Rochele Nunes conquistou a medalha de Bronze no último dia do Campeonato da Europa de Judo – Lisboa 2021, igualando a participação no Campeonato da Europa – Lisboa 2008, com Portugal a conquistar quatro medalhas (ouro e 3 bronzes).
Em termos de países, Portugal ocupou uma excelente décima posição com as quatro medalhas (a que se acrescenta ainda um 5º e um 7º lugar, com o Kosovo a ser o melhor (2 e ouro, 1 de prata e 2 de bronze), à frente da Turquia (2-0-0) e da França (1-3-4).
Neste domingo, último dia do europeu, Rochele Nunes (+78 kg) foi a estrela máxima da representação lusa, ao alcançar a terceira medalha de bronze para Portugal, num percurso que começou pelas vitórias sobre a alemã Renee Lucht (ippon), a bósnia Larisa Ceric (ippon), tendo ganho o grupo B, seguindo-se o triunfo sobre a ucraniana Yelyzaveta Kalanina (ippon) nas Repescagens, acabando por perder na meia-final para a francesa Lea Fontaine (ippon), mas conseguindo um excelente bronze
Patrícia Sampaio (-78 kg) conquistou um bom 7º lugar, depois vencer a belga Sophie Berger (ippon) mas perdeu de seguida para a francesa Andrey Tcheumeo (ippon), sendo ainda derrotada, nas repescagens, por outra francesa, Fanny Estelle Posvite (ippon)
O campeão mundial Jorge Fonseca (-100 kg) começou por eliminar o grego Georgios Malliaropoulos (ippon) e o estónio Grigori Minaskin (ippon).
Nos quartos-de-final, não conseguiu ultrapassar o russo Niiaz Iliasov (ippon), nem o francês Alexandre Iddir (13º), nas repescagens, pelo que terminou no 7º lugar.
Na mesma categoria, Diogo Brites perdeu com o bielorusso Mikita Sviryd (waza-ari) e ficou pelo caminho, o mesmo sucedendo a Vasco Rompão (+100 kg), que foi afastado pelo alemão Jonas Schreiber (ippon).
Pelo meio, realizou-se a cerimónia da passagem da Bandeira, com o Presidente da EJU – Sergey Soloveychik, o Presidente da FPJ – Jorge Fernandes e o Presidente a entregar o testemunho ao presidente da Federação Búlgara, Rumen Stefanov Stoilov, que recebe o Europeu 2022.
Recorda-se que ao longo dos três dias, a competição reuniu os melhores judocas europeus, num total de 359 Atletas (149 no feminino e 210 no masculino) de 45 Países, incluindo Portugal com 18 Atletas.
Telma Monteiro, que se sagrou campeã europeia pela 6ª vez, conquistando a 15ª medalha na sua 15ª participação, enquanto João Crisóstomo (-66 kg), Bárbara Timo (-70 kg) e Rochele Nunes (+78 kg) foram as estrelas da equipa nacional, pelas medalhas conquistadas.
Portugal igualou a melhor participação de sempre em Europeus (em número de medalhas, uma vez que em Istambul 2011 somou uma medalha de ouro e 2 de prata), alcançada há 13 anos, também em Lisboa.
Em declarações ao site da Federação Portuguesa de Judo, Rochele Nunes salientou que “foi um objectivo cumprido, estou muito feliz por estar aqui. Sou eternamente grata por tudo o que me aconteceu na vida, pela primeira vez sinto-me cem por cento portuguesa, tendo entendido, hoje, o que é ser portuguesa”, tendo acrescentado que “estou muito emocionada, tenho muito orgulho por lutar por Portugal e saber que estou perto de concluir o meu objectivo”.
Para Jorge Fonseca, o campeão do mundo em título, “esta prestação foi uma grande desilusão para mim. Trabalhei bastante e queria ganhar este europeu. As coisas correram muito bem no início, no entanto, nos quartos-de-final tive um azar que me custou a derrota. Saio daqui com uma enorme frustração, queria dar uma grande alegria aos portugueses. Tive sempre o grande sonho de receber uma medalha neste pavilhão, mas infelizmente não foi possível. Tenho de levantar a cabeça e lutar pelos meus objectivos. Tinha tudo para ganhar esta competição.”
Para Ana Hormigo, treinadora da selecção nacional (feminina), “foi fantástico termos fechado em beleza com o Bronze da Rochele. Sabíamos que ia ser um combate bastante complicado, porque ela já tinha perdido as últimas duas vezes com esta adversária. Foi bom termos acabado com 4 medalhas, 3 de bronze e 1 de ouro. Sinceramente, a nossa expectativa era mais elevada, pois sabíamos que podíamos dar muito mais. Sabemos que o último dia é sempre forte e que podíamos superar a marca de 2008. Só tenho pena de termos igualado e não superado os resultados de 2008.”
Pedro Soares, treinador da selecção nacional (masculina), salientou que “no último combate do Jorge, houve uma situação de difícil análise. Na minha opinião não é ‘wazari’, embora não concorde com a decisão da arbitragem, vou ter de respeitar. No entanto, acho que não é isso que determina o 7º Lugar do Jorge. Os combates da categoria de peso dele têm muita competitividade, tinham aqui atletas que muito provavelmente irão subir ao pódio nos Jogos Olímpicos. A categoria dele é dominada por atletas europeus, faltava aqui o japonês [Aaron Wolf] e o coreano [Guham Cho] para serem os Jogos Olímpicos. Houve uma reedição da final do Campeonato do Mundo, só por aí podemos verificar a qualidade deste europeu. Infelizmente, o Jorge fez um ataque fora de tempo que foi aproveitado pelo adversário. Acabou por ceder à ansiedade e sair derrotado desse combate”, tendo acrescentado que “quanto à selecção masculina, é muito positivo o resultado do João Crisóstomo. Analisando o atleta, é o melhor resultado da carreira e está de parabéns, mas se formos analisar a prestação global temos de admitir que ficámos um pouco aquém das expectativas”.