Num final de etapa (7ª) a rodar na ordem dos 70 km por hora, aproveitando a descida para Bragança, Rafael Reis (Efapel) voltou a dar uma imagem de força e raça, mente e física vontade de demonstrar que é uma estrela em ascensão, para vencer com uma autoridade tal que o levou a voltar a vestir a camisola amarela para a etapa que terá lugar esta sexta-feira.
Nesta louca etapa até a Bragança – tal como aconteceu na chegada a Setúbal, com Reis a viajar muito rápido para o pódio – a estratégia da Efapel para conquistar a quarta vitória na 82ª Volta a Portugal Santander e para recuperar a amarela foi perfeita. No primeiro de três dias de muita montanha, Rafael Reis venceu pela terceira vez e recuperou a liderança.
Foi mais uma fuga a decidir a etapa e foi com mais um ataque a descer que Rafael Reis (Efapel) escapou. A caminho de Bragança contou com a preciosa ajuda do companheiro Luís Mendonça. Ambos saltaram do grupo, ainda numeroso, que fez a fuga do dia.
”Era o objectivo. Tentámos poupar algumas energias. Houve equipas mais interessadas em ganhar tempo para a geral e nós aproveitámos esse trabalho. Felizmente tinha o Luís Mendonça e foi um trabalho muito mais fácil do que na Arrábida, gastei menos energia. Ele deixou-me a seis quilómetros da meta e consegui vencer. Queria dedicar esta vitória ao Pedro Silva, que faleceu há poucos dias”, afirmou Reis, referindo-se ao director da Tavfer-Measindot-Mortágua e antigo ciclista.
Na fuga, a W52-FC Porto, com três unidades, foi das equipas que mais trabalhou, mas não conseguiu anular o ataque de Reis e Mendonça. Rafael Silva (Antarte-Feirense) esteve sempre a defender a Camisola Bolinhas Continente da Montanha do companheiro Bruno Silva, que não conseguiu entrar no grupo devido a problema mecânico. Mesmo sem pontuar continua líder dos trepadores.
Rafael Reis, antes de recuperar a Camisola Amarela Santander, somou pontuação máxima nas metas volantes para ser novamente o dono da Camisola Verde Rubis Gás dos Pontos.
Rafael Reis, primeiro líder desta Volta, em Lisboa, passou a dispor de 28 segundos sobre o anterior Camisola Amarela, Alejandro Marque (Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel) que na chegada a Bragança perdeu três minutos e meio. Amaro Antunes (W52-FC Porto) é terceiro a 33 segundos de Reis.
A fuga desta 7ª etapa, a mais longa da Volta com 193,2 km entre Felgueiras e Bragança, e o calor mexeram muito com o “top dez”. A Efapel manteve Frederico Figueiredo e Mauricio Moreira (agora sexto e 10º), mas viu chegar Javier Moreno, quarto a 36 de Reis. Diego Lopez
Fuentes (Kern Pharma) Ricardo Vilela (W52-FC Porto), Vicente Garcia de Mateos (Antarte-Feirense) e Joaquim Silva (Tavfer-Measindot-Mortágua) estiveram na fuga e também entraram para o lote dos melhores classificados.
Quando faltam duas etapas de alta montanha na Volta, a luta pela geral está emocionante, com a Efapel muito atacante e a tirar proveito dessa postura. Alejandro Marque já havia avisado que seria difícil manter a amarela nesta etapa, mas a Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel não deixou de trabalhar no pelotão para, pelo menos, manter o espanhol na equação, com uma ajuda da Movistar, que tem Abner González, líder da juventude – Camisola Branca Jogos Santa Casa -a 1,32 minutos de Reis.
Esta sexta-feira, o nível de dificuldade aumenta na Volta. Bragança continua a ser protagonista e torna-se na única cidade desta edição a receber uma chegada e uma partida.
Será da capital do nordeste transmontano que vão começar 160,7 quilómetros até Montalegre, com a meta a coincidir com o Prémio de Montanha de primeira categoria na Serra do Larouco, segundo ponto mais elevado do continente português.
As metas volantes estarão em Vinhais (26,3 quilómetros), Boticas (114,1) e Montalegre (146,9).