O irlandês Sam Bennett (Deceuninck-Quick-Step) confirmou o favoritismo e ganhou hoje a primeira etapa da Volta ao Algarve, uma ligação de 189,5 quilómetros, entre Lagos e Portimão. Iuri Leitão (Tavfer-Measindot-Mortágua), quinto classificado, foi o melhor português.
Bem acolitado pelos companheiros da Deceuninck-Quick-Step, Sam Bennett conquistou o sexto triunfo da temporada, reforçando o estatuto de sprinter mais vitorioso do WorldTour em 2021.
O corredor irlandês teve de esforçar-se a fundo para triunfar, na ligeira subida dos metros finais, perante uma oposição, quase até ao risco, do holandês Danny van Poppel (Intermarché-Wanty-Gobert Matériaux), que foi o segundo classificado. O espanhol Jon Aberasturi (Caja Rural-Seguros RGA) fechou o pódio de uma jornada que o pelotão principal completou em 4h37m41s, à média de 40,946 km/h.
A tirada teve como protagonistas os fugitivos, que abalaram do pelotão com 11 quilómetros percorridos. Carlos Canal (Burgos-BH), Jon Irisarri (Caja Rural-Seguros RGA), Gustavo César Veloso (Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel), Hugo Nunes (Rádio Popular-Boavista) e Cesar Nicolas Paredes (Louletano-Loulé Concelho) foram os mais ousados. Mas o corredor da equipa de Loulé caiu pouco depois e não aqueceu o lugar entre os fugitivos.
A perseguição movida pela Deceuninck-Quick-Step e Bora-Hansgrohe não permitiu o sucesso dos quatro escapados, que foram alcançados a19 quilómetros do final. Jon Irisarri aproveitou a iniciativa para subir ao pódio, vestindo a Camisola Azul Lusíadas, de melhor trepador.
Na ausência de bonificações, os três primeiros da geral são os três homens que cortaram a meta mais adiantados. Sam Bennett é o dono da Camisola Amarela Turismo do Algarve e também da Camisola Verde Crédito Agrícola, dos pontos. Jarrad Drizners (Hagens Berman Axeon) é o melhor jovem, envergando a Camisola Branca IPDJ.
O vencedor referiu, no final da etapa, que “não foi bem como tínhamos planeado, mas o objectivo era o mesmo, que era vencer e etapa. Foi um sprint muito disputado e mais duro do que o esperado. A equipa levou-me ao limite na aproximação da meta. Os meus colegas trabalharam todo o dia e, no final, lideram muito bem com as várias quedas na aproximação da meta e protegeram-me. Gastei muita energia para recuperar posições no final, sobretudo porque estava algum vento frontal na recta da meta, mas acabei por ser o mais forte. Medi forças até ao risco. É uma vitória importante porque venho de uma paragem após um primeiro pico de forma na época”.
Algumas quedas e “cortes” no pelotão, todas fora da zona de protecção dos derradeiros 3 quilómetros, atrasaram homens importantes, que poderiam ter visto dificultada a tarefa de lutar pela geral. Kasper Asgreen (Deceuninck-Quick-Step) cedeu 39 segundos, Frederico Figueiredo (Efapel) perdeu 1m01s e Tiago Antunes (Tavfer-Measindot-Mortágua) gastou mais 4m31s do que o vencedor.
Depois do vencedor, classificaram-se Danny Van Poppel (Intermatché-Wanty-GobertMateriaux – Bélgica); Jon Aberasturi Izaga (Caja Rural-Seguros RGA – Espanha); Stanislaw Aniolkowski (Bingo Al Pauwels Sauces WB – Bélgica) e o porruguês Iuri Leitão (Tavfer-Measindot-Mortágua), todos com o mesmo tempo do vencedor que, por esse motivo, comandam a geral após a ronda inicial.
Dos 175 corredores que iniciaram a competição, dois desistiram nesta primeira etapa, um dos quais Sérgio Paulinho, que está de despedida do ciclismo, aos 41 anos e idade.
Na segunda etapa, a disputar nesta quinta-feira, prevê-se um dos momentos determinantes na definição da geral. Os corredores vão percorrer 182,8 quilómetros, entre Sagres, no concelho de Vila do Bispo, e o alto da Fóia, em Monchique.
A chegada, coincidente com um prémio de montanha de primeira categoria, vai mostrar quem são os homens em melhores condições de lutar pela camisola amarela.