Sábado 23 de Novembro de 4244

Camisola Amarela saltou para Amaro Antunes na etapa concluída na Serra do Larouco, em Montalegre

Dia sim, dia não, tem sido uma troca por troca da amarelinha, dado que os ciclistas mais consagrados têm posto ao serviço da Volta a Portugal Santander uma pujança e uma vontade de mudar, pedalando a alta velocidade e com fugas que tem criado um clima de competitividade de alto grau.

Tentou, tentou e na 8ª etapa, a antepenúltima da competição, Amaro Antunes (W52/FC Porto) chegou à tão desejada liderança da Volta, depois de uma luta muito particular entre a formação portista e a Efapel, com os azuis e brancos a terem sucesso no ataque ao primeiro andar sendo que, mais uma vez, a fuga decidiu o vencedor na etapa.

No topo da Serra do Larouco, esta sexta-feira 13, viu-se mais uma vitória de Kyle Murphy (Rally Cycling), mas a luta pela Camisola Amarela Santander remeteu o triunfo do norte americano para segundo plano.

A tirada, iniciada em Bragança, acabou por se discutir em dois grupos. Na fuga, estiveram ciclistas que não estavam muito atrasados na classificação como Henrique Casimiro (Kelly/Simoldes/UDO) e Tiago Antunes (Tavfer-Measindot-Mortágua), ambos à procura de um top 10 nesta 82ª Volta a Portugal Santander, objectivo que conseguiram na chegada a Montalegre, subindo à quinta e decima posição respectivamente.

No pelotão, Efapel e W52-FC Porto jogavam para o primeiro lugar, com a Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel sem desistir de ter Alejandro Marque na luta.

A cerca de 40 quilómetros da meta, na primeira categoria que antecedeu a Serra do Larouco, Rafael Reis, o homem que saiu de amarelo de Bragança confirmou que estes terrenos tão íngremes não são para ele e ficou irremediavelmente para trás.

Formou-se um grupo composto por Amaro Antunes, Joni Brandão e João Rodrigues (W52-FC Porto), António Carvalho, Frederico Figueiredo e Mauricio Moreira (Efapel), Abner González (Movistar) e Alejandro Marque (Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel), que contou com a ajuda de Alvaro Trueba. Ou seja, todos os que têm mostrado querer e/ou poder ganhar a Volta estavam lá.

Apesar da aproximação à frente da corrida no Larouco, não era o principal objectivo deste grupo discutir a etapa. A liderança estava à mão, nas vésperas de se subir a Senhora da Graça, com a Volta a terminar domingo, 15 de agosto, em Viseu.

Numa Serra do Larouco que este ano presenteou a caravana com muito sol e muito calor, Joni Brandão deu o mote no ataque a dois quilómetros da chegada, o que partiu o grupo. Amaro seguiu com o colega de equipa, enquanto na Efapel, Mauricio Moreira e Frederico Figueiredo não descolaram e Marque não ficou longe.

O algarvio Amaro passou para a frente da classificação (35h25m41s), terminando a prova com um contra-relógio, pelo que a Senhora da Graça tem importância acrescida para quem não é tão forte nesta especialidade. Frederico Figueiredo ficou a 18 segundos, Moreira a 50 segundos, Casimiro a 57 e Brandão a 58.

“Hoje mostrámos o verdadeiro ADN desta equipa. Foram todos incansáveis em busca da camisola amarela. Amanhã (este sábado) será mais uma batalha e em Viseu será outra. Como equipa temos as coisas bem definidas e queremos vencer esta Volta a Portugal”, afirmou o novo líder. Sobre as duas tiradas que faltam, afirmou que todas vão ser decisivas, para que “tudo faremos para, se possível, alargar a vantagem [na Senhora da Graça]. Em Viseu [contra-relógio individual] será deixar tudo na estrada.”

