Patrícia Mamona conseguiu – ainda que ligada no tornozelo direito – uma superação só para campeões de fibra e mente superior para conquistar a medalha de prata nos Jogos Olímpicos Tóquio2022, que vai ficar para a história do atletismo português, como sempre na vcanguarda dos grandes resultados olímpicos.
Com uma entrada espectacular no concurso do triplo salto, Patrícia chegou aos 14,91 com uma determinação tal que voou para um 14,91 de gabarito, batendo o recorde nacional por vinte e cinco centímetros, um aumento significativo face aos 14,66 com que se apresentou na capital nipónica.
Ainda que sempre longe da líder da prova, Patrícia teve que garantir este resultado, até porque, a meio do percurso, viu outra atleta ficar a poucos centímetros e, temendo qualquer coisa que pudesse acontecer, voltou a soltar-se para chegar aos 15,01 e solidificar o lugar prateado que, com garra e mente sã (nada afectada por pressões de qualquer espécie), manteve até final. Afinal, uma prata que parece que valeu ouro. Também foi assim que Carlos Lopes começou em 1976.
Este foi o segundo pódio olímpico conquistado pela Equipa Portugal no Japão (depois do bronze alcançado pelo judoca Jorge Fonseca) e o 26.º da história do desporto português.
No balanço deste domingo, a Equipa Portugal de Andebol perdeu (30-31) com o Japão na 5.ª e derradeira jornada do grupo B e ficou fora dos quartos-de-final, classificado no 5.º lugar.
Portugal esteve durante a maior parte do tempo em desvantagem no marcador – devido a erros, omissões, desconcentrações e ausência de discernimento táctico e técnico – tendo chegado ao intervalo a perder por dois golos (14-16).
Na segunda parte reagiu – aproveitando uma quebra da formação japonesa – e chegou a comandar em diversas ocasiões, a última aos 29-28, mas depressa os japoneses recuperaram e adiantaram-se até aos 31-29.
Portugal reduziu e dispôs de oportunidade para empatar a 31 – resultado que daria o passaporte para os quartos-de-final – mas a bola acabou perdida na linha de fundo.
Paulo Jorge Pereira, o seleccionador nacional (que foi sancionado com uma falta que obrigou à suspensão de um jogador da equipa nacional, ficando a equipa apenas com 5 elementos durante dois minutos) salientou que “hoje, jogando às 9 da manhã, com japoneses, eu sabia que isso podia ser um factor pernicioso para nós. Não foi feita uma adaptação como deve ser. Depois foi um culminar de situações, como cometer erros que habitualmente não acontecem e falhas técnicas acima do que é normal. Acabámos por não conseguir manter o nível que trazíamos de há uns anos a esta parte e tivemos o que merecemos”.
Pelo que se viu, a questão de se jogar às nove horas poderá ter tido influência, mas isso podia ser ultrapassado se fossem mais cedo para o Japão (não se sabe se isso foi pensado ou não), mas os erros é que foram gritantes, desde o guarda-redes (muito inseguro e fora dos ângulos dos remates dos japoneses) até aos municiadores e rematadores, porque não conseguiram travar a ultra rapidez dos homens do oriente.
Para “esquecer” esta parte, o atletismo veio aliviar a carga negativa que “poluiu” a comitiva lusa, porquanto Auriol Dongma e Patrícia Mamona, por terem obtidos os melhores resultados pessoais em Jogos Olímpicos, conseguiram superar-se sem se justificar com as condições climatéricas, até excelentes para o atletismo, sendo que a venezuelana Yulimar Rojas bateu o recorde mundial do triplo salto, ao conseguir chegar a uns 15,67 de grande valor técnico.
Para a nova prateada olímpica portuguesa, Patrícia Mamona, “esta competição é especial para todos nós, atletas, e na minha cabeça o foco era só dar o meu melhor, saltar o mais possível. Era o momento decisivo e só pensava como podia saltar ainda mais para sair daqui mesmo estafada. Saio daqui muito feliz! Espero continuar a abrir portas para o desporto feminino, ser uma inspiração para as próximas gerações.”
