Sexta-feira 23 de Novembro de 4936

Portugal de “vento em popa” arrasou Hungria na abertura da fase de grupos do Euro 2020

UEFA Euro 2020

UEFA Euro 2020

Ficou consumada, esta terça-feira, uma das melhores entradas de Portugal na fase de grupos em europeus depois que “arrasou” a formação húngara, apesar de uma certa dicotomia vigente no encontro realizado.

Na realidade, o que importa é o resultado final e isso começou a ser uma realidade a partir dos 84’, quando Raphael Guerreiro fez o gosto ao pé e conseguiu jogar às três tabelas para chegar ao primeiro golo para a turma lusitana.

Rafa (que tinha entrado em jogo vinte e cinco minutos antes) conseguiu isolar-se pela direita, fez um passe para Raphael Guerreiro, que estava no centro, que recebeu a bola depois de esta tabelar nas pernas de um defesa húngaro, foi lesto a virar-se para a baliza e rematar de imediato, fazendo a bola tabelar noutro defesa e seguir para a baliza, com o guardião da casa a não conseguir evitar o golo português.

E não foi a primeira dose de felicidade para Portugal, porquanto, minutos antes (80’), a bola foi introduzida na baliza de Rui Patrício, depois de uma falha da defesa lusa, se bem que o árbitro assistente tivesse dado levantado a bandeirola (ainda que tarde) a assinalar a irregularidade cometida (fora de jogo) do avançado húngaro.

Pode-se dizer que a superioridade portuguesa nunca esteve em causa, considerando que teve uma posse de bola (final) de 70/30% (67/33% ao intervalo), rematou mais vezes (11-5), dos quais 7-3 para a baliza (dos quais saíram três golos), o que, de forma “líquida”, confirma a referida superioridade.

A posse de bola foi angariada pelo facto de os húngaros terem jogado quase sempre no seu meio campo, com Portugal a pressionar (ainda que lentamente) no meio campo do adversário. Sem que houvesse progressão no campo, porquanto o primeiro golo apenas surgiu a vinte minutos do final (incluindo o tempo de compensação).

Por seu lado, os húngaros só remataram cinco vezes e apenas três foram para a baliza, o que diz bem da ausência de apetência na procura do golo, atendendo a que só assim teriam oportunidade de poderem marcar, se bem que a equipa nacional, na altura dos poucos avanços dos magiares, depressa fechou qualquer “fonte de alimentação”, isto é, brechas que permitissem chegar a criar perigo junto da baliza de Rui Patrício.

Portugal atacou mais, como confirmam as estatísticas, mas sem grande convicção, dado que na frente de ataque ninguém atinava com nada, não havia desmarcações, estavam todos na expectativa quanto ao destino da bola, com Ronaldo a perder (43’) a perder uma oportunidade de ouro para fuzilar a baliza, sem ninguém pela frente, rematando por cima da barra.

O primeiro tempo ficou ainda assinalado pela atribuição (38’) de um cartão amarelo ao central Rúben Dias, que o vai “fechar” para os encontros seguintes e que pode ser complicado se for expulso face à falta que fará naquela zona da baliza. Isto porque os jogadores ainda não aprenderam que não podem pisar os pés dos adversários, como se verificou.

No segundo tempo, com Ronaldo a manter-se “encaixotado” no seio da defesa húngara, com pouco espaço para movimentar-se, foram as substituições que vieram trazer uma nova alma para dar a volta ao jogo

Rafa (70’) entrou para o lugar de Bernardo Silva (continua a abusar do jogo individual), enquanto Renato Sanches e André Silva entraram para as posições de William Carvalho e Diogo Jota, o que fizeram soar o alarme na defesa húngara.

Depois de Portugal se ter adiantado no marcador, a defesa magiar começou a abrir os flancos, por um lado e, por outro, também deu uma imagem de cansaço, o que levou o técnico húngaro a fazer quase todas as substituições com poucos minutos de intervalo, o que não surtiu efeito face aos sinais evidentes de cansaço e falta de capacidade para os últimos vinte minutos.

Ao contrário, Portugal aproveitou uma maior frescura no ataque face às substituições e, com a estrelinha a cirandar por perto, acabou por marcar mais dois golos, que poucos acreditavam viesse a acontecer.

O 2-0 surgiu da marcação (87’) de uma grande penalidade (Ronaldo), por falta do defesa húngaro sobre Rafa, no centro da área, não tendo havido dúvidas sobre isso, enquanto o terceiro surgiu em tempo de descontos de compensação (90+2’), com a bola a ser lançada para Ronaldo, que surgiu na cara do guarda-redes, tirou-o do caminho e fez o 3-0 sem espinhas.

Um resultado que é demasiado pesado, ainda que justo no que à vitória diz respeito, pese embora a ausência de um nível que se esperaria mais elevado.

Com estes dois golos, Ronaldo alcançou mais um recorde – o de melhor marcador nas fases finais do europeu – com 11 golos, ao mesmo tempo que diminuiu a diferença para o iraniano que ainda leva três de vantagem sobre Ronaldo nos melhores marcadores de todos os tempos em termos de selecções.

No outro jogo do grupo (F), a França venceu a Alemanha (1-0), com um autogolo do alemão Hummels (20’), estando Portugal e França no comando, ambos com três pontos. Alemães e húngaros continuam em zeros.

Nesta quarta-feira seguem-se mais três jogos (dois do grupo A e um do grupo B).

Pelas 14 horas, em São Petersburgo (Rússia), defrontam-se Finlândia e Rússia; pelas 17h, em Baku (Azerbaijão), efectua-se o Turquia-País de Gales e, pelas 20h, em Roma, a Itália defronta a Suíça.

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