Nem sempre as etapas que terminam no Larouco permitem a realização da cerimónia de pódio perto da meta, mas com o bom tempo deste Agosto foi possível, desta vez, ver o desfilar das camisolas num cenário fantástico a perder de vista. Afinal é o segundo topo mais alto de Portugal continental.

Se Amaro Antunes (W52-FC Porto) se apropriou da Camisola Amarela Santander, Rafael Reis (Efapel), que a largou, teve de contentar-se com a Camisola Verde Rubis Gás, símbolo da liderança por Pontos que já possuía. Bruno Silva (Antarte-Feirense) esteve na fuga a reforçar o estatuto de “Rei da Montanha” e continua a envergar a Camisola Bolinhas Continente. O campeão nacional de Porto Rico, Abner González (Movistar), mantém a Camisola da Juventude Jogos Santa Casa, enquanto Amaro Antunes lidera o Combinado e a equipa da Efapel domina por equipas.

O triunfo de Kyle Murphy, em Montalegre, com 13 segundos de diferença para o espanhol Jose Parra (Kern Pharma) e 25” sobre Henrique Casimiro (Kelly-Simoldes-UDO) confirmou a excelente prova que o norte-americano da Rally Cycling está a fazer.

Ciclismo-VoltaPortugal-NovoCamisolaAmarela-13-08-2021

DR

“Estou muito feliz! Adoro correr em Portugal. Os adeptos são incríveis. É uma grande corrida, os fãs são fantásticos a apoiar, a gritarem o nosso nome, há boas estradas, bom tempo e também gosto da atitude no pelotão, muito relaxada, ninguém está a discutir, é muito calma e quando é para ir, corremos de forma muito dura”, descreveu um bem-disposto Kyle Murphy, para quem a vitória isolada em Castelo Branco e agora em Montalegre é suficiente.

A corrida está emocionante a dois dias do fim e muito há por decidir. A mítica Senhora da Graça, em Mondim de Basto, espera pelos ciclistas este sábado, para uma etapa que não será nada fácil.

Serão 145,5 quilómetros entre Boticas e Mondim de Basto, com a meta instalada no alto do Monte Farinha. Há cinco contagens de montanha que começam bem cedo: Sabroso de Aguiar (21,1 quilómetros), Torgueda (70,8), Velão (80,5) e antes da Senhora da Graça (primeira categoria), os ciclistas terão de ultrapassar a subida do Barreiro (101,2). As metas volantes estão instaladas em Pedras Salgadas (25,9), Vila Real (58,8) e Mondim Basto (133,8).

Entretanto, a Direcção Geral da Saúde reconheceu esta sexta-feira o esforço que a Podium, responsável pela organização da 82ª Volta a Portugal Santander, tem realizado no sentido de tornar a prova o mais segura possível.

Em mensagem enviada aos responsáveis pela Volta, a Comissão Técnica para os Eventos de Massas faz referência às evidências recolhidas e testemunhadas pelas autoridades de saúde territoriais e, por esse motivo, “reconhece o esforço da organização na implementação de melhorias no que concerne à logística e aplicação de medidas sanitárias”.

A estratégia de testagem entre atletas e staff também mereceu reparo positivo. “Os resultados demonstram, de forma inequívoca, que quando as medidas são aplicadas o risco de transmissão diminui”.
João Almeida continua de amarelo na Volta à Polónia

 

Na Volta à Polónia, o português João Almeida (Deceuninck-Quick-Step) voltou a confirmar que está para as curvas, ainda que tendo chegado no 5º lugar na 5ª etapa (esta sexta-feira) depois de um sprint vigoroso na zona da meta, mantendo-se na liderança ainda que reduzida a uma vantagem de apenas dois segundos, o que não é nada.

A etapa, disputada entre Chocholow e Bielsko-Biala, foi ganha pelo alemão Nikias Arndt (DSM), com 4h02m20s para os 172,8 km.

Este sábado realiza-se o contra-relógio de 19,1 quilómetros, planos, com início e fim em Katowice, prova que pode decidir o vencedor final.

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