João Almeida e Nelson Oliveira (corrida de fundo e contra-relógio), Maria Martins (ciclismo em pista indoor) e Raquel Queirós (BTT) são os quatros “mosqueteiros” do ciclismo que vão representar Portugal nos jogos Olímpicos de Tóquio’2020.
Pela primeira vez, o ciclismo português terá uma participação paritária, com dois homens e duas mulheres, distribuídos por quatro disciplinas velocipédicas (contra-relógio e prova de fundo, na estrada, omnium, em pista, e cross country olímpico (XCO), em BTT, sendo a estreia do ciclismo de pista em Jogos Olímpicos e será também a primeira vez que Portugal participa na prova feminina de XCO.
José Poeira, seleccionador nacional de estrada, teve a exigente missão de reduzir a dois a lista de corredores que poderiam representar o país na mais importante competição internacional multidesportiva.
O seleccionador nacional de pista, Gabriel Mendes, convocou a corredora que amealhou os pontos que asseguraram a Portugal a presença em Tóquio, Maria Martins. A escolhida pelo seleccionador nacional de BTT, Pedro Vigário, para a estreia do BTT feminino português em competições olímpicas foi a jovem Raquel Queirós.
Os primeiros a entrar em acção em terras nipónicas serão João Almeida e Nelson Oliveira, pois a prova de fundo masculina está marcada para o dia 24 de Julho. A dupla voltará a competir no dia 28, no contrarrelógio individual.
José Poeira tem objectivos ambiciosos para as duas corridas, tendo dado a conhecer ao site da Federação Portuguesa de Ciclismo que “vamos trabalhar para conseguir estar na discussão do contra-relógio e da prova de fundo. Os percursos adequam-se aos nossos corredores, mas falta saber que adversários e em que condições se apresentarão. Ambicionamos, pelo menos, o Diploma Olímpico, sabendo que no contra-relógio esse é um objectivo realista para o Nelson e para o João, dado que o percurso é muito exigente, favorecendo os portugueses em relação aos contra-relogistas com características de roladores”.
Raquel Queirós estreia-se nos Jogos Olímpicos. Vai fazê-lo no dia 27 de Julho. ”A Raquel é uma corredora ainda muito jovem. Estamos focados em fazer uma boa preparação para termos uma participação digna. Será um momento histórico, por ser a estreia, mas será também uma parte da caminhada rumo aos Jogos de 2024. Queremos que seja também um estímulo para toda a comunidade do XCO português, exactamente a pensar em Paris’2024″, esclareceu Pedro Vigário.
Cabe a Maria Martins a honra de encerrar a participação velocipédica portuguesa, disputando as quatro provas do concurso de Omnium no dia 8 de agosto. ”Vai ser a competição com maior qualidade em que alguma vez participamos, pois vão estar em pista as 21 melhores do mundo. Estamos a fazer uma preparação detalhada, sabendo que o processo de trabalho é o essencial para podermos ter a expectativa de uma boa participação. Olhando à qualidade das adversárias, considero que uma classificação nos primeiros dois terços da tabela é um bom resultado”, adiantou Gabriel Mendes.
Maria Martins reconheceu que “o apuramento foi a concretização de um sonho que não esperava realizar tão cedo. Estou muito motivada para representar Portugal e para dar o meu melhor perante adversárias que conheço dos Mundiais e das Taças do Mundo. Importa, primeiro, fazer uma boa preparação para, durante os Jogos, encarar cada uma das quatro provas pontuáveis de cada vez. Conquistar um Diploma Olímpico seria concretizar mais um sonho, mas se calhar já seria pedir muito a realização de dois sonhos tão difíceis de uma vez”.