Quinta-feira 21 de Novembro de 2024

Veterania para trás das costas e Alejandro Marque voltou a brilhar no Alto da Torre

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Alejandro Marque é um dos ciclistas mais velhos do pelotão mas provou, este sábado, que a idade nem sempre trava os grandes momentos como o que viveu na subida à Torre este sábado. O espanhol (39 anos) venceu, com mais de um minuto de vantagem, uma das mais importantes etapas da 82ª Volta a Portugal Santander, regressando aos bons resultados que lhe permitiram ser vencedor da prova em 2013.

Com a W52-FC Porto (Amaro Antunes, Joni Brandão e João Rodrigues) e a Efapel (António Carvalho, Frederico Figueiredo e Mauricio Moreira) a controlarem-se mutuamente, foi o homem da Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel a atacar no grupo perseguidor de Luís Gomes (Kelly/Simoldes/UDO), que fez uma boa parte da subida em fuga, mas acabou por claudicar nos quilómetros finais.

Marque passou para a frente e ninguém mais o agarrou, sendo recebido por uma calorosa recepção do público a contrastar com o ar bem fresco que estava na serra. O minuto e três segundos que conseguiu na chegada deram-lhe a liderança da Volta.

“É uma alegria imensa. Há algum tempo que não tinha uma vitória. A última vez foi no Tour de China em 2018 e durante estes anos estive sempre a tentar. Ganhar aqui em cima faz-me lembrar o meu grande amigo David Blanco [recordista de vitórias na Volta a Portugal, com cinco triunfos] quando ganhou aqui. Esta manhã mandou-me uma mensagem, a mim e ao Gustavo Veloso, a explicar qual a melhor a táctica para vencer aqui” – referiu o vencedor, no final da prova.

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Para defender a Camisola Amarela Santander, Marque salientou que “vamos ver o que acontece nos próximos dias, a Volta é muito comprida. Sei que vou ter comigo o meu grande amigo Gustavo, vamos ajudar-nos mutuamente e esperemos que no final da Volta possamos festejar”.

Marque foi protagonista na chegada, mas Mauricio Moreira continua a confirmar estatuto na Efapel. Depois do brilharete vitorioso na Volta ao Alentejo fez o segundo lugar na Torre com o mesmo tempo de Abner González (Movistar), mas ambos acabaram penalizados por abastecimento irregular. Foi pior para o uruguaio Moreira, porque repetiu a infracção e em vez de 20 segundos levou castigo a dobrar, o que o arredou da vice-liderança da Volta.

Com as penalizações do colégio de comissários, a classificação geral teve uma nova reviravolta já depois de terminada a etapa e a Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel passou a ter dois homens nos dois primeiros lugares.

Gustavo Veloso, outro veterano (41 anos) está agora a 1m09s minutos do companheiro, enquanto Joni Brandão (W52-FC Porto) surge no terceiro lugar, a 1m26s, a mesma diferença de Amaro Antunes, outro ciclista da equipa portista.

Suspeita de Covid 19 retirou Equipa Espanhola da Volta

As primeiras notícias deste domingo deram conta do abandono da Caja Rural-Seguros RGA. Devido aos procedimentos de despiste existentes na 82ª Volta a Portugal Santander, foram identificados dois casos suspeitos de Covid 19 na equipa espanhola. A formação, cumprindo o normativo de segurança sanitária da organização, já não alinhou à partida da etapa que começou este sábado na Sertã.

Na sequência das suspeitas e seguindo o protocolo sanitário, foram efectuados testes às equipas que partilharam o mesmo hotel da Caja Rural, a Movistar, W52/FC Porto e Atum General-Maria Nova Hotel-Tavira, tendo os resultados sido negativos.

Fuga a Pensar nas Camisolas

Se é certo que as grandes movimentações desta terceira etapa, iniciada na Sertã, aconteceram na subida da Covilhã para o alto da Torre, também é preciso dizer que desde os primeiros metros da tirada que vários corredores tentaram escapar e não demorou a formar-se uma fuga de onze homens onde já estava Luís Gomes (Kelly/Simoldes/UDO) que seria o último aventureiro a ser alcançado na parte final dos 170 quilómetros.

Gomes dedicou-se a somar pontos e, no final, envergou a Camisola Verde Rubis Gás, prémio de consolação para uma boa etapa, apesar de não ter conseguido ganhar como queria. Na montanha, Hugo Nunes (Rádio Popular-Boavista) bem tentou vestir a Camisola Bolinhas Continente, mas a chegada de Alejandro Marque ao topo da Estrela destronou-lhe esse sonho e é o espanhol também o líder dos trepadores.

A Camisola Branca da Juventude Jogos Santa Casa ficou na Movistar, mas agora com Abner González. Por equipas, a Efapel mantém-se em primeiro.

Como era esperado, a Serra da Estrela iniciou a selecção daqueles que querem e que estão em condições de lutar por uma geral em aberto, mas com um veterano a ser aquele que todos vão ter de perseguir.

Na etapa deste sábado, Alejandro Marque (Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel) venceu com o tempo de 4h59.10, à frente de Mauricio Moreira (Efapel), a 1m03s e de Abner Gonzalez (Movistar), com o mesmo tempo. Depois ficaram Amaro Antunues (W52/FCPorto), a 1m12s e Gustavio Cesar Veloso (Atum General/Tavira/Maria Niova Hotel), com o mesmo tempo.

Na geral individual (Amarela-Santander), Rafael Reis (Efapel) continua no comando, com o total de 8h16m39s, com uma vantagem de 13,02 segundos sobre Mauricio Moreira (Efapel) e 17,40 sobre Diego Lopez Fuentes (Kern Pharma).

Na geral individual, Alejandro Marque soma 13h16m14s, estando em segundo Gustavo Cesar Veloso, a 1m09s e, em terceiro, Jóni Brandão (W52/FCPorto), a 1m26s. Depois estão Amaro Antunes (W52/FCPorto), com o mesmo tempo, e Abner Gonzalez (Movistar), a 1m28s.

Na classificação por equipas, liderança para a Efapel, com 39h52m21s, à frente da W52/FCPorto, a 31 segundos; Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel, a 1m14s; Kelly/Simoldes/UDO, a 3m57s e Radio Popular/Boavista, a 4m37s.

Depois da Torre vem aí uma Etapa “Rompe Pernas”

Segunda-feira é dia de folga, mas este domingo ainda há muito trabalho pela frente nos 181,6 km entre Belmonte e Guarda. A parte final será de muito sobe e desce com três contagens de montanha: Videmonte (aos 152 quilómetros, segunda categoria), Guarda (172,2, terceira categoria) e a meta está numa terceira categoria, na mesma cidade.

Logo a abrir, aos 19,3 quilómetros, haverá uma quarta categoria, em Sortelha. As metas volantes estão no Sabugal (31,8), Pinhel (92,9) e Celorico da Beira (132,5).

 

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