Sexta-feira 22 de Novembro de 2024

Japão limita o número de chegadas para controlar o pico do coronavírus

JogosOlimpicos-Anéis-19-07-2021Um despacho remetido de Tóquio e subscrito por Gianni Merlo, dá conta que os jornalistas, pelo menos os que chegaram nos últimos 14 dias, vivem em um clima de provação, pois só podemos ir do hotel ao Centro de Imprensa ou às instalações desportivas consideradas dentro da bolha protegida definida para cada jornalista. 

Fora o aumento de casos positivos de Covid-19 em Tóquio, que está colocando o governo em maiores dificuldades, a situação está cada vez mais tensa e existe uma grande preocupação com as possíveis reacções do público. No Japão, 1.500 casos representam um sério limiar de perigo, embora estejamos acostumados a esses números, o que nos deixa quase indiferentes.

Na Itália, origem de Merlo (que é presidente da AIPS e colaborada da organização para a área de apoio aos jornalistas de todo o mundo, a tendência de crescimento refere que na próxima semana as “cotações” da Covid-19 voarão como aconteceu alguns meses atrás, também graças ao efeito da “Alegria pela vitória em Londres na final do Campeonato Europeu de futebol contra a Inglaterra”. Se se for para o Reino Unido, pior ainda.

Ainda não foi divulgado o número de jornalistas que terão acesso às instalações onde serão realizadas as competições olímpicas. O sistema de reservas adoptado pelos organizadores é um pouco desconcertante porque dá ao gestor do local o poder de determinar quem será admitido ou não. Infelizmente, alguns gestores dos locais não têm experiência anterior e, portanto, terão dificuldade em realizar esta tarefa, pelo que estão a ser encontradas soluções para minimizar eventuais inconvenientes.

A notícia de que um atleta de Uganda, o halterofilista Julius Ssekitoleko, de 20 anos, deixou uma nota onde estava com a comitiva do país, dizendo que “quero trabalhar no Japão”, segundo as autoridades locais, estando a polícia a procurá-lo, dado que pode levantar mais questões sobre a segurança dos jogos a serem realizados em tempos de pandemia de Covid-19, considerando que Ssekitoleko desapareceu antes de ser submetido ao teste de PCR anti-Covid, que tinha sido detectado em dois membros da comitiva, o que obrigou a organização a coloca-los em quarentena.

Face a isso, a polícia da prefeitura de Osaka está preocupada que Ssekitoleko possa estar infectado, mas sem sintomas, e desencadear um surto de Covid.

Por outro lado, o governo japonês decidiu pedir às companhias aéreas que não aceitem novas reservas até o final dos Jogos, porque quer limitar chegadas fora dos Jogos Olímpicos a cerca de 2.000 passageiros por dia nos cinco aeroportos de Narita e Haneda, perto de Tóquio, Osaka , Chūbu e Fukuoka, para poder realizar os testes anti-Covid da melhor forma.

Além disso, o governo pediu às empresas estrangeiras que limitassem as reservas a um máximo de 40 passageiros, que não estivessem em trânsito ou chegando para as Olimpíadas. Foi também estabelecido um máximo de 3.400 passageiros por semana para as empresas japonesas.

Essas são restrições pesadas não só do ponto de vista económico, mas o ministério da saúde teme não conseguir acompanhar o ritmo dos exames realizados até agora.

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