Quanto a Auriol, cinco centímetros foi o suficiente para impedir que a atleta portuguesa chegasse ao pódio e à medalha de bronze no lançamento do peso, na sua primeira participação Olímpica pela Equipa Portugal.
Com cinco dos seis lançamentos acima de 19 metros, a portuguesa abriu a 19,29 metros, tendo conseguido a melhor marca no quarto ensaio, com 19,57 metros. Mas Valerie Adams (Nova Zelândia) já tinha marcado 19,62 metros, a americana Raven Saunders também (viria ainda a melhorar para 19,79) e a chinesa Lijiao Gong já ia destacada na liderança, tendo fechado o concurso com a melhor marca a 20,58 metros.
A lançadora portuguesa terminou o concurso em 4º lugar e, com a tristeza estampada no rosto, salientou que “estava a sentir-me bem no aquecimento, mesmo com o calor. Doeu-me ficar em 4º lugar. Estive focada até ao fim porque sei que o melhor pode sair em qualquer lançamento. A única coisa que posso fazer agora é continuar a trabalhar”.
Ricardo dos Santos teve a sua estreia olímpica nos 400 metros. Com o tempo de 46,83, correspondente ao 39º lugar entre 47 participantes, a progressão para a próxima fase não foi possível. Justificou o atleta que “queria sair daqui com uma marca melhor, mas vamos ter de começar tudo de novo e ver o que podemos melhorar”.
No Ténis de Mesa, as coisas também não começaram bem e, ante a Alemanha, Portugal nãop conseguiu, minimamente, equilibrar os jogos iniciais na competição por equipas.
João Monteiro, Marcos Freitas e Tiago Apolónia encontraram-se Dimitrij Ovtcharov, Patrick Franziska e Timo Boll e, no final quem seguiu em frente foi o trio alemão com vitórias em todos os encontros disputados.
Marcos Freitas fez o balanço da prestação da equipa, referindo que “foi um jogo muito difícil, como já antevíamos. É uma equipa que conhecemos bem e sabíamos que era favorita.
Estiveram muito bem, do primeiro jogo ao último”.
Na Vela, o 13º lugar na classificação é, por agora, o lugar ocupado pelos irmãos Costa, Diogo e Pedro, na competição de Vela, classe 470.
Após mais duas regatas nas águas de Enoshima, e quando faltam mais duas antes da Medal Race, os portugueses estão no 13.º lugar com 92 pontos (76 pontos “net”). Nas regatas do dia, foram 10º e 16º.
Os franceses Peponnet e Mion apresentaram um protesto contra a embarcação da Equipa Portugal, que foi julgado improcedente pela organização.
Na liderança da prova estão os australianos Mathew Belcher e Will Ryan com 19 pontos (14 pontos “net”).
Nesta segunda-feira, o dia de competições (pela madrugada de Portugal), inicia-se com a presença (1h35) de Marta Pen e Salomé Afonso nas eliminatórias dos 1.500 metros, sem grandes esperanças, seguindo-se (11h25) Lorène Bazolo nas eliminatórias dos 200 metros, restando saber se recuperou dos 100 metros, onde também não esteve bem.
Pela 1h30, Teresa Portela e Joana Vasconcelos estarão na qualificação no K1, na Canoagem, seguindo-se (2h20) mais um candidato às medalhas, o super medalhado Fernando Pimenta.
Na Ginástica, Filipa Martins entrará (10h) na qualificação da prova de solo, com a representação lusa a fechar o dia com a presença (6h30) na prova de Vela (classe 470) de Diogo Costa e Pedro Costa nas regatas 9 e 10, para confirmar a presença na Medal Race, na terça-feira.
José Costa e Jorge Lima estarão (7h30), para fechar (quiçá com medalha) a competição do 49er.
Boa sorte #Equipa Portugal