A Tertúlia em memória de Francisco Lázaro, que esta quinta-feira teve lugar no recém inaugurado Museu e Biblioteca Nacional do Desporto (Palácio Foz), terá sido o último acto – pelo menos não se conhecem outros – de homenagem ao malogrado atleta português que faleceu em plena maratona dos jogos Olímpicos de Estocolmo, em 1912.
Esta “faina” de homenagens iniciou-se com a apresentação do livro “Francisco Lázaro – O homem da maratona”, que Gustavo Pires, professor da Faculdade de Motricidade Humana, lançou no dia 12, seguindo-se a que o Comité Olímpico de Portugal protagonizou na manhã do dia 14, como aqui referimos na devida oportunidade.
No mesmo dia (14), a Associação de Atletismo de Lisboa organizou uma corrida, para a qual abriu inscrições a 1.000 participantes, tendo conseguido apenas 371, isto porque o valor da inscrição foi de € 7,50 por pessoa. Fazer homenagens com o dinheiro dos outros sem dúvida que é “bonito”! Mesmo que fossem os mil, o que daria um valor total (antes de despesas) de € 7.500,00. Dado que dava lucro, qual seria o destino do remanescente: entregar à família, a uma causa social? Nada se soube (ou sabia antes da prova)!
A quarta homenagem decorreu da publicação de um livro, com comentários de vários interventores, coordenado por Alexandre Mestre, secretário de Estado do desporto e Juventude, intitulado, segundo lido na comunicação social, “Francisco Lázaro: a lenda olímpica”.
Até aqui parece que nada foi referido quanto ao papel que a Federação Portuguesa de Atletismo, entidade dotada com o estatuto de Utilidade Pública desportiva, desempenhou em todo este processo.
Para fechar, ao que parece, este ciclo “Francisco Lázaro”, foi a vez da secretaria de Estado do Desporto e Juventude lançar uma tertúlia, que reuniu muita gente ligada ao desporto e não só, por onde desfilaram António Simões, jornalista de A Bola”, que falou sobre “A maratona fatídica de Estocolmo 1912 – subsídios da história”; João Campos, antigo técnico da campeã olímpica Fernanda Ribeiro, que versou sobre “A maratona de 1912: da preparação de Francisco Lázaro ao treino dos 42.195 metros na actualidade”; Jorge Silvério desenvolveu a temática “Francisco Lázaro e a maratona dos Jogos Olímpicos de Estocolmo em 1912 – a dimensão psicológica” e Pedro Branco, médico da federação da modalidade, que abordou “14 de Julho de 1912, uma corrida fatal”.
Seguiu-se o debate previsto e a acção culminou com as palavras finais de José Vicente Moura, presidente do Comité Olímpico de Portugal, e de Alexandre Mestre, secretário de Estado do Desporto e Juventude, que se referiram a Francisco Lázaro como um exemplo de esforço e de dedicação que, cem anos depois, ainda perdura na memória de (ainda) muitos dos que se interessam pela temática olímpica e desportiva, nomeadamente e para o caso o atletismo, onde nasceu, recorde-se, o primeiro campeão olímpico português: o campeoníssimo Carlos Lopes.