De acordo com nota informativa divulgada pelo Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino, o presidente, fez o balanço da reunião realizada com as Federações envolvidas no projecto Tóquio2022, cujo resultado, na área desportiva, foi considerado positivo, atendendo aos resultados obtidos.
A propósito, José Manuel Constantino revelou que “os resultados de uma participação olímpica suscitam sempre várias avaliações: uma avaliação administrativa, uma avaliação financeira, uma avaliação desportiva, uma avaliação mediática e uma avaliação política. Nesta reunião as federações desportivas fizeram aquela que reporta à sua vocação: a avaliação desportiva”.
Neste campo, segundo a referida nota, as federações, “com rigor, sinalizaram-se os resultados alcançados, aqueles que ultrapassaram as expectativas e aqueles que ficaram aquém do esperado. Para além desta avaliação apresentou-se um conjunto de sugestões que o Plano de Preparação para os Jogos Olímpicos de Paris2024 deverá incluir, pelo que foi uma jornada de trabalho muito proveitosa.”
Como se sabe, a Missão de Portugal, participante nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, conseguiu o maior número de posições de pódio de sempre, com as medalhas conquistadas por Pedro Pichardo (ouro, Atletismo, triplo salto), Patrícia Mamona (prata, Atletismo, triplo salto), Jorge Fonseca (bronze, Judo, -100 kg) e Fernando Pimenta (bronze, Canoagem sprint, K1 1000).
A Equipa Portugal ganhou também, pela primeira vez numa mesma edição dos Jogos Olímpicos medalhas dos três tipos, e em três modalidades distintas.
Os 15 diplomas alcançados, em oito modalidades (Atletismo, Canoagem, Ciclismo, Equestre, Judo, Skateboarding, Surf e Vela), corresponde também ao maior número global conquistado – superando Atenas 2004 (13 diplomas) – e de modalidades com diploma, melhor do que Atenas 2004 e Rio 2016 (7 modalidades).
Em Tóquio 2020, foi igualmente alcançada a melhor pontuação de sempre, com 57 pontos, segundo o somatório das posições entre o 1º e o 8º lugar.
No balanço dos objectivos assumidos com o Governo, a Missão de Portugal superou o número de pódios previsto (2, foram 4); conseguiu um resultado não inferior a 12 diplomas (foram 15); um resultado não inferior a 26 classificações entre os 16 primeiros (foram 36); e obteve mais de 40 pontos nas classificações entre os 8 primeiros (foram 57).
Entre as metas não concretizados está o rácio de 80% entre atletas apoiados e atletas seleccionados (foram 75%); a qualificação de atletas de 19 modalidades distintas (foram 17); e o rácio de participação de 40 % de atletas femininas seleccionadas (foram 39,1%).
No encontro apresentaram-se também algumas sugestões com vista aos Jogos Olímpicos Paris 2024, tanto por Federações Desportivas que tiveram atletas a competir em Tóquio, como por outras que não tendo representação no Japão querem vir a tê-la daqui por três anos.
Com os dados atrás referidos, reais, a Missão Portugal cumpriu com o que foi “contratado” com o Governo – o que é importante sob todos os pontos de vista, até porque é o Estado que suporta a grande maioria dos custos, não só os directamente ligados aos Jogos como também ao longo de todos os anos/épocas desportivas.
Ainda no campo desportivo – e aproveitando a oportunidade – por certo que outros factos poderão constar no relatório final, que será conhecido, analisado e aprovado mais à frente, tendo presente, por exemplo, as “queixas” públicas apresentadas pela selecção de Andebol quanto ao tempo de adaptação, considerado escasso; o desfile na cerimónia de abertura, em especial quanto ao comportamento dos porta-bandeiras (Telma Monteiro e Nélson Évora) e o efeito que poderá ter tido nas competições que cada um realizou e o “embaraço” no relacionamento entre Nélson Évora e Pedro Pichardo, num “despique” incomum e muito pouco ético.
E outros houve, ainda que no âmbito global, que também “beliscaram” uns Jogos per si diferentes de todos os outros, mormente no que respeita à atribuição de duas medalhas de ouro aos “vencedores” (2) do salto em altura (masculino) e às características da estrutura molecular das pistas (corridas e saltos), fabricadas de propósito para estes Jogos 2020, que proporcionaram três recordes mundiais, um europeu e outro olímpico em corridas rápidas e no triplo salto feminino, numa eloquência que deixa dúvidas quanto à vantagem que proporcionaram aos atletas envolvidos, com relevo para os que perceberam que “chão” pisavam (ou “voavam”) e terão tido a oportunidade de retirar os máximos proveitos de um produto que “deslizava” muito bem ligado ao esforço do praticante.