Quinta-feira 24 de Novembro de 7898

Portugal a caminho dos melhores Jogos Olímpicos de sempre

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Por certo que esta terça-feira, 11º dia dos Jogos Olímpicos Toquio2020, foi uma jornada de fortes emoções para Equipa Portugal, não só pela conquista da terceira medalha (prata-bronze-bronze) mas, também, pelo conjunto de resultados obtidos, que permitem sonhar que Portugal possa alcançar o maior número de medalhas de sempre no maior, mais completo e altamente competitivo evento desporto à escala planetária.

Com a proeza alcançada por Fernando Pimenta, Portugal igualou o que conseguiu em Los Angeles 1984 (ouro-bronze-bronze) e Atenas 2004 (prata-prata-bronze) e, melhor ainda, abriu expectativas para poder ultrapassar esta fasquia, como que, a confirmar-se, “derrotando” uma pandemia que colocou todo o mundo às avessas.

Por outro lado, Pimenta (prata em 2012 e bronze em 2021), juntou-se a Carlos Lopes (prata em 1976 e ouro em 1984), Rosa Mota (bronze em 1984 e ouro em 1988), Fernanda Ribeiro (ouro em 1996 e bronze em 2000) e Luís Mena e Silva (Bronze em 1936 e 1948, no Hipismo), formando o quinteto dos atletas portugueses que alcançaram uma segunda medalha, sem dúvida uma honra para um Portugal que continua “pequenino” em muitas coisas.

Neste dia ainda, a dupla da embarcação 49er, composta por Jorge Lima e José Costa, conseguiu mais um diploma, o que também confirma que os objectivos delineados pelo Comité Olímpico de Portugal estão perto de serem cumpridos.

No caso das medalhas até já foram ultrapassados, porquanto o máximo era de duas medalhas.

No Atletismo, Pedro Pablo Pichardo apurou-se directamente para a final do triplo salto com o registo de 17,71, a melhor marca na qualificação entre os 31 atletas participantes.

Nelson Évora, na mesma prova, teve um salto válido de 15,39 e ficou fora da final na sua última participação em Jogos Olímpicos, condicionado por uma problema físico, aliás detectado pouco depois de ter chegado a Tóquio, o que o manteve em tratamento, não tendo recuperado a cem por cento.

Nelson justificou que “não esperava que me fosse saltar a virilha no primeiro ensaio. Saio um pouco triste, mas de cabeça erguida. Tentei saltar pelos portugueses, porque sei que esteve muita gente a acompanhar. Aguentar uma competição com dores não é nada. Lutei até ao fim”.

Tiago Pereira saltou 16,71 e posicionou-se no 16.º lugar (entre 31), tendo ficado a quatro lugares

e a doze centímetros da final, cujo último lugar de acesso foi conseguido por um dos favoritos à vitória, Hugues Fabrice Zango, do Burkina Faso (16.83).

Estreante em Jogos Olímpicos, Tiago salientou que “este é o meu primeiro ‘major’, nunca fui a um Mundial, nunca fui a um Europeu, queria fazer mais e sabia que podia chegar à final. Estou bem e ainda há duas semanas saltei 17,11. Hoje não deu”.

Cátia Azevedo, por seu lado, qualificou-se directamente para as meias-finais dos 400m, ao terminar a eliminatória no 3º lugar, em 51,26, o que correspondeu à 15.ª posição no total das 45 participantes.

Para a recordista nacional, “este resultado estava a ser trabalhado, porquanto tenho feito uma época muito equilibrada, mas estamos num grande palco e amanhã está tudo em cima da mesa. Que seja um dia para sorrir. Estar numa meia-final de velocidade é muito bom”.

Francisco Belo foi 16.º no concurso do lançamento do peso e ficou fora do grupo de doze atletas que disputará a final dos Jogos Olímpicos.

O atleta da Equipa Portugal começou a competição com um nulo, mas uma segunda tentativa rendeu um ensaio a 20,58, correspondente ao 3º lugar provisório do grupo A, no qual apenas três competidores conseguiram o apuramento directo, fixado em 21.20. Em face dos resultados verificados no grupo B, Belo desceu à16ª posição e, por isso, não foi apurado para a final.

No final, Francisco Belo comentou que “a competição do grupo B correu muito bem, lançaram longe. Fiquei em 16º, o que não era o que ambicionava, porque queria passar à final, mas conseguimos ver o quão difícil esta competição é quando o campeão do mundo ficou em 11º, na base da tabela para se qualificar, e o campeão europeu, que me tirou das medalhas, ficou em 17º, atrás de mim.”

Na canoagem, a obtenção da melhor marca da história Olímpica na meia-final da prova de K1 1000 metros – 3.22,942, que foi recorde olímpico na disciplina – deixava antever um Fernando Pimenta focado e pronto para dar tudo na procura de um grande resultado. E conseguiu, somando mais uma medalha à sua história Olímpica, depois da prata em Londres 2012 na embarcação K2, juntamente com Emanuel Silva.

