Luís Costa, no 9º lugar na prova de fundo de classe H5, foi o melhor elemento da Seleção Nacional no encerramento do Campeonato do Mundo de Paraciclismo, que este domingo terminou no Circuito Estoril (Cascais).
O corredor português colocou em prática a táctica idealizada: não ir ao choque com os adversários mais fortes da classe, procurando seguir num segundo grupo que lhe permitisse tentar ultrapassar alguns concorrentes que descolassem da frente da corrida.
A prova de 67,2 quilómetros foi animada, inicialmente, por uma fuga do italiano Diego Colombari e do holandês Johan Reekers. Os dois acabaram por não conseguir resistir à perseguição movida pelos quatro mais fortes do pelotão, os holandeses Mitch Valize e Tim de Vries, o francês Loic Vergnaud e o irlandês Gary O’Reilly.
A medalha de ouro foi discutida por este quarteto, com Valize e Vergnaud a destacarem-se dos demais para um emocionante sprint, no qual se impôs o representante dos Países Baixos, que repetiu no Mundial o que conseguira no Europeu da semana passada, a dobradinha contra-relógio e prova de fundo. Na luta pelo bronze levou a melhor Tim de Vries, que se despediu do estatuto de campeão do mundo.
O grupo de Luís Costa acabou por não conseguir chegar aos fugitivos iniciais, com o português a terminar a 5m12s, tendo referido ao site da Federação que “sei que ainda não estou em condições de arriscar ir ao choque. Vi-me num grupo com mais dois atletas e, como não estávamos a perder muito para a frente, colaborámos para tentar apanhar alguns dos outros atletas. Fico satisfeito, porque estou a evoluir bem e sinto-me muito motivado para o período que me separa de Tóquio”.
Este domingo estiveram em acção mais quatro portugueses, com Rúben Garcia e João Pinto a competir na classe H4, ocupando a 25.ª e a 26.ª posições, respectivamente. Ficaram ambos a uma volta do vencedor, o francês Riadh Tarsim, mais rápido num sprint a cinco, que também levou ao pódio o alemão Vico Merklein, segundo, e o espanhol Luis Miguel García-Marquina, terceiro.
Em H4 também correram dois representantes da Selecção Nacional. Flávio Pacheco foi o 11.º classificado e Carlos Neves terminou na 14.ª posição, ambos dobrados pelo vencedor, o holandês Jetze Plat, que revalidou o título mundial de fundo, juntando esta vitória à do contra-relógio de sexta-feira. O pódio completou-se com o austríaco Thomas Fruhwirth e com o suíço Fabien Recher.
Para Carlos Neves, que se iniciou no paraciclismo há três anos “foi o meu primeiro Campeonato do Mundo. Fiz uma boa prova dentro das condições físicas que tenho. Vivo no Luxemburgo, onde a primavera foi muito fria e chuvosa. Em maio só pude treinar na rua três vezes, de resto foi sempre em rolos. Mas não foi por isso que não ganhei”.
A nação mais vitoriosa neste domingo foi a de Itália, com quatro camisolas arco-íris. Seguiram-se os Países Baixos com três. São também estes os países que encabeçam a lista de nações mais vitoriosas em Cascais. Itália somou 13 medalhas de ouro ao longo de toda a competição. Os Países Baixos ficaram-se pelos nove títulos. A terceira selecção com mais triunfos durante o Mundial foi a Grã-Bretanha, com seis subidas ao lugar mais alto do pódio.
Num Campeonato do Mundo em que participaram 39 países, houve 21 que levam medalhas na bagagem.
Paraq o seleccionador nacional, José Marques, “saio daqui tranquilo, porque cumprimos as expectativas. O único sabor amargo foi na corrida de fundo de classe C2, na qual um descuido táctico do Telmo Pinão o impediu de estar na discussão dos primeiros lugares. No geral, foi uma experiência positiva para todos os corredores que aqui estiveram e que merecem os parabéns por estarem a competir entre os melhores do mundo”.