seriedade, conquistador de causas e precursor do início do surgimento do Estatuto do Mecenato para o Desporto.
Até um dia Presidente. Que fique em Paz. Nós saberemos honrar aquilo que fez para o Desporto em Portugal.