Domingo 24 de Novembro de 9878

Carlos Lopes com a primeira medalha de prata para Portugal nos Jogos Olímpicos de 1976

CarlosLopes-45anosdepoisPrata-29-07-2021Enquanto, em Tóquio, o judoca Jorge Fonseca subiu ao pódio para receber, com mérito, a medalha de bronze – no que é, até ao momento, o mais alto galardão da Equipa Portugal2020 – recorda-se que há pouco mais de 45 anos Carlos Lopes conquistou a primeira prata para o atletismo nacional nos Jogos de Montreal1976.

No que foi um início de carreira dos mais brilhantes de atletas portugueses a alto nível, num período de pouco mais um ano de ouro e prata – com a conquista de quatro medalhas – Carlos Lopes foi o que melhor encarnou o primeiro plano de alta competição no país, proposto sob o comando do Prof. Mário Moniz Pereira

Aprovado pelo Governo no Verão de 1975, o ano de 1976 começou com o campeoníssimo Carlos Lopes a conquistar (Março de 1976) o primeiro título de campeão mundial de corta mato para Portugal, evento realizado na cidade de Chepstow (País de Gales), o que fez entrar o país numa espiral de conquistas nunca antes vista.

Um título alcançado depois de Carlos Lopes ter conquistado (31 de Dezembro de 1975) a primeira Corrida de São Silvestre da Amadora, que se tornou a mais competitiva e significativa no país, face à presença de todos os melhores atletas portugueses ao longo dos tempos.

Com o ouro a brilhar por todo o lado, Lopes foi galopando títulos atrás de títulos e passou a ser uma das maiores esperanças portuguesas para os Jogos Olímpicos de Montreal, no Verão de 1976, onde Carlos Lopes foi o porta-bandeira da bandeira portuguesa na cerimónia de abertura.

Chegado o dia 26 de Julho de 1976 – depois de ter sido apurado para a final – Carlos Lopes compareceu na pista do Estádio Olímpico de Montreal (Canadá) disposto a demonstrar que estava apto para chegar ao ouro, ainda que não se tivesse deslumbrado pela hipótese, real, como sempre acontece a quem sabe o quer e como chegar ao objectivo, uma das forças “ocultas” de Lopes, que estudou tudo minuciosamente.

Só que, como se recorda, teve a seu lado um “perna longa” que dava pelo nome de Lasse Viren, finlandês que se alimentava de “leite de rena” – ainda que se desconhecendo, na altura, quais as qualidades nutritivas que tinha e os efeitos que podiam fazer no corpo humano.

Adiantado na frente da corrida a cerca de 500 metros do final da corrida, Lopes – que nunca conseguiu ter uma ponta final forte, utilizando os ritmos milimetricamente rápidos para “afastar” os concorrentes mais próximos – começou a pressentir a presença do referido “perna longa”, que acabou por chegar ao fim na primeira posição, perdendo ingloriamente o ouro nos 10.000 metros mas, ainda assim, alcançado a primeira medalha de prata para o atletismo português, depois de décadas em “branco” do desporto português.

Para fechar o ciclo ainda melhor, Carlos Lopes chegou a Março de 1977 (ano seguinte aos Jogos) e voltou a brilhar ao conquistar a primeira medalha de prata (depois do ouro no ano anterior) no mundial de corta-mato.

Assim se recorda o 26 de Julho de 1976 (45 anos depois) quando Carlos Lopes entrou para a classe dos Deuses Olímpicos. Um português de Vildemoinhos, concelho de Viseu.

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