Atletismo – Europeu de Pista
Nem sempre acontece mas nos últimos dias Portugal viu aumentar o número de atletas que o representará no europeu (pista) que vai ter lugar em Helsínquia (Finlândia), entre 27 deste mês e 1 de Julho.
Anunciámos aqui que trinta e três atletas seria o pecúlio a apresentar – o quarto maior desde 1938, quando Portugal se apresentou pela primeira vez (segunda edição da competição, que começou em 1934) – mas esta sexta-feira a Federação anunciou que o número final é de 37.
O que se deve ao facto de mais um atleta ter feito mínimos, de outro ter recebido um “wild card” da Associação Europeia e de outros dois terem sido escolhidos como suplentes para as duas estafetas que estarão presentes, passando a ser a terceira comitiva mais vasta, depois dos 42 de 2010 (Barcelona) e dos 40 de 2002 (Munique). E o recorde podia ser batido este ano se Jessica Augusto, Naide Gomes, Nelson Évora, Rui Silva, por exemplo, estivessem em condições de participarem pleno.
É com este lote que Portugal se apresenta, de novo, em Helsínquia, com “os objectivos traçados pelos atletas e pelos respectivos técnicos” – segundo “atirou” José Barros, para não ser “obrigado” a dizer que esperava ou não medalhas. Que acabou por confirmar mais tarde, considerando a posição em que se encontram Sara Moreira (líder europeia dos 5.000 metros) e Marco Fortes (2º europeu deste ano) no ranking deste ano. O que não tudo mas… ajuda.
Uma outra ajuda proveio de Fernando Mota, presidente da Federação, ao salientar que “neste ciclo olímpico (2009 a 2012, que só acaba em Londres) Portugal conquistou 53 medalhas, quando no anterior angariou 40”. Para bom entendedor meia palavra basta. Tanto mais que, há dois anos, Portugal ganhou quatro medalhas, sendo a de prata por Naide Gomes (comprimento) e as três de bronze por João Vieira (20 km marcha), Jessica Augusto (10.000) e Sara Moreira (5.000). Disse ainda Fernando Mota que “tendo atingido os 14.000 atletas filiados, o atletismo português tem o futuro garantido”.
O que foi secundado por José Barros que salientou “temos muitos jovens de grande categoria, que estão nesta equipa e que vieram dos sub-23 e um até dos juniores, para além de dezasseis dos atletas que estarão em Helsínquia tem mínimos para os Jogos de Londres”.
Marco Fortes e Ana Dias são os “capitães” da equipa e o recordista do peso aproveitou para dizer que “é uma missão de muita responsabilidade mas que assumo com muita honra e dedicação em prol da selecção, pelo que vou tentar fazer o melhor possível nesta estreia”. Quanto ao resultado que espera fazer, Marco foi mais parco em palavras. “Tenho ambições mas sei que, apesar de estar num lugar que me dá acesso ao pódio, tenho que o provar”.
É bom estar optimista e resta esperar que tudo seja a favor dos nossos atletas
Neste europeu de ar livre, Portugal conquistou 24 medalhas, sendo 10 de ouro, sete de prata e outras tantas de bronze. Rosa Mota e Francis Obikwelu (cada uma com três de ouro) continuam na liderança, seguida de Manuela Machado (duas) e António Pinto e Fernanda Ribeiro.
Recorde-se ainda que existe um único recordista português dos campeonatos, caso de Francis Obikwelu (9,99 nos 100 metros, em 2006).
As equipas:
Feminina
100 e 200 m – Sónia Tavares; 5.000 – Sara Moreira; 10.000 – Ana Dias, Dulce Félix e Leonor Carneiro; 3.000 obst. – Clarisse Cruz e Carla Salomé Rocha; 100 m. Bar – Mónica Lopes; 400 m. Bar, – Vera Barbosa; Vara – Leonor Tavares; Triplo – Patrícia Mamona e Susana Costa; Disco – Irina Rodrigues; Martelo – Vânia Silva; 4×400 metros – Vera Barbosa, Carolina Duarte, Dorothé Évora, Joceline Monteiro e Carla Tavares, ficando uma de fora.
Masculina
100 e 200 m – Arnaldo Abrantes; 1.500 m – Hélio Gomes; 10.000 m – Youssef el Kalay, José Rocha e Rui Pedro Silva; 3.000 m. obst. – Alberto Paulo; 110 m. Bar. – Rasul Dabó e João Almeida; 400 m. bar. – João Ferreira, Jorge Paula e Ricardo Lima; Vara – Edi Maia; Comprimento – Marcos Chuva; Triplo – Marcos Caldeira; Peso – Marco Fortes; 4×100 m – Arnaldo Abrantes, Diogo Antunes, Dany Gonçalves, Ricardo Monteiro, Yazaldes Nascimento e Marcos Chuva.
O destino dos nossos atletas em relação às fases seguintes de cada prova, inicia-se na quarta-feira (pelas 7 horas da manhã em Portugal, 9 no local), estando em compita nove portugueses, referindo-se que as provas de 10.000 metros (nos dois sectores) terão final directa.