Quarta-feira 06 de Novembro de 2024

Com quase trinta anos de atraso…

Museu e biblioteca do desporto já abriram

Da Rua dos Anjos – numa fase mais próxima (anos 80) – à Lapa e ao “abandono”, foram quase trinta anos às voltas com a “escolha” de um local que albergasse o extenso e importante espólio do desporto português ao longo dos tempos. Mas chegou esse dia.

Pelo meio, ficou a politicamente badalada “entrada” num Pavilhão baptizado de Carlos Lopes, nada menos o primeiro português campeão olímpico, num processo que surgiu por altura da abertura do Casino Lisboa, cujo contrato com o Estado previa o cabimento de cinco milhões de euros para o efeito. Até hoje não houve nem museu nem se sabe onde anda o dinheiro.

De uma forma fácil – aproveitando também o facto de o Palácio Foz ter deixado de ter “importância” nos últimos tempos – surgiu a luz ao fundo do túnel. Quiçá pela proximidade do túnel (do comboio) do Rossio. Fosse pelo que fosse, a verdade é que, finalmente, existe uma casa nobre para uma causa histórica. Que poderia ainda ser mais atractiva, noutro pólo de centralização, quiçá aliando-se a um museu que o mar também nos oferece.

O Museu Nacional do Desporto, assim se designa, vai colocar diversas valências e serviços à disposição do utente, como um fácil acesso à informação e ao conhecimento (científico, técnico, social e cultural) sobre a realidade desportiva através do património do desporto, contando também com a  Biblioteca Nacional do Desporto que possui, à data da sua inauguração, de um acervo de aproximadamente 60.000 itens registados, desde monografias, publicações periódicas, vídeos, DVD’s, suportes áudio e outros.

De entre o acervo da biblioteca contam-se alguns exemplares de particular relevância histórica, como a “De Arte Gymnastica”, de Hieronymi Mercurialis, 1577 – considerado o primeiro livro de desporto editado no mundo, para além de algumas das principais monografias modernas em matéria de desporto, destacando-se as publicações no âmbito da Medicina Desportiva, reforçando significativamente os conteúdos acessíveis a estudiosos e agentes desportivos, bem como todas as formas de cooperação com as universidades.

Mais um pólo – este o principal, se bem que ainda que “amputado” de muitas obras de autores portugueses e estrangeiros e do espólio dos milhares dos principais atletas portugueses – de atracção para a cidade capital do país.

 

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