Jogos Olímpicos
Depois do realizador Danny Boyle passar em revista a longa história de sucesso das Ilhas Britânicas – revolução industrial e tudo o mais – num espectáculo mediático de alto grau de valor, a festa de abertura dos jogos Olímpicos de Londres acabou nos dias de hoje, se bem que em festa.
Os jovens – que levaram o lume ao que se fixou como a pira olímpica destes jogos’2012 – são sempre uma fonte de riqueza mas o mundo de hoje não consegue dar uma mão a esses membros da sociedade ávidos de “inventar” tudo o que seja para encontrar o caminho da felicidade.
Veremos até que ponto estes Jogos Olímpicos podem servir para dar pistas a quem precisa, que a ética, em especial, e o fair play estejam lado a lado para poder ajudar a criar valores que também estão ausentes da juventude.
Mas voltando à festa de abertura dos Jogos, é caso para dizer: Só visto! Contado não tem graça! Como diz o povo.
Do James Bond ao Mister Bean, passando pelo recordar de músicas como ”chariots of fire” ou o “Hei Jude” (Beatles) ou, ainda, o “Enola Gay”, por certo que muitos jovens dos anos 60 e 70 deram largas à sua alegria se reviver esses já longínquos tempos. Mas foi bom.
Pela terceira vez, Londres recebe a organização da maior festa mundial do desporto, da fraternidade, da amizade, de toda a gente. É preciso que os valores de Pierre Coubertain se mantenham na positiva.
Em 1908, na quarta edição, o ambiente era de puro amadorismo, aliás como se verificou, em certa medida, em 1948, ainda a “cheirar” ao pós-guerra mundial. Mas agora tudo é diferente: amadorismo já se foi; voluntariado anda assim-assim; ética é quase nula. Para onde vamos?
Milhares de aletas, a maioria jovens, desfilaram – “arrepiados” ou não, como se diz na gíria em função da “resposta” de cada um ao ambiente que se vive – num estádio que vai concitar a presença de alguns dos maiores deuses do desporto mundial.
Viram, sentiram e talvez pensem algo de positivo para o futuro.
Sebastian Coe, antigo campeão olímpico e presidente do comité organizador de Londres’2012, e Jacques Rogge, presidente do Comité Olímpico Internacional, sublinharam, quase em uníssono, mensagens oportunas para os tempos que se vivem.
E por viver, chegámos ao dia um em que grande parte das modalidades vão entrar em actividade, onde o futebol já vai adiantado.
A partir desde sábado e até ao dia 12 de Agosto muito se vai passar. Para Portugal e para todos os restantes 203 países presentes, para além dos atletas que se apresentam “sem país”.
Todos vão querer muito. Muitos não vão lá chegar. Alguns serão coroados como deuses do novo Olímpo. O caminho para lá chegar é difícil. E as escolhas dão muito trabalho.
Que haja desportivismo, ética, fair play, que todos sejam felizes, acima dos resultados que possam alcançar!