Não é todos os dias que se pode estar na pele de um profissional como os ciclistas da Volta a Portugal Santander, mas esta segunda-feira foi possível.
Como manda a tradição, o Dia de Descanso da prova significa uma oportunidade para os cicloturistas e simples amantes da bicicleta vivenciarem a experiência e usufruírem das estruturas da competição e meios da Volta a Portugal.
A realização da 14ª Etapa da Volta Brisa RTP com início e chegada à Guarda levou à cidade quase 750 participantes, que fizeram um percurso de 73 quilómetros com passagem pela Barragem do Caldeirão, tendo também a oportunidade de percorrer as margens do Rio Mondego com vista para as belas paisagens da Serra da Estrela. Para uma maior sensação de competição, a parte final do trajecto foi cronometrada, com uma subida e chegada semelhante à da 4ª etapa da 82ª Volta a Portugal Santander, que aconteceu este domingo com o triunfo de Frederico Figueiredo (Efapel).
Na 14ª Etapa da Volta Brisa RTP, o vencedor foi Lucas Mendonça ao completar o troço cronometrado de 16 quilómetros em 33 minutos e 37 segundos. Mendonça é um açoriano, natural da Ilha Terceira, de 26 anos, que vive em Oeiras. Foi a primeira vez que participou no evento, mas já está habituado a estas andanças do ciclismo e até é atleta federado.
Ao cruzar a linha de meta não se apercebeu do bom registo que acabara de fazer. “Tive a sensação que estava a andar bem, mas não sabia se teria vencido ou não. Gostava de voltar a esta prova, é uma corrida curta, mas intensa”, disse Lucas, mostrando-se feliz com o resultado final.
Do lado das mulheres a vencedora foi Mariana Brugger, de 36 anos, com o tempo de 41 minutos e 14 segundos. A viver em Portugal há quatro anos, a brasileira decidiu participar, pela primeira vez, na prova. “Gostei muito. Foi uma surpresa no final com a subida no empedrado, um percurso lindo e maravilhoso, a repetir”, contou com entusiasmo. A engenheira electricista vive em Cascais e gostou particularmente do formato competitivo da prova, mas quis, sobretudo, desfrutar da corrida e do convívio com os outros ciclistas.
A 82ª Volta a Portugal Santander entra, esta terça-feira, na segunda metade e logo com a subida ao Santuário de Nossa Senhora da Assunção, em Santo Tirso. A luta pela Camisola Amarela Santander está ao rubro, com Alejandro Marque (Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel) – vencedor na mítica Torre – a ter apenas cinco segundos de vantagem sobre Amaro Antunes (W52-FC Porto) e 25 sobre Frederico Figueiredo.
O corredor da Efapel subiu ao terceiro lugar após o triunfo de domingo na Guarda somando a terceira vitória para a equipa comandada pelo jovem director desportivo Ruben Pereira, depois de Rafael Reis ter vencido nos dois primeiros dias.
Amaro Antunes é o líder da montanha, vestindo a Camisola Bolinhas Continente, enquanto Luís Gomes tenta repetir o feito de conquistar a classificação por pontos e já enverga a Camisola Verde Rubis Gás. Na juventude, Camisola Branca Jogos Santa Casa, o melhor vem de Porto Rico, Abner González, e representa a equipa World Tour Movistar. A Efapel lidera coletivamente.
Da Capital das Bicicletas ao Monte Córdova
O mais difícil da tirada desta terça-feira, a quinta, está mesmo guardado para o fim. A ascensão ao Monte Córdova, onde fica o santuário de Nossa Senhora da Assunção, é de segunda categoria e encerra os 171,3 quilómetros. Águeda, uma das regiões da Europa onde se produzem mais bicicletas, será o ponto de partida. As Metas Volantes que ajudam a definir a classificação por Pontos estão em Oliveira de Azeméis (64,9 Km), Santa Maria da Feira (82,7 Km) e Santo Tirso (163,1 Km).
No longínquo ano de 1978, a Volta a Portugal terminou pela primeira vez em Águeda. Até aí, a prova sempre tinha finalizado ora em Lisboa, ora no Porto. Para assinalar os 43 anos da efeméride será recreada simbolicamente, esta terça-feira, no início da 5ª etapa da 82ª Volta a Portugal Santander, uma entrega de prémios como aconteceu em 1978.
Será reeditada a oferta a Belmiro Silva, vencedor da Volta a Portugal nesse ano que, entre outros presentes, ganhou …uma vitela.
Seguindo as normas da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária, irá estar no local uma vitela viva que será oferecida ao melhor ciclista português, à partida da etapa, e neste caso trata-se de Amaro Antunes (W52/FC Porto), segundo classificado da Volta. Ao Camisola Amarela será entregue um leitão assado e uma garrafa de espumante, prémios muito típicos, desde sempre, na região da Bairrada.