Na final, cerca de duas horas depois, a competição seria mais “feroz” e o português teve de lutar até aos últimos centímetros para assegurar o bronze e cumprir o objectivo de conquistar uma medalha Olímpica individual.

Pimenta referiu que “este é um dos sonhos, falta o outro que é ser Campeão Olímpico, mas saio de consciência tranquila, sei que dei tudo neste ciclo Olímpico. Só tenho de estar feliz. Os dois húngaros foram mais fortes do que eu e só tenho de felicitá-los e estar agradecido a todos os portugueses e a toda a estrutura que me apoiou neste ciclo Olímpico”.

Balint Kopasz viria a ser campeão Olímpico e a melhorar a marca que Pimenta trazia das meias-finais (3.20,643). Fernando Pimenta fechou o pódio com 3.22,478.

Teresa Portela discutiu a passagem à final do K1 200 metros mas ficou fora das apuradas e teve de se contentar com a final B, apesar de ter feito o 6º melhor tempo das meias-finais (39,301).

Salientou que “sabia que seria uma semifinal bastante complicada e fico triste por ter o sexto melhor tempo e, mesmo assim, ter tido que disputar a final B. Tentei encarar como mais uma oportunidade de mostrar que merecia estar noutra final, porque claramente fazia parte das melhores”.

No Hipismo, Luciana Diniz garantiu a passagem à final da prova de saltos de obstáculos, ao fazer um percurso limpo, sem penalizações e um tempo de 1.25,62 segundos.

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Vertigo du Desert, o seu cavalo, mostrou-se seguro e adaptado à pista, tal como a cavaleira confirmou no final da qualificação ao afirmar que “o cavalo tem estado a semana toda muito bem, adaptado ao clima e está em forma”.

Na Vela, Jorge Lima e José Costa classificaram-se em 7º lugar na competição olímpica de 49er e conquistaram mais um diploma para a Equipa Portugal.

A dupla de velejadores atingiu a Medal Race de todas decisões no sexto lugar, com aspirações de melhorar a classificação, mas foi-lhes assinalada uma largada irregular que ditou a saída da regata e a classificação final.

Jorge Lima sublinhou que “não era isto que queríamos para a nossa última regata nos Jogos, mas a alta competição é assim”, tendo acrescentado que “estávamos preparados para ganhar a regata e íamos muito bem. Fomos apanhados de surpresa por termos largado fora. Ainda assim, o que há a realçar é a semana toda, a prestação que tivemos nestes Jogos foi excelente, não acima das nossas expectativas, porque sabíamos qual era o nosso potencial.”

José Costa também reagiu com satisfação: “Estamos contentes, porque demos ao nosso País, à nossa modalidade, sempre emoção até à última.” No Rio 2016, a dupla da Equipa Portugal tinha sido 16ª classificada e havia contas a ajustar. “Queríamos vir aqui corrigir esse mal-entendido entre nós e a classificação”, acrescentando que “conseguimo-lo através de muito trabalho. Este resultado sabe-nos bem.”

Na classe 470, os irmãos Diogo e Pedro Costa partiram para o último dia de regatas, antes da Medal Race, na 13.ª posição e os últimos resultados não ajudaram a melhorar.

Na nona e 10ª regata foram 12º e 17º e acabaram a competição no 15.º lugar, não tendo acesso à Medal Race..

Pedro Costa salientou que “sabíamos que matematicamente era possível apurarmo-nos para Medal Race, que era o nosso objectivo, mas também sabíamos que a probabilidade era bastante baixa”, que referiu ainda que “demos o nosso melhor, tentámos assumir riscos e parecia que na primeira regata poderíamos ter conseguido um bom resultado, mas infelizmente não aconteceu.”

“Este é um campeonato completamente diferente dos outros. A nível pessoal foi uma experiência muito enriquecedora, mas esperava fazer um resultado melhor do que este”, disse Diogo Costa.

Para esta quarta-feira, Joana Vasconcelos e Teresa Portela vão pagaiar no K2 500 metros, cuja prova de inicia pelas 2h19 da madrugada, seguindo-se a presença na fase seguinte (4h07) caso consigam apurar-se.

Pela manhã (11h00), Marta Pen Freitas estará nas meias-finais dos 1.500 metros, seguindo-se a presença de Cátia Azevedo também na meia-final mas dos 400 metros planos.

Pelas 11 horas ainda, Luciana Diniz inicia a final dos obstáculos (Hipismo), estando previsto para as 22h30 horas a final (Natação) dos 10 km em águas abertas, com a presença de Angélica André.

Boa sorte #Equipa Portugal

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