Os lançadores portugueses obtiveram, com garbo, quatro medalhas – uma de ouro, duas de prata e uma de bronze – na Taça da Europa de Lançamentos, em Split (Croácia), competição que terminou este domingo.
Com este excelente quadro, Portugal alcançou um inédito quinto lugar colectivo nesta competição europeia no que foi a melhor prestação de sempre do nosso país a este nível.
Liliana Cá e Irina Rodrigues também fizeram história ao conquistarem, pela primeira vez, no sector feminino, duas medalhas para o nosso país nesta competição. A recordista nacional do lançamento do disco, Liliana Cá (Novas Luzes), chegou à competição como líder do ranking europeu e cedo mostrou que o ouro era o seu objectivo. A alemã Shanice Craft ameaçou esse desígnio ao segundo ensaio, mas a recordista nacional guardou para o sexto e último um lançamento de 62,80 metros, que lhe valeu o ouro, a sua segunda medalha nesta competição. Irina Rodrigues (Sporting), que já tinha seis medalhas nesta competição, guardou também para o último ensaio um “tiro” de 62,79 metros, a sua melhor marca esta temporada, ficando a um centímetro da atleta do Novas Luzes e fechando o medalheiro com a prata, para Portugal.
Na zona mista, Liliana Cá e Irina Rodrigues não conseguiram esconder a felicidade e o entusiasmo.
A medalha de ouro explicou que “por vezes o nervosismo e outras circunstâncias fazem tardar o resultado a aparecer”, no entanto, disse estar “supercontente” com a sua prestação e o seu resultado. Irina Rodrigues confessou, por sua vez, estar “muito, muito contente”. “A Liliana é uma grande competidora e conseguimos ambas o nosso melhor resultado na última tentativa. Isso vive-se com grande entusiasmo. Duas atletas femininas a vencer uma medalha neste evento é histórico para Portugal, por isso, estamos muito contentes por ter representado o nosso país desta forma.
Foi precisamente este espírito de entreajuda e de apoio por parte dos colegas de equipa que destacou o vencedor da medalha de bronze no lançamento do martelo sub-23, na que foi a estreia nesta competição e também ela histórica, já que foi a primeira vez que Portugal conseguiu uma medalha nesta disciplina em masculinos.
Depois de elevar o seu recorde pessoal para os 71,05 metros, a terceira melhor marca nacional do ano, Rúben Antunes (Sporting) salientou que o seu objectivo foi “mais do que cumprido”, tendo acrescentado que “tenho a sorte de ter participado em várias provas internacionais, mas esta foi a primeira na qual participei só em lançamentos, o que é muito importante para mim e, por isso, é uma felicidade enorme conseguir uma medalha na minha estreia”.
O atleta tem agora pela frente os Campeonatos da Europa Sub-23, nos quais espera repetir o feito de “conseguir uma medalha”.
De destacar ainda a prestação da também estreante na competição Débora Quaresma, sub-23 do SCP, que na final B do lançamento do peso conquistou a terceira posição, com a marca de 14,32 metros, ficando a dois centímetros do seu recorde pessoal.
Francisco Belo, (Benfica), depois de ter conquistado a prata para Portugal, no lançamento do peso, com a marca de 20,47 metros, desafiou-se hoje no lançamento do disco, tendo alcançado o sexto lugar da série B, com a marca de 55,84 metros.
Esta participação histórica é, nas palavras técnico nacional de lançamentos, Paulo Reis, “motivo de uma grande satisfação enquanto responsável pelo sector”, tendo-se mostrado “satisfeito, mas não surpreendido”, como fez questão de sublinhar o técnico nacional de lançamentos.
E sobre a prestação individual dos atletas referiu: “A Liliana Cá, com o ouro, foi o destaque da equipa, mas é preciso sublinhar também a prestação da Irina Rodrigues, experiente nestes palcos, que soube sempre acreditar e no último ensaio fez o seu melhor resultado desta época e ficou a um centímetro do ouro. O Rúben Antunes foi talvez a surpresa, porque em termos de ranking era o que estava mais longe. No entanto esteve bem e soube reagir, conseguindo a primeira medalha de sempre no martelo, em masculinos, e a primeira medalha nos sub-23. O Francisco Belo também esteve bem, claro. Mas é preciso referir que as competições não se fazem só de medalhas, mas de trabalho de profundidade e é preciso salientar que todos os nossos atletas ficaram no top oito nas suas provas, o que é um motivo de grande satisfação”.
Entretanto o Estádio Olímpico de Tóquio foi palco de um meeting internacional, com a presença de uma boa mão cheia de atletas da primeira linha mundial sendo que a maioria fossem japoneses, num teste à nova pista que será palco dos Jogos Olímpicos.
Os resultados foram algo medianos – o triunfo do norte-americano Justin Gatlin, nos 100 metros, não foi além dos 10,24, com vento nulo.